FLORESTA NACIONAL PODERÁ OFERTAR CRÉDITOS DE CARBONO

Panorama Ambiental
Outubro de 2013

Aldo Vasconcelos - (22/10/2013) - Inaugurando uma série de procedimentos de alta complexidade científica, o Projeto Extremo Oriental das Américas irá implementar, durante o mês de novembro, a avaliação das emissões de gases de efeito estufa do solo para a atmosfera, nos ecossistemas da Floresta Nacional da Restinga de Cabedelo, na Paraíba.

Trata-se de um marco no monitoramento ambiental em ambientes estuarinos da Paraíba, pois vai acompanhar a dinâmica do carbono em ecossistemas de mangue e floresta, a partir do conhecimento do fluxo de gases de efeito estufa em remanescentes de Mata Atlântica, com vistas à valoração dos serviços ambientais e das mudanças climáticas globais.

As medições serão feitas com a utilização de dois analisadores de gases por absorção na faixa do infravermelho acoplado a campânulas especialmente construídas para avaliar o fluxo de gases do solo. As taxas do fluxo de gás carbônico (CO2) são determinadas pelo aumento da concentração desse gás no interior da campânula e por um conjunto de sensores capazes de registrar pequenas variações na umidade e na temperatura do solo.

O coordenador do Grupo de Pesquisa de Alterações Ambientais e Uso da Terra, do Centro Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), professor Alexandre Fonseca D'Andrea, acredita que o aprofundamento desta linha de pesquisa será importante para ampliar o conhecimento científico sobre temas relacionados a fixação do carbono em ambientes estuarinos, pagamento por serviços ambientais e alterações climáticas.

Segundo o analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Orione Álvares, integrante do Grupo de Pesquisa, essas medições do fluxo de gás carbônico e vapor d'água para a atmosfera oferecerão suporte para o monitoramento contínuo das emissões de gases de efeito estufa em diferentes pontos da floresta. Assim, afirma o analista, a unidade de conservação poderá até mesmo ofertar créditos de carbono no mercado internacional.

Parceria

A pesquisa integra o Projeto Extremo Oriental e é uma parceria do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Instituto Federal da Paraíba (IFPB), tendo sido aprovado pela Fundação FAT-VITAE sob o título "Emissão de Gases de Efeito Estufa". O grupo iniciou seus estudos há alguns anos com a avaliação da qualidade do solo em ambientes preservados e sob uso agrícola e avança neste momento no contexto dos estudos das transformações do carbono no ambiente. Os pesquisadores estimam que, até o momento, foram investidos R$ 300 mil em equipamentos e treinamento.

Os resultados da pesquisa devem contribuir para o aumento do banco de dados de emissões de gases de efeito estufa em regiões tropicais e subsidiar a avaliação de impactos de alterações do uso da terra sobre as alterações climáticas em escala local e nacional. As emissões de CO2 do solo são provenientes basicamente de três processos que podem estar interligados: da decomposição de materiais orgânicos de origem variada, da respiração do sistema radicular das plantas, e da atividade dos organismos (biota) do solo.

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SUSTENTABILIDADE FINANCEIRA É DESAFIO PARA ÁREAS PROTEGIDAS

Brasília (03/10/2013) - Garantir recursos para a consolidação e a continuidade das áreas protegidas da Amazônia é o maior desafio dos países que abrigam esse território. Essa foi a constatação da oficina Sistemas Nacionais de Áreas Protegidas nos países membros da OTCA, encerrada nesta quinta-feira (03), em Brasília. Representantes do Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname, que junto com a Venezuela integram o Tratado de Cooperação Amazônica (TCA), estiveram reunidos para apresentar a gestão dos recursos que financiam suas áreas protegidas e discutir a sustentabilidade financeira desses territórios a longo prazo.

O Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa), maior iniciativa na área de conservação de florestas tropicais do mundo, teve a sua gestão financeira apresentada por Sérgio Carvalho. O coordenador do programa revelou que atualmente os salários representam 43% dos custos das unidades de conservação (UC). "Precisamos de um novo modelo de financiamento que dê suporte às unidades de conservação depois da sua consolidação, mantenha as unidades e permita investimentos em áreas específicas", explicou o gestor.

Sérgio Carvalho afirmou que para a consolidação de 73 UC no período de 2012 a 2019, o Arpa precisa de US$ 299 milhões. A partir de 2020 em diante, o custo anual de manutenção dessas áreas seria de US$ 46 milhões.

Longevidade

Caso o governo federal consiga implementar o fundo de transição com US$ 215 milhões, o Arpa pode ser sustentado por 25 anos. "A ideia é que nesse período tenhamos tempo e espaço com os ministérios da Fazenda e do Planejamento para garantir um orçamento federal crescente e desta forma, a continuidade das UC", explicou o coordenador do programa.

Outra estratégia para incrementar o financiamento do Arpa no futuro é sensibilizar a iniciativa privada, afirmou o coordenador. "Empresários Brasileiros ainda não adotaram a tradição de filantropia, aportando algumas doações significativas para projetos ambientais, mas com amplo potencial de ampliação. Nossa ideia é buscar mais recursos dessas fontes também", frisou. Segundo Sérgio, no futuro a ideia é que o Arpa passe a trabalhar com um fundo de transição e opere com dois conselhos, premiando as melhores práticas de gestão.

 

ICMBio - Instituto Chico Mendes
Ascom

 
 
 
 

 

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