INSTITUIÇÕES CRIAM REDE PARA DISCUTIR GESTÃO PARTICIPATIVA EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

Panorama Ambiental
Fevereiro de 2014

24 Fevereiro 2014 | Por Jorge Eduardo Dantas - Criados em 2000, por meio da Lei 9.985, os conselhos gestores de Unidades de Conservação estão entre os mais importantes fóruns de promoção da participação social na gestão do patrimônio natural brasileiro.

Esses fóruns têm como objetivo permitir que populações tradicionais, indígenas, extrativistas, cooperativas, empresários e moradores de áreas protegidas e de seu entorno possam auxiliar na gestão das Unidades de Conservação brasileiras.

Este trabalho, no entanto, nem sempre é fácil. Atualmente, muitos conselhos sofrem de problemas como a participação de poucos atores sociais; pouca efetividade na gestão das Unidades de Conservação; descontinuidade de projetos; e conflitos internos que não são resolvidos e se arrastam por anos.

Na Amazônia, onde as distâncias são sempre grandes e a infraestrutura nem sempre corresponde às necessidades das populações, este quadro fica ainda pior.

Ensino e Aprendizagem

Com o objetivo de ajudar a melhorar esta situação, o WWF-Brasil, em parceria com outras instituições, ajudou a criar uma rede cujo objetivo é avaliar a gestão participativa dentro dos conselhos, refletir sobre ela e sugerir meios e técnicas para aperfeiçoá-la.

O nome da rede é Comunidade de Ensino e Aprendizagem em Gestão Participativa de Áreas Protegidas. Esta comunidade é formada por um grupo de profissionais, que vão se encontrar virtual e presencialmente aos longos dos próximos meses, para trocar relatos e experiências sobre a participação da sociedade civil na gestão de Unidades de Conservação.

A meta é discutir ideias que possam ser incorporadas pelos órgãos gestores de Unidades de Conservação; e produzir material técnico e didático que contribua para a efetividade dos conselhos gestores - e que possa ser utilizado pela sociedade.

Em 2013, o WWF-Brasil já havia publicado Reflexões sobre conselhos gestores de unidades de conservação federais, um livro que traz reflexões sobre o assunto - e que está disponível para download gratuito.

Vários atores

O encontro que marcou a criação desta rede ocorreu no início de fevereiro, na sede da Academia Nacional de Biodiversidade (Acadebio), situada em Iperó (SP), distante 116 quilômetros da capital paulista.

Na ocasião, estiveram presentes 30 pessoas, representando 16 instituições, entre universidades, organizações não governamentais, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), associações comunitárias e outras instituições publicas municipais, estaduais e federais. Entre essas pessoas também estavam gestores e moradores de Unidades de Conservação.

No encontro, uma diretoria-executiva para a Rede foi eleita. Ela conta com a participação do ICMBio, do WWF-Brasil, do órgão de assistência técnica da Alemanha GIZ/Gopa e dos representantes do Parque Estadual Rio Negro Setor Sul, uma Unidade de Conservação situada nas proximidades de Manaus (AM).

Mais eficiente

Segundo o coordenador de gestão participativa do ICMBio, Carlos Felipe de Andrade, nestes primeiros meses, os profissionais desta rede vão discutir processos de formação continuada, que possam ser oferecidos a quem lida com a gestão participativa de Unidades de Conservação; e em "ciclos de gestão", contemplando as etapas de planejamento, execução e avaliação de projetos que garantam a participação social e a conservação de nossas áreas protegidas.

“Nosso enfoque inicial será nos conselhos, porque eles são, por excelência, os instrumentos da sociedade civil na gestão das Unidades de Conservação”, explicou Carlos Felipe.

Para a analista de conservação do WWF-Brasil, Jasylene Abreu, o grande desafio da rede será tornar o funcionamento dos conselhos mais eficiente. “Precisamos fazer com que essas instâncias sejam eficazes e cumpram seu propósito”, declarou a especialista.

Construção coletiva

Quem representou os comunitários durante os três dias de discussão foi Francisco Souza, o “seu Peba”, como é conhecido na região onde mora, nas proximidades de Manaus.

Ele é membro do conselho gestor do Parque Estadual Rio Negro Setor Sul, uma Unidade de Conservação situada entre Manaus e Novo Airão, no Amazonas; e preside o Fórum de Apoio às Comunidades Rurais e Ribeirinhas do Amazonas, que congrega 312 comunidades.

“Gostei bastante das nossas conversas, porque senti que estávamos todos em busca de uma construção coletiva. Todos davam suas opiniões. Até onde vejo, o maior ganho aos comunitários, em participar de discussões deste tipo, é poder se integrar e interagir, ao mesmo tempo, com órgãos federais e estaduais”, explicou.

Aproximando a sociedade

Seu Peba acha que a rede foi “criada numa boa hora”. “Nós, comunitários, conseguimos representatividade, conseguimos colocar nossa voz e sermos ouvidos. Temos um assento na diretoria-executiva e as discussões foram promovidas de forma natural e orgânica. Espero que consigamos fazer valer a gestão participativa e atacar os grandes problemas que existem hoje dentro dos conselhos”, disse.

A assessora técnica da GIZ/Gopa, Leda Luz, crê que fortalecer a gestão participativa das Unidades de Conservação no Brasil aproxima a sociedade brasileira da proteção do Meio Ambiente. “A gestão participativa traz as pessoas para mais perto, lembra dessa corresponsabilidade que é a gestão do nosso patrimônio natural”, explicou.

Segundo Leda, somente desta maneira é possível promover, no longo prazo, uma gestão bem sucedida e sustentável das nossas áreas protegidas.

 

Fonte: WWF-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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