IPCC: É HORA DA VIRADA

Panorama Ambiental
Março de 2014

Notícia - 31 - mar – 2014 - Relatório do IPCC dá o alerta sobre impactos das mudanças climáticas. Nem precisava: os eventos extremos já estão aí. No Brasil, o setor de transportes virou grande emissor.

Reunidos no Japão, centenas de cientistas do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) divulgaram, hoje, o relatório “Impactos, Adaptação e Vulnerabilidade”. O documento mostra o que muita gente ao redor do mundo já está sentindo na pele: as alterações no clima podem devastar territórios, acabar com vidas e deixar prejuízos que chegam a bilhões de dólares.

Se as consequências climáticas não têm fronteiras, as emissões de gases que provocam o aquecimento global também não. E o Brasil também tem sua cota de responsabilidade. Enquanto as emissões originadas do desmatamento reduziram substancialmente nos últimos anos, o setor de energia seguiu a rota oposta: de 11000 a 2012, houve um aumento de 126% nessas emissões. Uma das principais explicações para isso está no sistema de transportes do país. Pouco eficiente e alimentado largamente por combustíveis fósseis, as emissões do setor de transportes subiram 143% no mesmo período. É dali, aliás, que vêm 47% das emissões de energia.

“Os protestos que tomaram as ruas do país deixaram claro que os brasileiros não toleram mais um sistema de transporte público decadente. Essa demanda é necessária por uma questão social mas também ambiental. Investir em transportes de massa é a saída mais inteligente para resolver essas duas questões latentes”, diz Cristina Amorim, coordenadora da campanha de Clima e Energia do Greenpeace.

No entanto, há uma outra face da moeda nessa questão. Nas próximas décadas, a estimativa é que a frota de veículos no Brasil continue crescendo. Portanto, a indústria de automóveis também não pode se isentar da responsabilidade que tem no agravamento das mudanças climáticas. Se vários países têm adotado metas avançadas de eficiência energética, o Brasil continua produzindo carros com tecnologia antiga. “Estamos colocando nas ruas veículos que consomem mais combustível e emitem mais gases do efeito estufa. A indústria automobilística precisa investir mais em eficiência e, principalmente, na pesquisa e no desenvolvimento de carros elétricos”, defende Amorim.

Sobre desmatamento, apesar de sua significativa redução, a história está longe do fim. Todo ano, mais de quatro mil km2 de floresta são derrubados e toneladas de carbono vão parar na atmosfera. Além disso, pouco foi feito para que o país se adapte às mudanças climáticas, como é visto quando enchentes e secas acontecem e ameaçam a segurança energética nacional.

É o que temos visto recentemente. No Norte do Brasil, o rio Madeira transborda, e as enchentes impactam milhares de pessoas. No Sudeste, os reservatórios secam e o governo da maior cidade do Brasil liga o alerta. O cenário de desequilíbrio se repete, simultaneamente, em outros pontos do globo: cheias e estiagens recordes assolam Reino Unido, Califórnia e Austrália. Um inverno rigoroso chega aos Estados Unidos e um tufão varre as Filipinas. Tudo nos últimos meses.

“Atravessamos uma séria crise global e, assim como nossas escolhas nos levaram a esse cenário, são elas também que podem evitar estragos maiores”, afirma Cristina Amorim, coordenadora da Campanha de Clima do Greenpeace. “Insistir em fontes sujas de energia, como petróleo e carvão, é receita para mais eventos climáticos extremos e perigosos. Precisamos investir agora em fontes limpas e renováveis, para controlar as mudanças climáticas e dar segurança para esta e as futuras gerações."

Os desafios, portanto, não são poucos. Mas são necessários e viáveis. “O Brasil tem um imenso potencial para ser pioneiro em uma revolução nas políticas energética e florestal. A crise climática já não é algo distante. Ela está aí, batendo à porta. Precisamos fazer as escolhas certas para definir o futuro que a gente quer deixar para os nossos filhos e netos”, diz Cristina.

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Não se esqueçam de Fukushima

Notícia - 11 - mar – 2014 - Três anos após o desastre nuclear de Fukushima, no Japão, milhares de pessoas ainda sofrem as consequências da radiação e se sentem ignoradas pelo governo.

No terceiro aniversário da catástrofe nuclear de Fukushima que destruiu vidas e meios de subsistência de milhares de pessoas que viviam aos redores dos reatores, Junich Sato, diretor executivo do Greenpeace Japão, afirmou que “a primeira ministra Abe e as indústrias nucleares esperam que os japoneses e o resto do mundo esqueçam as vítimas e os vestígios causados pelo desastre de Fukushima.”

“Dessa forma, eles poderão voltar a usar os velhos e arriscados reatores e também vender tecnologia nuclear japonesa para outros países. O que nós não devemos esquecer é que esse é um sistema de energia antigo e que depende de perigosas tecnologias, como a nuclear”, continuou Sato.

A TEPCO, operadora da usina, e o governo de Abe não apenas falharam com a falta de controle do desastre nuclear, mas também com a quase ausência de atendimento oferecido às vítimas que continuam sofrendo e lutando para recuperar o que lhes foi tirado com o desastre.

“No mundo inteiro as energias renováveis estão crescendo cada vez mais, mas o governo japonês está focado em voltar a explorar energia nuclear. Trata-se de uma política que está fora de moda diante dos mercados de energia e de tecnologia. A administração do governo de Abe está parada no século passado, enquanto o resto do mundo anda para frente” disse Sato.

Recentemente, o Greenpeace enviou uma delegação internacional com representantes da Coreia, Índia, Polônia, França e Alemanha para Fukushima para conhecer algumas das vítimas e analisar a situação três anos após a catástrofe.

Kenichi Hasegawa, antigo agricultor e vítima do desastre, foi uma das testemunhas que com quem a delegação pode conversar. Ele disse que “o país está destruído. Eu sou um agricultor que não pode cultivar e não consigo descrever o tamanho da perda que tivemos. É preciso lembrar que a energia nuclear é terrível. A gente não pode manter essa “sujeira” para as próximas gerações.”

No Japão e ao redor do mundo, ativistas do Greenpeace estão promovendo ações contra energia nuclear e dando suporte as vítimas de Fukushima, mostrando para Abe e toda a indústria nuclear que os cidadãos espalhados pelo mundo não vão se esquecer do que aconteceu no Japão.

"Infelizmente, a realidade vivida pelo Japão com os impactos da radiação não foi suficiente para alertar o governo brasileiro sobre as consequências da energia nuclear. Mesmo assim, ainda há rumores de que uma quarta usina será construída no Nordeste no Brasil. Temos um potencial inesgotável de energias renováveis e não precisamos de mais usinas nucleares em nossa matriz", disse Ricardo Baitelo, coordenador da campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil.

 


Fonte: Greenpeace-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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