Novo 'plástico vivo' se decompõe em um mês

Versões mais tradicionais levam até 55 dias para se decompor

 
 

10/02/2025 – Um estudo publicado na Nature Chemical Biology, cientistas da Academia Chinesa de Ciências (ACC), liderados pelo biólogo sintético Chenwang Tang, descobriram como aquecer esporos bacterianos escondidos em enzimas da própria estrutura do plástico policaprolactona (PCL).

No processo de compostagem, o novo produto se decompõe em um mês, em comparação com versões mais tradicionais que levam até 55 dias para se decompor nas mesmas condições.
A tecnologia promissora foi inspirada na capacidade das proteínas em decompor plástico, que são produzidas naturalmente por uma espécie de bactéria descoberta em 2016 em uma instalação de reciclagem no Japão.

Nos anos seguintes, os cientistas descobriram diversas outras espécies de bactérias que desenvolveram enzimas para comer plástico, e essas proteínas naturais inspiraram versões sintéticas que são ainda mais famintas por nossos resíduos. Dessa forma, quando o plástico começar a se degradar, essas enzimas recém-liberadas poderão finalizar o processo de decomposição.

Como as proteínas são grandes e complexas, as enzimas são frequentemente instáveis ou mesmo frágeis. Assim, os pesquisadores projetaram o gene para uma enzima lipase da bactéria Burkholderia cepacia (BC) no DNA de outro micróbio chamado Bacillus subtilis, que na forma de esporos é resistente a altas temperaturas e pressões.

À medida que a superfície do plástico sofre degradação, os esporos liberados começam a se produzir. Então, o B. subtilis em crescimento inicia o desenvolvimento de uma cópia da BC-lipase, que começa a degradar quase completamente as moléculas de PCL.

Tang e seus colegas da CAS descobriram que, quando uma segunda enzima produzida pela Candida antarctica foi usada para acelerar o processo, o plástico se degradou em uma semana. Em contraposição, plásticos PCL tradicionais tratados da mesma forma ainda persistem após três semanas.

Reprodução/Pixabay

 



As temperaturas e pressões necessárias para criar PCL não são tão extremas quanto as condições necessárias para outros plásticos. Para testar se os esporos poderiam sobreviver ao processamento necessário para criar outros plásticos, pesquisadores da CAS projetaram as bactérias para expressar marcadores fluorescentes.

Quando fisicamente degradados ou aquecidos, os plásticos com esporos embutidos começam a brilhar. Isso sugere que os esporos sobrevivem ao "processo de cozimento" e liberam seu material quando a erosão é desencadeada conforme o planejado.

A equipe de pesquisa do CAS acrescentou que os plásticos vivos permaneceram estáveis após serem molhados em refrigerante (Sprite) por 60 dias, o que sugere seu potencial uso como materiais de embalagem.

Os plásticos também foram capazes de "se desintegrar completamente sem a adição de antibióticos, ressaltando a robustez do sistema". Ainda que o estudo seja apenas uma prova de conceito, é uma solução misteriosa para o crescente problema da poluição plástica.

Nas últimas duas décadas, a fabricação de plástico dobrou e, ao mesmo tempo, está ficando cada vez mais claro o quão grande é o problema que os produtos plásticos representam para o meio ambiente.

Os cientistas esperam que sua nova técnica um dia inspire a criação de mais materiais sustentáveis e biodegradáveis, que não poluam nosso planeta por séculos após apenas um uso.

Da Redação, com informações de Agências Internacionais
Fotos: Reprodução/Pixabay

 
 
 

 

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