05/05/2025
– A Austrália ocupa uma posição preocupante
no ranking global de produção de resíduos plásticos
de uso único, ficando atrás apenas de Cingapura. Segundo
um relatório da Minderoo Foundation, o país produziu
148 kg de resíduos plásticos por pessoa em 2020-21
– um aumento de 60% desde 2000. Dentre esses plásticos,
os chamados “plásticos macios”, como sacos de
pão e embalagens de alimentos, são amplamente descartáveis
e continuam a sufocar o meio ambiente.
Apesar das campanhas de conscientização,
o consumo global de plásticos de uso único não
mostra sinais de desaceleração. De acordo com o índice
de Fabricantes de Resíduos Plásticos, a produção
aumentou em 6 milhões de toneladas métricas entre
2019 e 2021, sendo quase totalmente derivada de combustíveis
fósseis. Esse cenário agrava a crise climática,
com as emissões associadas ao plástico em 2021 superando
as emissões totais do Reino Unido.
Plásticos macios são
particularmente difíceis de reciclar. Embalagens de alimentos,
redes para frutas e sacos plásticos muitas vezes contêm
diferentes tipos de plástico ou estão contaminadas,
o que complica o processamento. Na Austrália, o colapso do
programa REDcycle em 2022 destacou a falta de infraestruturas robustas
para lidar com esses resíduos.
A Clean Up Australia aponta que os plásticos macios nunca
tiveram uma solução eficaz em escala no país,
levando muitos recicladores a considerá-los contaminantes.
A dificuldade de separação e o risco de danos ao maquinário
tornam o processo caro e ineficiente.
Algumas iniciativas começam
a surgir para enfrentar o problema. Em Melbourne, a Soft Plastics
Taskforce implementou lixeiras para coleta de plásticos macios
em supermercados como Coles, Woolworths e Aldi. Esses materiais
são recolhidos por empresas locais que os processam para
reciclagem.
A Curby, uma empresa australiana,
está testando a coleta de plásticos macios em residências
em algumas regiões da Austrália. Segundo Annika Stott,
porta-voz da empresa, é essencial focar na prevenção
de resíduos na origem. “Sabemos que a Austrália
precisa de soluções robustas que realmente demonstrem
a economia circular em ação”, ela afirma.
Porém, Glenn Walker, do Greenpeace
Austrália Pacífico, alerta que essas iniciativas são
apenas paliativas. Ele destaca a necessidade de regras mais rigorosas
para a indústria, vinculadas a um tratado global de plásticos.
Em novembro, líderes mundiais
se reuniram em Busan, Coreia do Sul, para negociações
sobre um tratado global de plásticos. Walker enfatiza que
este é um momento decisivo para reduzir em até 75%
o uso de plásticos descartáveis. Ele critica a dependência
da Austrália em metas voluntárias e defende regulações
obrigatórias.
“Um tratado robusto poderia
não apenas reduzir drasticamente a produção
e poluição de plásticos, mas também
proteger o meio ambiente e a saúde de todos”, afirma
Walker. A pressão para que o governo australiano lidere essas
negociações é crescente, com esperanças
de que medidas mais drásticas sejam adotadas para frear o
avanço desse flagelo ambiental.
Da Redação, com
informações de agências internacionais
Matéria elaborada com auxílio de inteligência
artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay
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