Bebês e crianças estão cada vez mais expostos a microplásticos

Exposição cada vez maior da poluição plástico é risco à saúde, como evitar ou reduzir

 
 

29/09/2025 – Segundo a pesquisa Infância Plastificada, do Instituto Alana, cerca de 90% dos brinquedos no mundo são feitos de plástico. A autora, ao se tornar mãe, percebeu como esse material domina o universo infantil — presente em brinquedos e utensílios — e passou a se preocupar com a exposição do filho aos microplásticos, já que crianças costumam levar tudo à boca. Apesar de existirem alternativas como madeira, tecido e inox, o plástico ainda é o mais comum e prático. Além do plástico visível, há também a poluição invisível, como a causada pelo desgaste de pneus, responsável por cerca de 78% dos microplásticos nos oceanos. Mesmo sem intenção, estamos constantemente expostos a essas partículas.

O contato com microplásticos pode começar ainda antes do nascimento. Em 2021, o termo “plasticenta” foi criado após um estudo identificar microplásticos em placentas humanas. Uma pesquisa de 2024 confirmou a contaminação em todas as 62 placentas analisadas, com o polietileno — comum em sacolas e embalagens — sendo o mais presente, representando 54% das partículas. Esses contaminantes podem afetar o desenvolvimento fetal, embora os impactos ainda não sejam totalmente compreendidos.

A amamentação também não está isenta: estudos detectaram microplásticos em 75% das amostras de leite materno em 2022 e em 39% das amostras analisadas em 2024. Apesar disso, especialistas destacam que os benefícios da amamentação superam os riscos, recomendando apenas cuidados como evitar aquecer ou armazenar o leite em recipientes plásticos.

A poluição plástica é onipresente — dos oceanos ao topo do Everest, e até no corpo humano. Para compreender os impactos dessa contaminação, a autora consultou o pediatra e toxicologista Carlos Augusto de Mello Silva, da Sociedade Brasileira de Pediatria. Ele alerta que crianças, desde o período pré-natal até a adolescência, são especialmente vulneráveis, pois estão em fase de desenvolvimento e mais suscetíveis a interferências externas. Embora existam muitos estudos sobre a presença de microplásticos no corpo humano, os efeitos a longo prazo ainda são pouco conhecidos.

Reprodução/Pixabay

 



Para aprofundar o tema, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), em parceria com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), lançou a cartilha científica Impacto dos Microplásticos na Saúde. O documento aborda os riscos, formas de exposição e possíveis efeitos dos microplásticos na saúde infantil. Segundo especialistas, essas partículas, ao se acumularem nos tecidos, provocam inflamações e ativam o sistema imunológico. Essa reação pode causar alterações nos tecidos e enfraquecer a resposta imunológica a outras ameaças. Embora exista a possibilidade de riscos mais graves, como câncer, esses efeitos seriam de longo prazo, não restritos à infância.

Silva adota uma abordagem prática sobre o uso do plástico, reconhecendo que seu banimento completo é inviável devido ao conforto e utilidade que oferece. Ele defende a redução da exposição e a busca por substituições sempre que possível, especialmente no ambiente doméstico, onde há mais controle. Cosméticos como cremes, loções e pastas de dente são apontados como importantes fontes de microplásticos, mesmo que seu uso nesses produtos não seja ilegal. Segundo Silva, enfrentar o problema requer mais do que escolhas individuais — é necessário regulamentação, pressão sobre as indústrias e tempo para mudanças efetivas.

Pequenas mudanças no dia a dia podem reduzir a exposição aos microplásticos. Uma delas é substituir recipientes plásticos por vidro, especialmente ao preparar alimentos para crianças. O médico alerta que aquecer comida em plásticos no micro-ondas libera compostos químicos, como plastificantes, que podem contaminar o alimento. Ele recomenda o uso de vidro, que é seguro.

No Brasil, brinquedos e utensílios infantis devem seguir normas que proíbem substâncias como chumbo e bisfenol A (BPA), sendo identificados por selos de segurança. No entanto, Silva aponta que a preocupação maior está nos plásticos de uso geral, como potes e vasilhas, que nem sempre seguem as mesmas regulamentações e podem liberar substâncias tóxicas.

O pediatra enfatiza que o cuidado com o ambiente doméstico deve estar aliado a atitudes cidadãs, como reduzir o uso de plásticos descartáveis e separar corretamente os resíduos para reciclagem. Ele destaca a importância da reflexão individual sobre o que cada pessoa está fazendo para ajudar o meio ambiente.

Silva defende que o tema dos microplásticos deve ser abordado com base no princípio da precaução, já que seus efeitos ainda não são totalmente conhecidos. Por isso, a prevenção é essencial. Com uma motivação pessoal — seu neto de dois anos —, ele afirma que seu trabalho é voltado para proteger as crianças e contribuir com um futuro melhor para as próximas gerações.

Da Redação, com informações de agências de notícias
Matéria elaborada com auxílio de inteligência artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay

 
 
 

 

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