10/11/2025
– Cientistas na Austrália estão desenvolvendo
bioplásticos a partir de micróbios nativos, com o
objetivo de criar embalagens que se decomponham naturalmente na
terra, no solo e na água. Essa iniciativa busca combater
a crise global dos resíduos plásticos, especialmente
os descartáveis usados em alimentos. O projeto é liderado
pelo Bioplastics Innovation Hub (BIH), uma parceria entre a Murdoch
University e a CSIRO, e pretende oferecer uma solução
sustentável que não deixe resíduos no meio
ambiente.
O Bioplastics Innovation Hub (BIH)
reúne especialistas de diversas áreas científicas
para desenvolver alternativas sustentáveis aos plásticos.
O foco é substituir embalagens plásticas descartáveis
de alimentos, um dos principais problemas da crise global de resíduos.
Um estudo de 2021 mostrou que mais de 80% dessas embalagens na Austrália
acabaram em aterros, sem possibilidade de reciclagem doméstica.
O diretor do BIH, Professor Daniel
Murphy, afirmou que a criação de produtos totalmente
compostáveis para a indústria alimentícia é
uma prioridade. Segundo ele, parcerias com a indústria são
essenciais para facilitar a transição do laboratório
para o mercado. Um dos principais pedidos é por revestimentos
compostáveis para embalagens de papel reciclado ou papelão.
Atualmente, as opções disponíveis são
limitadas e só servem para alimentos com casca, como ovos
e frutas.
Alimentos sem proteção
natural precisam de embalagens com revestimento plástico
para garantir a segurança alimentar. Se esse revestimento
for de bioplástico, ele atenderia aos padrões da indústria,
seria mais ecológico e não deixaria resíduos
no meio ambiente. O professor Murphy destacou que as pesquisas mais
promissoras do BIH utilizam microrganismos nativos da Austrália
Ocidental, o que pode fortalecer uma economia circular sustentável.
A pesquisa por alternativas aos plásticos
fósseis é mais urgente do que nunca, devido ao aumento
das preocupações ambientais e de saúde. Estudos
da Universidade Murdoch revelaram que os solos agrícolas
contêm 23 vezes mais microplásticos do que os oceanos.
Segundo o professor Murphy, os plásticos sintéticos
se decompõem em microplásticos, que podem se espalhar
pela água, pela cadeia alimentar e até pela atmosfera.
O pesquisador Harrison O'Sullivan
explicou que estão trabalhando com bactérias nativas
da Austrália que, em ambientes com excesso de alimento, armazenam
moléculas orgânicas em suas células. Essas moléculas
são então usadas para produzir bioplásticos.
Esse trabalho se alinha ao Plano Decenal de Ciência e Tecnologia
2025–2035 do governo estadual, que prioriza a reciclagem para
promover uma economia circular. O Plano Decenal de Ciência
e Tecnologia da Austrália Ocidental busca enfrentar desafios
como descarbonização, segurança alimentar e
perda de biodiversidade por meio da pesquisa científica,
valorizando soluções locais.
Redação, com informações
de agências internacionais
Matéria elaborada com auxílio de inteligência
artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay
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