12/11/2025
– Com a crescente poluição plástica global,
uma pesquisa da Universidade de Portsmouth analisará como
o Vietnã formulou sua política de resíduos
plásticos, oferecendo lições importantes para
outros países, especialmente no contexto das negociações
do Tratado Global sobre Plásticos. O estudo investigará
o papel das evidências, da equidade e da inclusão na
criação da lei, com foco na Responsabilidade Estendida
do Produtor (EPR), que responsabiliza fabricantes pelos resíduos
plásticos que geram. Apesar de estar sendo adotada mundialmente,
ainda há pouco conhecimento sobre como essas políticas
são desenvolvidas e quem influencia suas decisões.
O estudo liderado pelo
Dr. Antaya March, da Universidade de Portsmouth, em parceria com
instituições do Vietnã e da Noruega, analisará
como a política de Responsabilidade Estendida do Produtor
(EPR) foi implementada no Vietnã. A política, formalizada
em 2022, exige que produtores e importadores financiem ou gerenciem
a coleta e reciclagem de embalagens plásticas, incluindo
incentivos ao design sustentável. Apesar disso, ainda há
incertezas sobre a inclusão e o uso de evidências no
processo, um desafio comum em políticas públicas ao
redor do mundo.
March destaca
que o estudo vai além das taxas de reciclagem. A pesquisa
busca entender por que a EPR foi escolhida, quais tipos de evidência
sustentaram essa decisão e se grupos marginalizados, como
trabalhadores informais e mulheres, foram incluídos no processo.
Com cerca de 300 mil toneladas de resíduos plásticos
entrando nos cursos d'água e mares do Vietnã anualmente,
o país é um ponto crítico da poluição
plástica. O projeto visa apoiar políticas mais justas
no Vietnã e influenciar soluções globais mais
eficazes.
Apesar de sua crescente
popularidade, a política de Responsabilidade Estendida do
Produtor (EPR) é criticada por não abordar adequadamente
desafios em países de baixa e média renda, como a
exclusão de plásticos de baixo valor, a falta de apoio
à reutilização e a negligência com os
trabalhadores informais do setor de resíduos. A política
do Vietnã, por exemplo, estabelece metas de reciclagem, mas
não contempla a reutilização nem garante proteção
ao setor informal. O projeto liderado pelo Centro Global de Políticas
de Plásticos analisará essas falhas para apoiar a
criação de políticas mais inclusivas e eficazes
no Sudeste Asiático e em outras regiões.
A equipe do projeto trabalhará
em parceria com órgãos regionais para garantir que
suas descobertas influenciem diretamente a formulação
de políticas. Segundo March, esta será a primeira
análise aprofundada de como uma política de EPR para
plásticos foi desenvolvida, ocorrendo em um momento decisivo,
com a possível finalização do Tratado Global
sobre Plásticos em 2025. O objetivo é que o estudo
ajude países a adotarem políticas mais justas, baseadas
em evidências e com foco na equidade, contribuindo para soluções
globais mais eficazes contra a crise do plástico.
Redação,
com informações de agências internacionais
Matéria elaborada com auxílio de inteligência
artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay
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