12/11/2025
– Pesquisadores do Instituto de Geociências da UFPA
têm identificado a presença de plástico em diversos
ambientes da Amazônia, desde praias fluviais até ninhos
de aves. Embora faltem dados conclusivos, há forte indicação
de que não existam mais praias livres de plástico
nas bacias da região, com impactos já visíveis
na fauna local. Segundo o pesquisador José Eduardo Martinelli
Filho, a presença de resíduos sintéticos é
quase certa em áreas próximas a comunidades, sendo
menos provável apenas em igarapés remotos e de difícil
acesso.
Enquanto o Projeto de Lei nº
2524/2022, que visa regulamentar a economia circular do plástico
no Brasil, avança lentamente no Congresso, estima-se que
ao menos 182 mil toneladas de plástico sejam descartadas
anualmente nos rios da Amazônia — número considerado
conservador por pesquisadores da UFPA. As cidades e o descarte irregular
de barcos são os principais responsáveis por essa
poluição. Em Belém, cidade-sede da COP30, estudos
mostram que os canais urbanos estão tão poluídos
que é difícil encontrar sedimento no fundo dos riachos,
onde predominam sacolas e outros resíduos plásticos.
Em Manaus, terceira pior
cidade do país em saneamento básico, grande parte
do lixo descartado irregularmente acaba nos igarapés e no
Rio Negro. Segundo a prefeitura, ecobarreiras instaladas nos rios
retêm cerca de 300 toneladas de lixo por mês, sendo
o plástico o principal resíduo. No entanto, estima-se
que esses equipamentos consigam conter apenas metade do total descartado
nos rios da capital amazonense.
Pesquisadores do Pará têm
encontrado plástico em locais remotos da Amazônia,
como em ninhos de aves costeiras, que utilizam nylon de materiais
de pesca para construí-los, formando os chamados "ninhos
azuis". Também foram identificados microplásticos
no sistema digestivo de tartarugas amazônicas em áreas
de conservação. Segundo os pesquisadores, o nylon
contém corantes tóxicos, incluindo um cancerígeno,
e há suspeitas de que o plástico possa alterar a temperatura
dos ninhos, impactando o desenvolvimento dos ovos, embora os efeitos
ainda não sejam totalmente conhecidos.
Pesquisas da UFPA indicam que a maioria
das micropartículas presentes na água da Amazônia
são fibras de celulose (68,8%), politereftalato de etileno
(52,9%) e poliamida (34,4%), materiais comuns em embalagens e roupas
sintéticas. Os pesquisadores suspeitam que a poluição
vem tanto do descarte de lixo quanto da lavagem de roupas nas margens
dos rios. Devido à força das águas nos deltas
amazônicos, o lixo é intensamente fragmentado, gerando
ainda mais micropartículas do que em ambientes de águas
calmas. Especialistas apontam que ampliar o saneamento básico
na Amazônia é essencial para reduzir a poluição
dos rios.
Redação, com informações
de agências de notícias
Matéria elaborada com auxílio de inteligência
artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay
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