03/12/2025
– A produção nacional de plástico reciclado,
tecnicamente chamado de resina plástica reciclada pós-consumo
(PCR), atingiu 1,012 milhão de toneladas em 2024, resultado
7,8% superior ao registrado em 2023. Os dados são de estudo
anual encomendado pelo Movimento Plástico Transforma, iniciativa
do PICPlast, parceria entre a Associação Brasileira
da Indústria do Plástico (Abiplast) e a Braskem.
O faturamento da indústria
de reciclagem também subiu, alcançando, em 2024, R$
4 bilhões, um aumento nominal de 5,8% em relação
a 2023. O setor também gerou mais empregos, totalizando 20.043
novos postos de trabalho diretos, um crescimento de 7,7% em relação
ao ano anterior. A capacidade instalada das indústrias recicladoras
também teve elevação, 1,9%, chegando a 2,43
milhões de toneladas.
Segundo o levantamento, a resina PCR
produzida em 2024 foi destinada principalmente aos setores de Alimentos
e Bebidas (167 mil toneladas) e Higiene Pessoal, Cosméticos
e Limpeza Doméstica (132 mil toneladas), impulsionados pela
demanda por embalagens com conteúdo reciclado.
A Agroindústria demandou 92 mil toneladas e apresentou um
crescimento de mais de 35% em relação a 2023, impulsionado
por aplicações como lonas, mangueiras e embalagens
de agroquímicos.
“Se compararmos com
2018, quando o estudo começou, percebemos uma inversão
de protagonismo: naquele ano, a construção civil era
o principal destino da resina reciclada, enquanto o segmento de
alimentos e bebidas tinha uma participação menor.
Essa mudança reflete o avanço regulatório e
os compromissos de grandes marcas de consumo com a economia circular
e o uso de materiais mais sustentáveis”, destacou o
diretor de Química Sustentável e Reciclagem da MaxiQuim,
Maurício Jaroski.
O levantamento mostrou ainda uma forte
concentração dos processos de reciclagem de plástico
nas regiões Sudeste e Sul do país, que lideram todas
as etapas da cadeia, desde a geração do resíduo
até a produção da resina reciclada pós-consumo
(PCR).
A Região Sudeste se destaca
como a maior geradora de resíduos plásticos, com 48,1%
do total (2,3 milhões de toneladas), e também como
o principal polo de processamento, respondendo por 47% do consumo
de resíduos pela indústria e 55,5% da produção
nacional de PCR (559 mil toneladas).
A Região Sul aparece na sequência,
sendo responsável por 26% do consumo de resíduos e
26,2% da produção de PCR (266 mil toneladas). Enquanto
isso, a Região Nordeste se consolida como a terceira força
produtora de PCR, com 13,7% do total (139 mil toneladas) e um crescimento
expressivo de 16,6% em relação a 2023.
Da Agência Brasil, Por
Bruno Bocchini
Fotos: Reprodução/Pixabay
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