25/02/2019 
                – Ativistas da Agência Ambiental Pick-upau foram acionados 
                para o resgate de um tucano-de-bico-verde (Ramphastos dicolorus) 
                na cidade de Diadema, na Grande São Paulo. A ave estava 
                em uma residência havia seis meses. Segundo a moradora, 
                o tucano estava em outra casa, na periferia da cidade, vivendo 
                há pouco mais de 4 anos, e o antigo dono não tinha 
                como manter o espécime.  
                 
               
              Apesar do tucano-de-bico-verde 
                estar em um recinto, relativamente grande, e ter uma dieta balanceada 
                de frutas, sementes e proteínas, a atual mantenedora diz 
                que a ave parecia estar com indícios de estresse e resolveu 
                destiná-la ao um centro de reabilitação. 
                 
                 
               
              
                
              A Pick-upau realiza ações 
                e atividades de pesquisa e conscientização sobre 
                a conservação e a preservação da avifauna, 
                mas trabalha apenas com a fauna livre. O Projeto Aves realiza 
                pesquisas e levantamentos de comunidades de avifauna em vários 
                municípios do Estado de São Paulo e desenvolve ações 
                socioambientais em escolas. Apesar de não ser uma atividade 
                da Organização, eventualmente, somos acionados para 
                realizar esse tipo de trabalho.  
                 
               
              O tucano foi entregue no CRAS 
                - Centro de Recuperação de Animais Silvestres, do 
                Parque Ecológico do Tietê.  
                 
               
              Sobre o CRAS 
                Há 25 anos, o DAEE (Departamento de Águas e Energia 
                Elétrica) administra o CRAS (Centro de Recuperação 
                de Animais Silvestres), que fica dentro do PET (Parque Ecológico 
                do Tietê). Diversas espécies chegam ao local pelas 
                mãos de profissionais ligados ao IBAMA (Instituto Brasileiro 
                do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), Polícia 
                Militar Ambiental, Corpo de Bombeiros e o Centro de Controle de 
                Zoonoses. Em alguns casos especiais, estes são doados por 
                seus proprietários, que os mantém em cativeiro como 
                bichos de estimação.  
                 
               
              A unidade realiza um importante 
                papel em prol do meio ambiente, pois trata de animais apreendidos 
                ou resgatados pelos órgãos fiscalizadores. Inaugurado 
                em 1986, o CRAS cuida de várias espécies, desde 
                as mais comuns até as ameaçadas de extinção. 
                Anualmente, recebe a média de sete mil bichos, sendo que 
                as aves representam 84% desse total, a maioria encontrada com 
                traficantes ou viviam em cativeiros clandestinos.  
                 
               
              
                
              Após a recepção, 
                mamíferos, répteis e aves são identificados 
                por espécie, sexo e procedência, passam por uma avaliação 
                de seu estado físico para obter o tratamento mais adequado 
                e são registrados para, finalmente, receberem uma anilha 
                ou microchip com seus dados. Vale ressaltar, que o núcleo 
                atende apenas animais de pequeno porte, tais como araras, papagaios, 
                gavião, macacos, cobras, tartaruga e jabotis, além 
                de muitos pássaros.  
                 
               
              Para atender a demanda dos bichos 
                enviados para o CRAS é mantida uma equipe composta por 
                veterinários, biólogos e tratadores em uma estrutura 
                totalmente adaptada com ambulatório e laboratório, 
                viveiros, salas de internação, cirurgia e de necropsia, 
                além de cozinha para o preparo da alimentação 
                animal, ocupando uma área total de 600 mil metros quadrados. 
                 
               
              Sobre o tucano-de-bico-verde 
                Ramphastos dicolorus Linnaeus, 1766. Espécie monotípica, 
                ou seja, não ocorrem subespécies. É endêmico 
                da Mata Atlântica, ocorrendo do Espírito Santo e 
                leste de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul, também no Paraguai 
                e Argentina. Leia 
                mais! 
                 
               
              
                 
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                      Tucano-de-bico-verde é levado 
                        para sede da Pick-upau, antes de seguir para o CRAS. 
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                  Caso tenha um 
                animal silvestre, como proceder em São Paulo 
              Tenho um animal silvestre 
                de estimação e não quero/posso mais ficar 
                com ele. Posso entregá-lo em algum local para que ele seja 
                cuidado? 
                Se você possui um animal silvestre adquirido de forma ilegal 
                pode entregá-lo espontaneamente ao órgão 
                ambiental competente. A entrega deve ser feita a um Centro de 
                Triagem de Animais Silvestres (CETAS) ou a um Centro de Reabilitação 
                de Animais Silvestres (CRAS) autorizado. Caso opte por manter 
                o animal sem comprovação de origem legal, estará 
                sujeito às sanções legais previstas na lei 
                de crimes ambientais. 
                Se o animal silvestre que você mantém possui origem 
                legal, isto é, foi adquirido de um criador comercial ou 
                estabelecimento comercial devidamente autorizado, você pode 
                devolvê-lo ao criadouro de origem, ou doar o animal a um 
                terceiro, por meio de um termo de transferência. 
                 
               
              Encontrei um animal silvestre 
                ferido. Onde entregá-lo? 
                A entrega deve ser feita a um Centro de Triagem de Animais Silvestres 
                (CETAS) ou a um Centro de Reabilitação de Animais 
                Silvestres (CRAS) autorizado. 
                 
               
              O que é um CETAS 
                ou um CRAS? 
                Os Centros de Triagem e de Reabilitação de Animais 
                Silvestres, conhecidos respectivamente por CETAS e CRAS, são 
                responsáveis pela recepção de animais silvestres 
                apreendidos, resgatados ou entregues espontaneamente por particulares. 
                Todo animal recebido é identificado, marcado, recebe atendimento 
                médico veterinário e cuidados necessários 
                até que possam ser devolvidos à natureza ou encaminhados 
                para outros locais adequados caso não tenham possibilidade 
                de soltura. 
                 
               
              
                 
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                      Tucano-de-bico-verde é levado 
                        para sede da Pick-upau, antes de seguir para o CRAS. 
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              Eu vou ser preso ou multado 
                ao entregar meu animal a um CETAS ou CRAS? 
                Não. Quando a pessoa espontaneamente entrega o animal, 
                ela se isenta das sanções previstas na legislação. 
                 
               
              O que faço se o 
                CETAS e CRAS da minha região não pode receber o 
                animal? 
                Os CETAS e CRAS têm a função de receber, triar, 
                tratar, recuperar e destinar os animais recebidos. Quando o número 
                de animais recebidos supera a capacidade do CETAS ou CRAS, ele 
                lota e não consegue receber outros até que destine 
                os que já possui. Se o CETAS ou CRAS de sua região 
                não pode receber o animal no momento, você deve tentar 
                a entrega nos demais existentes no Estado. Caso nenhum deles tenha 
                possibilidade de receber o animal, entre em contato novamente 
                dentro de alguns dias, e verifique a disponibilidade de vagas. 
                 
               
              Se eu não puder 
                levar o animal, o CETAS/CRAS vem buscar o animal na minha residência? 
                Não. Os CETAS e CRAS não buscam animais na residência 
                das pessoas. Portanto, o animal deve ser levado até o CETAS 
                e CRAS onde será entregue. 
                 
               
              Posso visitar meu animal 
                no CETAS ou CRAS depois que entregá-lo? 
                Não. Os CETAS e CRAS não recebem visitação. 
                Não são como jardins zoológicos. Além 
                de sua estrutura não ser adaptada para receber o público, 
                os animais que lá se encontram estão passando por 
                um processo de recuperação, para que possam ser 
                encaminhados para outros locais ou para retorno à natureza. 
                Por esse motivo, a presença constante de humanos pode atrapalhar 
                nesse processo. 
                 
               
              
                 
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                      Tucano-de-bico-verde é levado 
                        para sede da Pick-upau, antes de seguir para o CRAS. 
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              Posso entregar meu animal 
                silvestre de estimação em um jardim zoológico? 
                Não. O jardim zoológico não tem como função 
                receber animais silvestres que eram criados como animais de estimação. 
                O ideal é entrega-lo em um Centro de Triagem ou de Reabilitação 
                de Animais Silvestres, estabelecimentos com a finalidade de receber 
                animais silvestres apreendidos por órgãos oficiais, 
                resgatados, ou entregues por particulares. Esses empreendimentos 
                funcionam como abrigos provisórios desses animais, no qual 
                são tratados, recuperados e mantidos até que um 
                destino definitivo para eles sejam encontrados. 
                 
               
              Posso soltar o meu animal 
                silvestre de estimação? 
                Não. Em hipótese alguma solte seu animal. Além 
                de ser um crime ambiental, o fato de o animal ter passado boa 
                parte de sua vida em cativeiro, sem participar de um programa 
                específico de reabilitação para soltura, 
                faz com que ele viver sozinho na natureza aumentando risco de 
                morrer de fome ou de ser predado por outros animais. Entregue-o 
                a um Centro de Triagem ou de Reabilitação de Animais 
                Silvestres. 
                Fonte: Secretaria Estadual de Meio Ambiente de São Paulo. 
                 
               
              Criado em 2015, dentro do setor 
                de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau, a Plataforma 
                Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas ao estudo e 
                conservação desses animais. Pesquisas científicas 
                como levantamentos quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre 
                frugivoria e dispersão de sementes, polinização 
                de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine; produção 
                e plantio de espécies vegetais, além de atividades 
                socioambientais com crianças, jovens e adultos, sobre a 
                importância em atuar na conservação das aves. 
                Parcerias estratégicas como patrocínios da Petrobras 
                e da Mitsubishi Motors incentivam essa iniciativa. 
              Da Redação 
                Fotos: Reprodução/Pick-upau  |