08/04/2024 
                – Um novo estudo revela um colapso populacional alarmante 
                entre as aves de rapina africanas, colocando em risco não 
                apenas essas espécies, mas também alertando para 
                possíveis consequências imprevistas para os seres 
                humanos. Publicada na revista Nature Ecology and Evolution, a 
                pesquisa destaca a perda significativa de espécies de aves 
                de rapina tropicais, como a águia marcial, o bateleur e 
                o açor de canto sombrio, em várias regiões 
                do continente africano nas últimas quatro décadas. 
                 
               
              A análise, baseada em levantamentos rodoviários, 
                revela que quase 90% das 42 espécies de aves de rapina 
                estudadas sofreram declínios, com mais de dois terços 
                mostrando evidências de estarem globalmente ameaçadas. 
                Phil Shaw, autor do estudo da Universidade de St Andrews, destaca 
                que o desaparecimento dessas espécies pode desencadear 
                consequências ruins para os humanos, citando o exemplo dos 
                abutres indianos, cujo declínio resultou em um aumento 
                nos casos de raiva em humanos. 
                 
               
              O estudo também destaca que as aves de rapina africanas, 
                muitas delas grandes predadoras capazes de caçar uma variedade 
                de presas, estavam se tornando cada vez mais dependentes de áreas 
                protegidas, como parques e reservas nacionais. Apesar de suas 
                populações também terem sofrido reduções 
                dentro de áreas protegidas, a diminuição 
                nessas áreas foi mais lenta. No entanto, os declínios 
                dentro dessas áreas ainda foram notáveis, com 40% 
                de 42 espécies estando classificadas em algum grau de ameaça. 
                 
               
              
                  Segundo Shaw, a expansão agrícola e a 
                falta de recursos nas áreas protegidas foram identificadas 
                como causas significativas para os declínios, especialmente 
                na África Ocidental. Ele destaca que a situação 
                pode ter impactos imprevistos em locais onde houve o desaparecimento 
                dessas aves de rapina. 
                 
               
              A redução de abutres na Índia levou a consequências 
                graves, como o aumento de cães selvagens, principalmente 
                em áreas urbanas e surtos de raiva na população 
                humana, ocasionados por mordidas desses cães. Ou seja, 
                o declínio ou extinção acentuada das aves 
                de rapina pode desencadear efeitos inesperados nos ecossistemas, 
                alerta Shaw. A pesquisa destaca a importância da preservação 
                dessas espécies e ressalta a urgência de medidas 
                para garantir sua sobrevivência nos ecossistemas africanos. 
                 
               
              Criado em 2015, dentro do setor de pesquisa da Agência 
                Ambiental Pick-upau, a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza 
                atividades voltadas ao estudo e conservação desses 
                animais. Pesquisas científicas como levantamentos quantitativos 
                e qualitativos, pesquisas sobre frugivoria e dispersão 
                de sementes, polinização de flores, são publicadas 
                na Darwin Society Magazine; produção e plantio de 
                espécies vegetais, além de atividades socioambientais 
                com crianças, jovens e adultos, sobre a importância 
                em atuar na conservação das aves. 
                 
               
              Da Redação com informações de agências 
                internacionais 
                Fotos: Pixabay/Reprodução  |