24/01/2025
– Os beija-flores, conhecidos por sua agilidade e beleza,
são também exemplos fascinantes de adaptação
metabólica. Sua dieta quase exclusivamente composta por
néctar os coloca entre os vertebrados com o metabolismo
mais extremo. Cientistas têm estudado como essas aves suportam
níveis de açúcar no sangue que seriam letais
para humanos e alternam entre estados de alta energia e repouso
extremo para sobreviver.
Pesquisas recentes revelam que
os beija-flores gastam boa parte de seus dias em busca de energia.
A ecologista fisiológica Anusha Shankar, ao medir a taxa
metabólica dessas aves, descobriu que o tempo de voo varia
significativamente. Em períodos de abundância de
flores, os pássaros chegam a descansar até 70% do
dia. Porém, quando os recursos são escassos, podem
passar 13 horas diárias voando para encontrar alimento.
A dieta dessas pequenas aves é
igualmente impressionante. Para sustentar sua alta demanda energética,
eles consomem cerca de 80% do próprio peso corporal em
néctar diariamente, o que equivale a uma pessoa de 70 quilos
ingerindo quase cem garrafas de refrigerante por dia. De acordo
com o fisiologista comparativo Ken Welch, da Universidade de Toronto
Scarborough, o intestino dos beija-flores é altamente adaptado,
permitindo que os açúcares sejam absorvidos diretamente
pela corrente sanguínea de maneira extremamente rápida,
evitando desconfortos típicos em outros organismos.
Embora mantenham níveis
de glicose no sangue muito acima do que seria seguro para humanos,
os beija-flores parecem evitar os danos causados pela glicação
— processo associado a complicações como diabetes.
Welch aponta que as proteínas dessas aves possuem menos
aminoácidos suscetíveis à glicação,
além de outras adaptações metabólicas
ainda pouco compreendidas. Essas características podem,
no futuro, inspirar avanços no tratamento de doenças
humanas.
Outro truque de sobrevivência
impressionante é o estado de torpor noturno. Quando há
risco de esgotamento energético, os beija-flores reduzem
drasticamente sua temperatura corporal, chegando próximo
ao ponto de congelamento. Durante esse período, economizam
até 95% da energia, permitindo que suportem noites frias
ou períodos de baixa ingestão de alimento. Segundo
Shankar, essa estratégia também é crucial
para acumular reservas de gordura antes das migrações.
Ao amanhecer, essas aves enfrentam
o desafio de reiniciar suas atividades sem açúcar
disponível no organismo. Welch explica que os beija-flores
são extremamente rápidos em alternar entre o uso
de gordura e açúcar como fontes de energia, uma
capacidade rara e altamente eficiente. Essas descobertas destacam
a complexidade biológica dos beija-flores, que, além
de serem um espetáculo da natureza, representam um campo
rico para estudos metabólicos e biomédicos.
Criado em 2015, dentro do setor
de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau, a Plataforma
Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas ao estudo e
conservação desses animais. Pesquisas científicas
como levantamentos quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre
frugivoria e dispersão de sementes, polinização
de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine; produção
e plantio de espécies vegetais, além de atividades
socioambientais com crianças, jovens e adultos, sobre a
importância em atuar na conservação das aves.
Da Redação, com
informações de agências de notícias
Matéria elaborada com auxílio de inteligência
artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay
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