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Estratégias antidrogas aceleram desmatamento e ameaçam aves migratórias na América Central
Tráfico de cocaína e políticas de interdição impulsionam perdas florestais em áreas essenciais para centenas de espécies de aves, revelando impacto profundo na biodiversidade
 

12/03/2025 – Estudos recentes apontam que o tráfico de cocaína na América Central está diretamente relacionado a um fenômeno chamado "narco-desmatamento", no qual traficantes utilizam florestas tropicais para criar pistas de pouso, estradas e lavouras, muitas vezes usadas para lavar dinheiro obtido ilegalmente. A situação está colocando em risco dois terços das paisagens mais importantes da região, vitais para 196 espécies de aves florestais, incluindo 67 espécies migratórias.

A pesquisa, publicada na Nature Sustainability, destaca que algumas espécies migratórias, como o oriole-de-baltimore, dependem criticamente dessas áreas florestais durante o inverno. Para pelo menos 20% dessas espécies, mais da metade da população global passa a estação nessas áreas, tornando-as especialmente vulneráveis ao desmatamento.

De acordo com os pesquisadores, o impacto é particularmente grave para espécies como a ameaçada toutinegra-de-faces-douradas, com 90% de sua população global invernando em áreas afetadas pelo tráfico, e o vireo-da-filadeira, com 70% de sua população exposta.

O tráfico de drogas na região não apenas destrói habitats, mas também altera o equilíbrio ecológico. A perda dessas áreas afeta o papel essencial das aves no ecossistema, como dispersão de sementes e controle de pragas. Desde 1970, a América do Norte perdeu mais de 3 bilhões de aves reprodutoras, uma redução de 25% na população total, agravada pelo desmatamento nas áreas de invernada.

A política antidrogas vigente, focada na repressão ao fornecimento, tem contribuído indiretamente para o aumento do desmatamento. Segundo os autores, ações lideradas pelos Estados Unidos no Corredor Biológico Mesoamericano têm forçado traficantes a migrar para áreas mais remotas e ecologicamente sensíveis, incluindo zonas com altas densidades de onças-pintadas.

Reprodução/Pixabay

 



A pesquisa combinou dados da iniciativa científica participativa eBird com informações sobre áreas propícias ao tráfico de cocaína. Os resultados indicam que florestas densas, afastadas de áreas urbanas e com baixa densidade populacional, são as mais atraentes para essas atividades ilegais.

Os autores sugerem que medidas que fortaleçam o controle comunitário de áreas naturais podem ser uma solução eficaz. Estratégias como empoderar comunidades locais para monitorar e proteger suas terras podem conservar habitats críticos, reduzir a pobreza e proteger a vida selvagem.

Eles alertam que os impactos do narcotráfico vão além das questões humanas, ameaçando a biodiversidade e comprometendo os serviços ecossistêmicos essenciais para o equilíbrio ambiental. "O futuro das pessoas e da natureza está profundamente conectado", afirmam os pesquisadores.

A necessidade de integrar políticas ambientais mais robustas às estratégias de combate ao tráfico de drogas é evidente. Preservar as florestas da América Central não é apenas uma questão de biodiversidade, mas também de resiliência ecológica e bem-estar humano.

Criado em 2015, dentro do setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau, a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas ao estudo e conservação desses animais. Pesquisas científicas como levantamentos quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre frugivoria e dispersão de sementes, polinização de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine; produção e plantio de espécies vegetais, além de atividades socioambientais com crianças, jovens e adultos, sobre a importância em atuar na conservação das aves.

Da Redação, com informações de agências internacionais
Matéria elaborada com auxílio de inteligência artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay

 
 
 
 

 

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