25/04/2025
– Entre 2014 e 2016, o Alasca vivenciou o maior evento de
mortalidade de uma única espécie já registrado,
com cerca de 4 milhões de aves araus-comuns (Uria aalge)
morrendo devido à falta de alimento causada pela onda de
calor marinha chamada "A Bolha". Este fenômeno,
uma massa de água anormalmente quente no norte do Oceano
Pacífico, devastou ecossistemas marinhos e costeiros, alterando
as cadeias alimentares. Durante esse período, os araus-comuns,
aves marinhas que vivem em colônias densas nas falésias
costeiras, praticamente desapareceram de seus habitats habituais.
“Uma colônia de araus
é um lugar muito barulhento e malcheiroso, com milhares
de aves marinhas pretas e brancas amontoadas ombro a ombro nos
penhascos costeiros", afirmou Brie Drummond, bióloga
marinha do Refúgio Nacional de Vida Selvagem Marítima
do Alasca, em comunicado.
Em 2015, poucas aves araus-comuns
foram encontradas, o que resultou em falha na reprodução.
Inicialmente, acreditava-se que as aves retornariam no ano seguinte,
mas a equipe do refúgio teve que ajustar seus protocolos
devido à baixa frequência de aves e ao fracasso na
reprodução, com quase nenhuma ave colocando ovos.
Enquanto isso, carcaças começaram a aparecer nas
praias do Golfo do Alasca, e até o final de 2016, mais
de 62 mil aves mortas foram registradas, um número considerado
apenas uma fração das mortes no mar. A bióloga
Heather Renner destacou que, embora soubessem que era algo sem
precedentes, a escala do evento ainda era desconhecida.
Formada no final de
2014, "A Bolha" persistiu por dois anos, elevando as
temperaturas do oceano e desestruturando redes alimentares marinhas.
Os araus-comuns, que dependem de pequenos peixes para alimentação,
não encontraram comida suficiente, o que resultou na morte
de metade da população dessa espécie no Alasca.
Além dos impactos sobre
as aves, o fenômeno causou uma drástica queda de
80% nas populações de bacalhau-do-Pacífico
e uma diminuição significativa de peixes-forrageiros,
como o capelim, afetando as comunidades pesqueiras locais.
Sete anos após o fim do
fenômeno "A Bolha", os pesquisadores não
observaram sinais de recuperação nas populações
de araus, o que preocupa a bióloga Heather Renner. Com
números reduzidos, as colônias estão mais
vulneráveis a predadores e estresses ambientais, dificultando
ainda mais a recuperação.
A morte dessas aves é um
indicador da saúde dos oceanos, e os pesquisadores coletaram
dados por décadas para identificar eventos fora do comum.
No entanto, sem uma contagem populacional consistente, era difícil
estimar o impacto real, sendo necessário analisar os dados
de várias anos para determinar quantas aves realmente foram
perdidas.
Criado em 2015, dentro do setor
de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau, a Plataforma
Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas ao estudo e
conservação desses animais. Pesquisas científicas
como levantamentos quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre
frugivoria e dispersão de sementes, polinização
de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine; produção
e plantio de espécies vegetais, além de atividades
socioambientais com crianças, jovens e adultos, sobre a
importância em atuar na conservação das aves.
Da Redação,
com informações de agências internacionais
Matéria elaborada com auxílio de inteligência
artificial
Fotos: Reprodução/Domínio Público
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