05/12/2025
– Um estudo da UNESP e do Instituto de Pesca (2019–2022),
publicado na Ornithology Research, alerta que a presença
humana desordenada nas praias do litoral paulista ameaça
aves migratórias. Locais com menos interferência
concentram mais aves, enquanto turismo, veículos e cães
soltos afugentam os bandos e comprometem seu ciclo de vida.
Coordenado pelo professor Edison
Barbieri, com apoio dos mestrandos Karina Ávila Esparza
e Bruno Lima, o estudo monitorou 15 km de praias em Peruíbe
e Itanhaém (SP), registrando mais de 10 mil aves de 23
espécies da ordem Charadriiformes, 20 delas migratórias
do Hemisfério Norte. Barbieri alerta para um “colapso
ecológico silencioso”, causado pela ocupação
humana desordenada que expulsa as aves de áreas vitais
para descanso e alimentação.
A Praia do Tanigwá, em
área preservada da APA Marinha do Litoral Centro, destacou-se
como refúgio para aves migratórias, com alta diversidade
e abundância de espécies como a batuíra-de-bando
e o maçarico-branco. Em contraste, praias urbanizadas como
Ruínas e Gaivotas apresentaram baixos índices, com
aves mais estressadas e em constante fuga devido à intensa
presença humana, veículos, parapentes e animais
domésticos.
A Praia do Tanigwá com
trechos preservados de restinga e dunas, oferece abrigo e alimento,
especialmente no período migratório (outubro a fevereiro).
Já praias urbanizadas enfrentam distúrbios frequentes,
como presença humana (53,2%), cães soltos (17%),
veículos (12,2%) e parapentes/bicicletas (14%), ameaçando
silenciosamente a sobrevivência das aves limícolas.
Durante o estudo, foi
registrado um ataque de cães soltos a bandos de Charadrius
semipalmatus na Praia das Gaivotas, comprometendo o repouso, alimentação
e migração das aves. O estresse causado por essas
perseguições afeta diretamente o forrageamento e
a reprodução. Diante do cenário crítico,
os pesquisadores recomendam ações urgentes: criação
de zonas de exclusão temporária, controle de veículos
nas praias, campanhas de educação ambiental e fiscalização
em áreas protegidas.
Criado em 2015, dentro do setor
de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau, a Plataforma
Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas ao estudo e
conservação desses animais. Pesquisas científicas
como levantamentos quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre
frugivoria e dispersão de sementes, polinização
de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine; produção
e plantio de espécies vegetais, além de atividades
socioambientais com crianças, jovens e adultos, sobre a
importância em atuar na conservação das aves.
Da Redação, com
informações de agências de notícias
Matéria elaborada com auxílio de inteligência
artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay
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