18/12/2025
– Um novo estudo revela que populações de
diversas espécies de aves aquáticas e marinhas na
Europa estão em declínio há muito mais tempo
do que se imaginava. Ignorar dados históricos do último
século faz com que metas de conservação sejam
menos ambiciosas e subestimem a perda real de biodiversidade.
Embora o monitoramento moderno, iniciado nos anos 1970, ofereça
informações precisas sobre as populações
atuais, ele não reflete plenamente o impacto acumulado
de décadas anteriores de degradação ambiental.
Pesquisadores do Tour du Valat
e da Universidade de Turku analisaram mais de 100 anos de dados
sobre 170 espécies de aves aquáticas e marinhas,
revelando que ignorar os declínios históricos distorce
a linha de base para cerca de 40% delas. O estudo mostra que adotar
a década de 1970 como referência normaliza um cenário
já degradado. Segundo Thomas Galewski, restaurar as populações
aos níveis dessa época é insuficiente —
as políticas de conservação precisam considerar
uma escala temporal de pelo menos um século para serem
realmente eficazes.
Algumas espécies de aves,
como a andorinha-do-mar-preta e o codornizão, vêm
diminuindo há mais de um século e devem ser prioridade
na conservação. Apesar de políticas internacionais
e europeias desde a década de 1970, 61 das 170 espécies
estudadas continuam em declínio. Entre as principais causas
estão a destruição de habitats, agricultura
intensiva, pesca predatória, poluição e caça
ilegal, agravadas pelas mudanças climáticas, que
intensificam as pressões sobre os ecossistemas.
Espécies como
o flamingo-grande e o corvo-marinho-grande se recuperaram na Europa
graças a medidas de proteção e monitoramento
de habitats, exemplificando sucessos de conservação.
No entanto, muitas aves ainda perderam grande parte de sua distribuição
histórica e não recuperaram os números do
início do século XX. Segundo Galewski, o monitoramento
contínuo é essencial para evitar a “síndrome
da linha de base variável” e impedir que a sociedade
normalize um mundo ambientalmente empobrecido.
Saiba mais: Elie Gaget et al.,
Mudando a linha de base para a conservação de aves
aquáticas e marinhas na Europa: avaliação
de risco ao longo de um século, Biodiversidade e Conservação
(2025). DOI: 10.1007/s10531-025-03155-1
Criado em 2015, dentro do setor
de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau, a Plataforma
Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas ao estudo e
conservação desses animais. Pesquisas científicas
como levantamentos quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre
frugivoria e dispersão de sementes, polinização
de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine; produção
e plantio de espécies vegetais, além de atividades
socioambientais com crianças, jovens e adultos, sobre a
importância em atuar na conservação das aves.
Da Redação,
com informações de agências internacionais
Matéria elaborada com auxílio de inteligência
artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay
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