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Querem nos controlar: Prefeito e secretário do Verde e Meio Ambiente têm bens bloqueados

28/11/2011 - O prefeito Gilberto Kassab juntamente com Eduardo Jorge (Secretário Municipal do Verde e Meio Ambiente), seis empresas, entre elas a CCR e a Controlar e mais 13 empresários são acusados de participação na fraude bilionária do contrato de inspeção veicular de São Paulo.

A Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social entrou com uma ação pedindo o bloqueio dos bens, perda dos direitos políticos, além da condenação por improbidade administrativa dos envolvidos no escândalo.

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O valor da causa é de R$ 1,05 bilhão, de acordo com os promotores Roberto de Almeida Costa e Marcelo Daneluzzi. Além disso, a ação pede a imediata suspensão da inspeção veicular, a devolução do dinheiro das multas aplicadas aos moradores de São Paulo e uma indenização por danos morais aos donos dos veículos.

Segundo o MPE, o problema não é a inspeção em si, mas sim a maneira como foi aplicada na cidade. Desde o contrato com a empresa Controlar até as consecutivas prorrogações dele teriam ocorrido por meio de fraudes. Acredita-se que tenham apresentados garantias, documentos e informações falsas, além de fraudes tributárias e fiscais, diz a investigação. A ação foi apresentada no Fórum Helly Lopes Meireles, sede das Varas da Fazenda Pública de São Paulo.

A Controlar afirmou que ainda não foi notificada quanto à ação civil pública apresentada pelo Ministério Público. De acordo com a empresa, todos os esclarecimentos pedidos pela Promotoria foram prestados comprovando a "lisura na implementação e no cumprimento do contrato de concessão."

Dentre os benefícios mencionados pela Controlar, estão uma economia de R$ 78 milhões para o sistema de saúde municipal devido às reduções na poluição geradas pelos automóveis.

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SUSPEITA DE FRAUDE
A informação transmitida pelo jornal Estado de São Paulo e confirmada pela Assessoria de Imprensa do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), diz que nos autos que somam 50 volumes, o Ministério Público pede a perda dos direitos políticos e a condenação por improbidade administrativa.

Segundo o MP, a ação mostra nulidades da concorrência vencida em 2005 pelo Controlar. Além de apontar a inabilitação técnica, econômica e financeira do Consórcio Controlar na execução do contrato, fraudes na mudança do controle acionário na formação do capital social da Controlar, inconstitucionalidades nas leis municipais na inspeção veicular e várias outras irregularidades que tornaram nulo o contrato e seus aditivos.

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Eles pedem a imediata suspensão da inspeção veicular, devolução dos valores cobrados nas multas e indenização por danos morais aos donos dos veículos.

O Ministério Público procura responsabilizar Hélio Neves (chefe do gabinete da Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente) que tem a incumbência de acompanhar a efetivação do contrato e, de Félix Castilho, assessor jurídico, que poderia ter dado aparente legalidade aos atos ilegais, desconhecendo os pareceres precedentes contrários das suas Assessorias Técnica e Jurídica e decisões do Tribunal de Contas do Município.

Na concepção dos promotores, os processos administrativos evidenciaram ingerência administrativa do prefeito na autonomia da Procuradoria Geral do Município e também na resistência quanto ao atendimento das sugestões do Tribunal de contas nos anos de 2007 até 2011 indicando irregularidades no negócio, por isso o pedido de afastamento do prefeito.

Os promotores também solicitam a responsabilização dos agentes públicos, das empresas e dos empresários envolvidos, baseados na lei de improbidade administrativa, que presume a perda do cargo e direitos políticos e outras sanções. Além de reparar a perda gerada nos cofres do Município.

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Outro lado

Em nota à imprensa, a Controlar disse que não foi notificada pela ação movida contra ela (até o fechamento desta matéria) e que apresentou informações ao Ministério Público durante a investigação "comprovando, por meio de documentação, a lisura na implementação e no cumprimento do contrato de concessão".

A empresa ainda afirmou na nota que a sua atuação na inspeção veicular da cidade de São Paulo é "baseada em princípios de honestidade, ética, transparência e respeito à população".

Finalizando, ela declara que está disponível para esclarecimentos ao MP e que a inspeção veicular trouxe muitos benefícios à cidade, "entre eles uma economia de R$ 78 milhões para o sistema de saúde".

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A prefeitura de São Paulo também disse, por meio de nota, que não foi comunicada pelo Judiciário, destacando que o processo de contratação da empresa Controlar seguiu a legislação.

Também por meio de nota à imprensa, a CCR alegou que em 2009, arrematou 45% da empresa Controlar do acionista majoritário da empresa. De acordo com a CCR, a finalização da compra aconteceu um ano e meio depois do início da inspeção veicular na cidade.

Ela também informou que não foi notificada oficialmente e por fim disse que se trata de uma empresa de capital aberto, com ações na BM&F e na Bovespa e "se tornou referência como modelo de governança corporativa e transparência em suas relações com os investidores, usuários e o público em geral".

BENS BLOQUEADOS

Domingos de Siqueira Frascino, juiz da 11ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, decidiu que haverá uma nova licitação para contratação de uma empresa para a inspeção veicular em São Paulo. E que também haverá a suspensão do contrato da Prefeitura de São Paulo com a empresa Controlar. Ele recusou o pedido do MP de afastamento do prefeito Gilberto Kassab, mas determinou o bloqueio dos bens dele e dos outros envolvidos no escândalo, a fim de garantir uma eventual indenização.

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"Para salvaguarda dos valores que os requeridos devem restituir, bem como pela multa civil a que se sujeitam, determino a indisponibilidade dos bens de todos os réus, até o limite (de R$ 1,1 bilhão) estabelecido pela inicial (...) e o bloqueio de veículos e imóveis registrados em nome dos réus", descreve a sentença.

A empresa Controlar alegou que “foi surpreendida” pela decisão e a avalia "precipitada, tendo em vista a complexidade do assunto e o volume de documentos envolvidos". Ela assegura que "adotará todas as providencias cabíveis para a proteção dos seus direitos e provará judicialmente que a decisão proferida não é compatível com os fatos e documentos já apresentados." Em nota a Controlar "reitera à população que o serviço de inspeção ambiental veicular continuará a ser realizado normalmente conforme o contrato de concessão."

De acordo com a Prefeitura de São Paulo, não aconteceram irregularidades e disse que vai tomar todas as medidas judiciais cabíveis.

A inspeção veicular continua valendo, por determinação da sentença. "Não cabe suspender a prestação do serviço, por significar relevante instrumento de controle de poluição ambiente, com evidentes benefícios à saúde de todos os que circulam por este Município, e com significativos ganhos de eficiência no consumo de combustíveis", afirmou o juiz na sentença.

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"O cumprimento integral do contrato constitui uma temeridade, por serem muito graves os vícios elencados, daí merecer o reconhecimento da nulidade da manutenção e execução do contrato 34/SVMA/95, e respectivos aditivos, e por isto a municipalidade deverá promover a abertura de nova licitação para tal objeto no prazo de 90 dias, e escolhida por tal meio a empresa vencedora, tratar de rescindir o contrato em comento, tão logo a empresa vencedora se encontre apta a executar o objeto."

O juiz rejeitou o afastamento de Kassab. "Desnecessário o afastamento dos servidores públicos, pois esta demanda se firma essencialmente em matéria documental, que foi colhida em profusão nos anos de trâmite do inquérito civil que instrui esta demanda, de modo que a permanência deles nos cargos não trará prejuízo à instrução do feito."

O processo licitatório que gerou a contratação da Controlar foi estabelecido “de forma irregular, através de fraudes e simulações que atentam contra o edital e o contrato, que nunca foi cumprido”, de acordo com o MP. “As exigências do edital e do próprio contrato foram relevadas pelos agentes públicos, em benefício da empresa Controlar S.A., seus gestores e acionistas, com a quebra dos princípios da vinculação ao edital, da impessoalidade, da isonomia”, dizem os promotores.

O afastamento de Kassab foi pedido porque "os processos administrativos demonstram ingerência do prefeito na autonomia da Procuradoria Geral do Município, bem como em virtude da resistência em atender as recomendações do Tribunal de Contas que, nos anos de 2007, 2008, 2009, 2010 e 2011, apontou irregularidades no negócio".

'TUDO ERRADO'

Gilberto Kassab e Eduardo Jorge reativaram, em 2007, um contrato para inspeção veicular com muitas irregularidades, ignorando os pareceres do Tribunal de Contas e dos Técnicos do Município.

Um dos motivos que ia contra essa decisão estava o tempo desde que a empresa foi contratada e sua condenação por improbidade administrativa exatamente neste contrato. Fato que levou mais de dez anos.

A indicação interna é a realização de uma nova licitação.

Os promotores descreveram, nas 596 páginas da ação, inúmeras irregularidades na contratação da Controlar, desde 2005. Entre as irregularidades, eles citam a falta de "capacitação técnica econômica e financeira" da Controlar.

"Se você perguntar o que está errado nesse contrato, eu lhe digo: tudo. Está tudo errado. Esse contrato é uma fraude", afirmou Costa.

O Ministério Público também acha que o valor de R$ 61,98 cobrado anualmente pela inspeção veicular, obrigatória em São Paulo, é alto demais.

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EXPEDIENTE COMUM

Segundo o diretor-executivo da Agência Ambiental Pick-upau, a Secretaria do Verde e Meio Ambiente tem inúmeros problemas de gestão e alguns casos de improbidade administrativa já haviam sido identificados, mas o caso da inspeção veicular impressiona. “Há muitos problemas na SVMA, há vícios do poder público que jamais poderiam acontecer, mas a gestão do atual secretário é um caos. Já questionamos vários procedimentos desta secretaria nos últimos anos, mas o caso da inspeção veicular não surpreende pela ação em si, mas pelo tamanho do prejuízo, caso ele de fato seja constatado”, diz o diretor.

Para Andrade, falta de capacidade técnica, nomeações equivocadas ou no mínimo curiosas, procedimentos incompatíveis com o serviço público e ausência de conceitos básicos da legalidade são identificados sistematicamente na SVMA. “A sensação de impunidade e o abuso de poder dentro da secretaria são evidentes, temos inúmeros ofícios emitidos e assinados por integrantes do alto escalão da secretaria que demonstram isso. Já a falta de capacidade técnica em vários setores, como no Fundo Especial para o Meio Ambiente – FEMA, beira o constrangimento, são pessoas sem nenhum discernimento técnico exercendo funções vitais dentro do órgão”, completa Andrade.

O diretor-executivo do Pick-upau lembra ainda de uma audiência ocorrida há alguns meses na secretaria, onde os advogados do Pick-upau questionaram um procedimento incorreto da SVMA sobre um processo. O jurista da organização disse que o ato cometido (assinado) por uma diretora da secretaria poderia ser uma improbidade administrativa. Parte dos presentes reconheceu o erro, mas nada foi feito a respeito. A diretora do Fundo Especial para o Meio Ambiente, Helena Magoso, disse durante a reunião sua opinião sobre os ativistas “... Esses meninos são muito impetuosos”, referindo-se a integrantes do Pick-upau. Outra funcionária, que não quis se identificar, disse ao intervalo da reunião, que se eles (ativistas do Pick-upau) fossem mais maleáveis eles conseguiriam muitas coisas aqui (na secretaria). “Se chamar os ativistas do Pick-upau de impetuosos, significa não compactuar de procedimentos equivocados e não aceitar os desmandos da secretaria nos atos de seus dirigentes vou encarar isso como um elogio”, finaliza o diretor. Atualmente a organização questiona esses procedimentos na justiça.

COMUNICADO À IMPRENSA
Controlar

A Controlar, concessionária responsável pela inspeção ambiental veicular na cidade de São Paulo, informa que até o momento não foi notificada sobre a ação civil pública protocolada hoje pelo Ministério Público Estadual.

A concessionária prestou em diversas ocasiões todos os esclarecimentos solicitados pela promotoria, comprovando, por meio de documentação, a lisura na implementação e no cumprimento do contrato de concessão.

A empresa reitera que toda sua atuação tem sido baseada em princípios de honestidade, ética, transparência e respeito à população. A Controlar permanece à disposição para prestar todos e quaisquer esclarecimentos solicitados pelo Ministério Público, pois acredita que a apuração rigorosa dos fatos comprovará a regularidade da implantação do Programa em São Paulo.

Reprodução

A inspeção ambiental veicular é realizada com os mais altos padrões técnicos e já demonstrou grandes benefícios para a cidade com a redução da poluição veicular, entre eles uma economia de R$ 78 milhões para o sistema de saúde.
Assessoria de Comunicação da Controlar

COMUNICADO À IMPRENSA
Prefeitura

A Prefeitura de São Paulo informa que não foi comunicada pelo Poder Judiciário. Mas, reafirma que a contratação do Consórcio Controlar, responsável pelo Programa de Inspeção Veicular na Cidade de São Paulo, seguiu rigorosamente a legislação em vigor com total transparência.
"A Prefeitura de São Paulo tomará as medidas judiciais que julgar oportunas e reafirma que a contratação do Consórcio Controlar, responsável pelo Programa de Inspeção Veicular na Cidade de São Paulo, seguiu rigorosamente a legislação em vigor. A implantação do programa foi feita de forma totalmente transparente e a Prefeitura forneceu as informações necessárias sempre que foi solicitada, inclusive pelo Ministério Público. A Prefeitura de São Paulo não foi comunicada pelo Poder Judiciário sobre a ação proposta pelo Ministério Público e se mantém à disposição para prestar todos os esclarecimentos que forem requeridos. O Programa de Inspeção Veicular obrigatória, iniciado em 2008, é um dos principais avanços obtidos pela cidade para a melhoria da qualidade de vida e de saúde da população. São Paulo foi pioneira nessa iniciativa, que ensejou, em novembro de 2009, a determinação pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) das regras para a adoção da inspeção em todo o território brasileiro. O acerto da Inspeção Veicular pode ser comprovado com base na pesquisa Impacto em Saúde - Um ano de Inspeção de Veículos a Diesel no Município de São Paulo, de autoria de um grupo de pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP, que concluiu que só a fiscalização de veículos movidos a diesel em 2010 levou a uma melhora ambiental que evitou 250 mortes e 298 internações. Se computados carros e motos, com certeza este número seria muito maior."
Assessoria de Comunicação da PMSP

COMUNICADO À IMPRENSA
CCR

Reprodução

A CCR é uma das maiores empresas de concessão de infraestrutura do mundo, com negócios em concessão de rodovias, mobilidade urbana e serviços. A companhia esclarece que não foi notificada oficialmente sobre a ação pública protocolada hoje pelo Ministério Público Estadual.

A empresa ressalta que adquiriu 45% da Controlar em 2009, por meio de um processo estruturado e competitivo de venda privada pelo acionista majoritário da época. Este processo foi concluído cerca de um ano e meio após o início do programa de inspeção veicular ambiental na cidade de São Paulo.

Companhia de capital aberto, atualmente com 48,78% de ações no Novo Mercado, a CCR foi pioneira nesse segmento da Bolsa de Valores de São Paulo. Em mais de 12 anos de atuação, a empresa se tornou referência como modelo de governança corporativa e transparência em suas relações com os investidores, usuários e o público em geral.
Assessoria de Comunicação da CCR

Da Redação
Com informações das agências de notícias
Fotos: Reprodução

 
 
 
 

 

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