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Barulho e iluminação alteram hábitos e sucesso da reprodução das aves
Poluições sonoras e luminosas afetam o desenvolvimento de espécies e isso pode trazer sérios danos ao meio ambiente


02/12/2020 – Uma nova pesquisa publicada na revista Nature traz um panorama mais abrangente de como o ruído e a poluição luminosa causada pelo ser humano estão afetando as aves na América do Norte. Para os pesquisadores esses fatores podem se relacionar ou até disfarçar os impactos das mudanças climáticas.

Pesquisas recentes sugerem que populações de aves foram reduzidas em mais de 30% nas últimas décadas. Para reverter esse cenário, cientistas e donos de grandes áreas precisam compreender o que tem causado esse declínio.

Alguns fatores como a poluição sonora e luminosa não eram considerados para a determinação do declínio das aves e mesmo na saúde desses animais. Entretanto, novos estudos trouxeram evidências que esses fatores estão prejudicando as aves e agora esse cenário tornou-se continental.

Reprodução/Pixabay

 



"Nosso estudo fornece a evidência mais abrangente de que o ruído e a luz podem alterar profundamente a reprodução das aves, mesmo quando contabilizando outros aspectos das atividades humanas", disse Clint Francis, biólogo da California Polytechnic State University e um dos principais autores do estudo à Revista Phys.

Os cientistas avaliaram uma grande coleção de dados, incluindo informações coletadas por cientistas cidadãos, pessoas comuns que dedicam parte de seu tempo para reunir informações sobre aspectos da natureza, como a observação e a contagem de aves. Por meio do Programa NestWatch, essas pessoas reuniram informações para avaliar e entender como a luz e o ruído afetaram o desenvolvimento e o sucesso de 58.506 ninhos, de 142 espécies, na América do Norte. Entre as considerações levantadas estão a época do ano em que houve a reprodução e se houve a fuga do ninho por pelo menos um filhote.

Pesquisadores já sabem que as aves cronometram sua reprodução para que elas ocorram com o ápice da oferta de alimentos para seus filhotes. Essas espécies utilizam sinais da luz do dia para reproduzirem na mesma época do ano. A partir desse conhecimento, os pesquisadores descobriram que a poluição luminosa obrigava as aves a iniciarem sua nidificação até um mês antes do normal, em locais com paisagem aberta como pântanos e pastagens e até 18 dias antes em ambientes florestais. Entre as consequências dessa precocidade da nidificação pode ser a incompatibilidade de tempo entre os filhotes famintos e a disponibilidade de alimentos nos ambientes. Quando isso ocorre os ninhos que surgirem no inicio da estação podem ter menos sucesso e isso pode piorar com impactos das mudanças climáticas.

Reprodução/Pixabay

 



Conforme as temperaturas aumentam e o planeta aquece, a oferta de alimento para as aves surge mais cedo. Desta forma, as aves que mantêm seus tempos normais de reprodução, porque seus relógios biológicos estão configurados para mudanças na duração do dia, podem ter menos filhotes sobrevivendo, visto que, a oferta de alimentos passa a ser inconstantes.

"Descobrimos que as aves que avançaram o tempo de sua reprodução em resposta ao aumento da poluição luminosa, na verdade, têm melhor sucesso reprodutivo", disse Francis. "Uma interpretação provável dessa resposta é que a poluição luminosa realmente permite que essas aves 'alcancem' a mudança em direção à disponibilidade antecipada de alimentos devido às mudanças climáticas", diz à Phys.

As descobertas dessa nova pesquisa apontam duas conclusões sobre como as aves respondem às mudanças climáticas. A primeira observação é que as aves que vivem em ambientes naturais mais escuros, mas impactadas por poluição luminosa, conseguem rastrear melhor as mudanças climáticas. A segunda ressalva é que ao invés do que os pesquisadores achavam que as aves estavam conseguindo ajustar seu tempo reprodutivo às mudanças climáticas, elas na verdade podem responder aos sinais luminosos porque diversos estudos foram realizados em áreas expostas a algum tipo de poluição luminosa.

Reprodução/Pixabay

 



Já sobre a poluição sonora, o estudo apresenta resultados em que as aves que vive em ambientes florestais tendem a ser mais sensíveis ao ruído do que aquelas que vivem em ambientes abertos e mais expostos. A pesquisa focou a análise mais detalhada em 27 espécies com características físicas que pudessem explicar e determinar as variações nos resultados dessas espécies à luz e ao ruído. Segundo os pesquisadores, a habilidade de uma ave de enxergar pouca luz e o tom de sua vocalização está relacionada à resposta das espécies à poluição luminosa e sonora respectivamente.

Os pesquisadores verificaram que quanto mais luz o olho de uma ave é capaz de captar, mais essa espécie altera seu período de reprodução, em resposta à poluição luminosa e consequentemente essa espécie teve melhores resultados nos ninhos impactados com a poluição luminosa. A poluição sonora causou atraso na nidificação de aves com vocalização de frequência mais baixa, ou seja, mais difíceis de ouvir através do ruído humano de baixa frequência. Como se sabe as espécies fazem suas escolhas de acasalamento e reprodução a partir de suas vocalizações. Entre muitas espécies, as fêmeas precisam ouvir essa vocalização para se tornarem fisicamente prontas para a procriação.

Segundo os pesquisadores, os resultados específicos de características de espécies e ambientes possuem fortes implicações para o manejo de áreas naturais. "Mostramos de forma convincente para muitas espécies que a poluição sonora e luminosa está tendo fortes efeitos nas populações selvagens. Se houver uma proposta de desenvolvimento e os administradores de terras estiverem preocupados com uma ave sobre a qual não têm informações, eles podem usar este estudo para ver esse desenvolvimento pode afetar a espécie. É uma ave da floresta? Em caso afirmativo, é provável que seja mais sensível à luz e ao ruído", disse Francis.

Essa pesquisa é o primeiro passo em direção a um objetivo maior para desenvolver um índice de sensibilidade para todas as aves encontradas nos Estados Unidos. Com esse índice será possível cruzar várias características físicas de uma espécie para verificar como impactos da poluição sonora e luminosa podem afetar essas espécies e seu desenvolvimento o que poderá também implicar alterações nos habitats e paisagens.

Criado em 2015, dentro do setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau, a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas ao estudo e conservação desses animais. Pesquisas científicas como levantamentos quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre frugivoria e dispersão de sementes, polinização de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine; produção e plantio de espécies vegetais, além de atividades socioambientais com crianças, jovens e adultos, sobre a importância em atuar na conservação das aves.

Da Redação, com informações da Revista Phys
Fotos: Reprodução/Pixabay

 
 
 
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