12/12/2025
– A proteção da vida selvagem e a gestão
das florestas sempre foram tarefas desafiadoras, especialmente
nas montanhas de Sierra Nevada, na Califórnia, onde os
administradores enfrentam o dilema de evitar incêndios florestais
destrutivos sem afetar as espécies locais. Métodos
tradicionais de monitoramento demandam muito tempo e esforço,
dificultando a coleta de dados necessários para orientar
as ações de conservação. No entanto,
cientistas introduziram uma solução inovadora ao
utilizar milhares de microfones e aprendizado de máquina
avançado para monitorar aves florestais em vastas áreas.
Essa abordagem inovadora oferece
detalhes sem precedentes, ajudando a equilibrar a conservação
com o manejo florestal. Um estudo recente destaca como a tecnologia
bioacústica pode transformar o monitoramento da vida selvagem
e melhorar a tomada de decisões para o futuro das florestas.
Liderado pelos pesquisadores do Centro de Bioacústica de
Conservação K. Lisa Yang, da Universidade Cornell,
o estudo analisou mais de 700.000 horas de sons de aves, com microfones
instalados em 1.600 locais que cobrem cerca de seis milhões
de acres de floresta. O objetivo era monitorar dez espécies
chave, como corujas e pica-paus, que indicam a saúde das
florestas.
Essas espécies são
fundamentais para entender mudanças no ambiente, pois seus
chamados ajudam os cientistas a avaliar o impacto das condições
da floresta na vida selvagem. Kristin Brunk, autora principal
do estudo, destacou que a abrangência da cobertura e a possibilidade
de observar as espécies em diversos locais permitem tirar
conclusões poderosas a partir da rede de dados coletados.
Para analisar os vastos
dados coletados, os cientistas utilizaram o BirdNET, um algoritmo
de aprendizado de máquina capaz de identificar automaticamente
os chamados das aves. Isso permitiu reconhecer diferentes espécies
e entender sua relação com as condições
ambientais. O estudo investigou como fatores como densidade de
árvores e cobertura de dossel influenciam as populações
de aves, variáveis que também são consideradas
por gestores florestais ao tomar decisões de conservação.
Conectar a atividade dos pássaros com as condições
do habitat oferece uma ferramenta essencial para orientar estratégias
de manejo florestal.
Ao mapear os habitats das aves,
os pesquisadores ajudam os gestores florestais a tomar decisões
mais informadas, especialmente ao reduzir os riscos de incêndios
florestais por meio de queimadas controladas e desbaste florestal.
Sem um planejamento adequado, essas ações podem
afetar negativamente as populações de aves. Connor
Wood, pesquisador-chefe do Centro K. Lisa Yang, destacou que a
pesquisa permite entender as populações de pássaros
no contexto das condições florestais, ajudando a
restaurar a resiliência dos ecossistemas.
Monitorar a vida selvagem em uma
área tão vasta seria quase impossível com
métodos tradicionais, que exigem grande investimento de
tempo e recursos. O monitoramento acústico passivo, por
outro lado, oferece uma solução mais eficiente e
econômica. Kristin Brunk destacou que o custo-benefício
desse sistema é incomparável ao de biólogos
coletando dados manualmente. Esse método permite monitoramento
contínuo e de longo prazo, sem a necessidade de grandes
equipes, e oferece dados valiosos para acompanhar mudanças
nas populações de aves e entender a evolução
das florestas sob diferentes estratégias de manejo.
O sucesso deste estudo vai além
da Sierra Nevada, na Califórnia, pois os pesquisadores
acreditam que o monitoramento bioacústico pode ser aplicado
em outras regiões com desafios de conservação
semelhantes. Essa tecnologia oferece insights valiosos sobre populações
de vida selvagem e condições de habitat, podendo
ser adaptada por cientistas e gestores florestais globalmente.
Kristin Brunk destacou que essa abordagem é um modelo de
como o monitoramento acústico passivo pode apoiar a gestão
ambiental. É especialmente útil em áreas
de difícil acesso, como florestas remotas, reservas protegidas
e até espaços urbanos, permitindo a coleta de grandes
volumes de dados com mínima interferência humana,
o que a torna uma ferramenta promissora para esforços de
conservação mundial.
A integração de
tecnologia avançada com práticas de conservação
é um grande avanço. Ouvir os sons da floresta ajuda
os cientistas a entender como as populações de pássaros
respondem às mudanças ambientais. Connor Wood afirmou
que, ao combinar novas tecnologias com as necessidades práticas
de gestão, estão sendo criadas ferramentas para
proteger florestas e vida selvagem durante um período de
mudanças rápidas. A pesquisa, realizada em colaboração
com várias instituições acadêmicas
e o US Forest Service, destaca o papel crescente da tecnologia
na conservação. O estudo foi publicado na revista
Frontiers in Ecology and the Environment.
Criado em 2015, dentro do setor de pesquisa da Agência Ambiental
Pick-upau, a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades
voltadas ao estudo e conservação desses animais.
Pesquisas científicas como levantamentos quantitativos
e qualitativos, pesquisas sobre frugivoria e dispersão
de sementes, polinização de flores, são publicadas
na Darwin Society Magazine; produção e plantio de
espécies vegetais, além de atividades socioambientais
com crianças, jovens e adultos, sobre a importância
em atuar na conservação das aves.
Da Redação, com
informações de agências internacionais
Matéria elaborada com auxílio de inteligência
artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay
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