Juína (27/12/11)
- Como reação imediata aos dados de satélites
que apontaram o Mato Grosso como o vice-campeão
dos desmatamentos na Amazônia Legal (o Pará
figura em primeiro lugar na lista), uma das frentes de
trabalho deflagradas pelo Ibama no início deste
mês foi a Operação Custódia
Juína V/ Guardiões da Amazônia. Agentes
Ambientais Federais de Minas Gerais, do Tocantins e do
Rio Grande do Norte foram convocados para se integrarem
às equipes de Cuiabá, de Juína e
de Aripuanã que atuaram durante duas semanas, na
região de Colniza e de Juara, extremo noroeste
do estado.
Durante esse período, os agentes aplicaram mais
de R$ 3,5 milhões de reais em multas e embargaram
mais de 700 hectares de áreas desmatadas ilegalmente
(correspondente a 700 campos de futebol). Com o começo
do período das chuvas na região amazônica,
bioma característico do norte do Mato Grosso, choveu
na maioria dos dias da operação. Para chegar
às áreas e conter o avanço das motosserras,
os agentes enfrentaram muito atoleiro nas estradas de
chão precárias, num raio de 150 quilômetros
a partir do centro de Colniza, e na região de Paranorte
e assentamento Vale do Arinos (distritos de Juara). Nos
pontos de difícil acesso, foi preciso deixar as
viaturas e andar quilômetros a pé para se
alcançar os desmates.
De acordo com o chefe
da fiscalização do Ibama em Juína,
Edilson Paz Fagundes, a região de Colniza sofre
grande pressão ambiental, sobretudo relacionada
à extração ilegal de madeiras na
região conhecida como Três Fronteiras, divisa
com os estados do Amazonas e Rondônia. Ele também
observa que "a falta de licenciamento e de regularização
fundiária dos empreendimentos torna-se outro grande
problema para a fiscalização localizar e
autuar os infratores". Porém, a persistência
dos agentes em identificar os responsáveis pelas
derrubadas levou à autuação de muitos
infratores. Outras áreas onde não foi encontrado
ninguém estão em processo de investigação.
De
acordo com o coordenador da operação Custódia
Juína V Guardiões da Amazônia em Colniza,
Rodrigo Figueiredo Calazans, apesar das dificuldades,
o Ibama tem marcado presença contínua nessa
região. "Mesmo no fechamento do ano procuramos
dar uma resposta rápida à sociedade por
deslocar de pronto as equipes para as áreas indicadas
pelos sistemas de detecção em tempo real",
enfatiza Calazans.
Ibama /MT
Fotos: Kezia Pereira Macedo - Ibama