Deputados estaduais contrários à venda do Parque
Estadual das Fontes do Ipiranga (PEFI) uniram-se à Agência
Ambiental Pick-upau e, na segunda-feira (10), promoveram uma concorrida
audiência pública no Plenário José
Bonifácio da Assembleia Legislativa do Estado de São
Paulo (Alesp). O governador Geraldo Alckmin, autor da proposta
de repassar à iniciativa privada uma área de Mata
Atlântica superior a 800 mil metros m², não
compareceu à reunião e não mandou representante.
Os protestos de ambientalistas, políticos e moradores
do Ipiranga e bairros vizinhos estendem-se desde 17 de outubro,
quando Alckmin enviou um comunicado à Alesp, no qual pede
votação em caráter de urgência do projeto
de lei 604/2012. Ele explica que a Fazenda Pública está
autorizada a fazer a desafetação do terreno em que
atualmente estão instalados a Secretaria da Agricultura
e Abastecimento do Estado de São Paulo, o Instituto Geológico,
o Centro de Esportes, Cultura e Lazer e o 3º Batalhão
de Polícia Militar Metropolitano (BPM/M), além do
Centro de Exposições Imigrantes.
Reprodução/Jabaquara
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A Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional, autora
dos estudos preliminares, tenciona transformar um patrimônio
da humanidade em um grande espaço para feiras, festas e
shows artísticos. É plano do órgão
é fazer novos pavilhões no centro de exposições,
a fim de ampliar o número de eventos simultâneos,
construir um hotel cinco estrelas e um espaçoso centro
comercial “Nós não somos contra a concessão,
mas sim contra forma como ela vem sendo feita”, pondera
a presidente Andrea Nascimento, da ONG Pick-upau. “Existe
uma espécie de competição, quando a Secretaria
do Planejamento cria um projeto para aumentar o centro de exposições,
por entender que ele é pequeno para uma cidade do porte
de São Paulo, e porque estaríamos perdendo para
o Rio de Janeiro e Buenos Aires”, observa.
Reprodução/Jabaquara
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Na mesa Julio Andrade, diretor-executivo
do Pick-upau; Zico Prado, deputado do PT; Carlos Giannazi,
deputado do PSOL; Beto Trícoli, deputado do PV
e Fernanda Bandeira de Melo, presidente do CONDEPHAAT.
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Os deputados presentes deixaram claro que vão convencer
suas bancadas e não votar o projeto de lei 604/2012. “Não
podemos levar a apreciação um projeto de lei que
não especifica o prazo de início das obras e a data
em que o empreendimento será entregue”, critica o
deputado Beto Trípoli (PV). A mediação foi
do deputado Carlos Giannazi (PSOL). “Recomendo ao governo
do Estado retirar esse projeto, pois a bancada do PT (Partido
dos Trabalhadores) não vai levá-lo à votação”,
sugere Zico Prado. “O projeto ainda não entrou na
pauta de votação e, se depender de nós, não
vai entrar nunca”, preocupa-se o líder do PT. Ele
determina que para levar o projeto de lei à votação,
o governador Alckmin tem de abrir “um amplo debate com a
sociedade, e expor todos os interesses que há por trás
disto”.
Do Jabaquara News
Reprodução