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Aquaride
Iporanga - São Paulo
 
Bóia-Cross ou Acqua Ride tanto a expressão americanizada quanto a mais criativa querem dizer a mesma coisa: diversão certa. Como se vê na seqüência de fotos abaixo é praticado em corredeiras, onde utiliza-se uma bóia de caminhão amarrada de forma a deslizar sobre a água. É claro que na teoria é bem simples, mas como o nosso amigo demonstra nas fotos, na prática são outros quinhentos. Dá-lhe bóia. Durante a descida do rio o praticante deita-se de peito sobre a bóia com a cabeça na extremidade frontal da bóia e os pés na parte posterior, praticamente dentro d'água.

Esta atividade que é totalmente brasileira nasceu na década de 70, no vale do Ribeira, mais precisamente no Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira - PETAR, onde grupos de espeleólogos (pessoas que estudam formações de cavernas) paulista freqüentavam a região;


O PETAR é também conhecido por sua grande concentração de cavernas. Segundo os espeleólogos da SBE - Sociedade Brasileira de Espeleologia -, eles sempre levavam bóias de caminhão a fim de transportar equipamentos pesados dentro das cavernas que possuem trechos com águas profundas, como é o caso da caverna Santana, e geralmente antes de voltarem para a capital paulista, eles se
reuniam em uma ponte que cruzava o rio Bethary em direção a caverna Alambari de Baixo (o mesmo local das fotos). Eles utilizavam as bóias para ficarem flutuando no poço da ponte, e cada vez iam mais longe no rio, até que a diversão foi se espalhando entre outros grupos de espeleólogos e também entre crianças e outros moradores do Bairro da Serra.

Mas essa diversão atraiu um antigo morador do vale do ribeira, o Sr. Mateus, que em 1984 realizou o primeiro campeonato de Bóia-Cross. A partir daí todos os anos no carnaval é realizado o Campeonato Brasileiro de Acqua Ride. Além dos praticantes de fim de semana, hoje na região, existe um grande número de pessoas que vão ao PETAR para praticar o Bóia-Cross como mais um esporte radical.

Em 1998, o até então Clube Acqua Ride de Jundiaí, se transformou em Associação Brasileira de Acqua Ride - ABAR, que hoje assume toda a responsabilidade de levar
adiante o esporte que está sendo reconhecido pela Confederação Paulista e Brasileira de Canoagem, dando ao Acqua Ride a profissionalização e reconhecimento como esporte. O que para nós amantes da natureza e das coisas boas da vida não muda muita coisa, afinal para nós, basta uma bóia que a diversão é consequência.

EQUIPAMENTOS NECESSÁRIOS PARA PRÁTICA DO BÓIA-CROSS
 

BÓIA - é utilizada uma câmara de ar de caminhão, amarrada de forma a perder o formato de círculo, sendo de uso individual. Para termos uma boa amarração o ideal é não deixar que circule ar no interior da bóia; para amarrar a bóia utiliza-se uma fita ou corda em formato de anéis que apertam as laterais da bóia com nó único, que será prensado no meio da bóia depois de cheia. O tamanho varia de acordo com o da pessoa que irá utilizar, porém o importante é que seja nova e não possua muitos remendos. Mas se você não quiser ter trabalho amarrando a câmara de ar, poderá estar utilizando um bote inflável feito especialmente para praticar o Acqua Ride.

 

CAPA PARA CÂMARA DE AR - como o próprio nome diz é uma capa em tecido de PVC para proteger a câmara de ar quando a mesma não estiver sendo utilizada.
   
COLETE SALVA VIDAS - mesmo que você saiba nadar é imprescindível o uso do colete salva vidas, pois existem alguns trechos com águas mais profundas no percurso do rio.
   

LUVAS MÃO DE PATO - serve para proteger as mãos principalmente quando temos que retirar algum galho do caminho, e auxilia nas manobras com a bóia.

   

CANEJOELHEIRAS - utilizada para proteger os joelhos, principalmente porque no rio Bethary encontramos várias pedras onde podemos nos machucar; ou você poderá utilizar separadamente uma joelheira e uma caneleira.

   
CAPACETE - seu uso é indispensável, para que não você bata com a cabeça nas pedras, devido as fortes correntezas é um equipamento de segurança que nunca deve-se deixar de utilizar.
   
CABO DE RESGATE - como o próprio nome diz, este cabo possibilita que façamos resgates durante a prática do Bóia-Cross, caso ocorra algum imprevisto.
   
CORDIN - é um corda mais fina de mais ou menos dois metros que vai ligar o praticante à bóia, para que numa queda a bóia não desça pelo rio.
   
CINTO DE SEGURANÇA - na realidade é uma segurança para que a bóia fique presa ao praticante.


CONHEÇA OS PERIGOS E ALGUMAS DICAS PARA PRATICAR ESSA DELICIOSA AVENTURA
 


PERIGOS


· Existem alguns trechos no rio com muitas pedras, onde o praticante tem que ficar atento para não se machucar.
· Geralmente após as chuvas podem ter galhos caídos em alguns trechos do rio com pontas, que além de machucar o participante poderá furar a bóia
· O participante terá que ter cuidado com poços com águas profundas, principalmente os que não sabem nadar, para evitar esses problemas use sempre o colete salva vidas.
· Em alguns trechos do rio poderemos encontrar troncos de árvores caídas, onde o praticante terá que tomar cuidado para desviar, pois a bóia poderá ser danificada.
· Algumas vezes o rio poderá estar muito cheio, e deve-se tomar cuidado com as fortes correntezas.
· Como o trecho do rio Bethary é extenso, podem ocorrer a presença de cercas de arame farpado das propriedades vizinhas e o praticante deve ficar atento para que a bóia não seja furada e não se machucar.
· Cuidado com a hipotermia (a diminuição da temperatura central do corpo abaixo do normal) devido ao tempo muito longo dentro d'água.

DICAS

· Não encher muito a bóia, pois ela poderá estourar facilmente ao esbarrar em um galho.
· Fazer duas alças de borracha para carregar a bóia na volta, pois com o formato que a bóia possui fica difícil para transportá-la.
· Levar somente máquina fotográfica aquática, para não correr o risco de molhar sua câmera.

· Levar uma mochila pequena e impermeável com alimentos energéticos, pois quando estamos praticando o Bóia-Cross perdemos muita energia, e não podemos esquecer de repô-la.
· Nunca descer o rio sozinho, pelo menos com três pessoas, pois se acontecer algum imprevisto você terá alguém para ajudá-lo.
· Nunca descer o rio com chuva ou raios, as correntezas ficam muito fortes e as árvores servem como pára-raios.

 

CONHEÇA ALGUNS TRECHOS DO RIO BETHARY ONDE É PRATICADO O BÓIA-CROSS

 

Nível 1 (fácil) - BOCA DO FECHO ATÉ A PONTE DA ALAMBARI - este trecho inicia-se próximo ao núcleo Ouro Grosso e vai até a ponte de ferro (caminho da caverna Alambari de Baixo). É o trecho mais fácil do rio Bethary e o mais indicado para quem nunca desceu de bóia. As dificuldades existentes são uma corredeira que tem logo no início e algumas pedras onde o praticante tem que desviar. O final do trecho é o mais emocionante, pois o rio atualmente encontra-se com grandes pedras, dando velocidade para bóia. De cima da ponte de ferro pode ser observado e fotografado os participantes.
Nível 2 (médio) - PONTE DA ALAMBARI ATÉ RESSURGÊNCIA DAS AREIAS - este trecho é o mais frequentado pelos visitantes do PETAR, pela facilidade de acesso, pois seu início fica próximo a estrada e o final também. Sendo todo trecho percorrido no próprio bairro da Serra, o que facilita o retorno pela estrada. Neste trecho existe alguns poços de água profunda e algumas corredeiras e pedras que vão dificultar um pouco a descida. É uma mistura de ação e tranquilidade que se alternam. Além do visual fantástico que temos para curtir, se o participante quiser desistir poderá retornar pela estrada.
Nível 3 (difícil) - RESSURGÊNCIA DAS AREIAS ATÉ A PONTE DO RIO BETHARY - este trecho é o mais veloz de todos, onde o rio apresenta sucessivas quedas em desnível acentuado para bóia. É imprescindível o uso de joelheiras e caneleiras além de outros equipamentos de segurança citados acima. Neste percurso existe a Cachoeira do Funil onde poucas pessoas se aventuram a descer, existe também uma grande pedra bem no meio da queda, mas o atleta tem que tomar cuidado pois poderá ter algum acidente dependendo da inclinação da queda.
Nível 4 (muito difícil) - NÚCLEO SANTANA ATÉ A BOCA DO FECHO - este trecho é um dos mais arriscados do rio Bethary. Inicia-se na piscina natural do núcleo Santana e termina na boca do rio Bethary, onde as montanhas fazem o fecho do bairro da Serra, este local fica próximo ao núcleo Ouro Grosso. Este trecho é considerado o mais difícil pois além de uma cachoeira de dois metros numa curva do rio e de difícil visualização, não existe trilha que possa ser utilizada no caso de alguém se machucar. Caso aconteça um imprevisto, os participantes terão que continuar a descida, não existe desistência, pois não há como voltar. Mas os riscos são compensados com uma bela vista, paredões de calcário que vão se estreitando formando canyons, árvores primárias, e uma fascinante cachoeira que respinga uma brisa de água.

Porém este trecho não é recomendado para quem nunca praticou o bóia cross.
E agora que você já sabe como funciona, que tal descer o rio sobre uma bóia? Se você for se iniciar no Bóia-Cross no rio Bethary, recomendamos que procure um guia local para acompanhar sua aventura pelo rio. No bairro da Serra, existem bóias que são alugadas para os praticantes. E não se esqueça de levar seu capacete e colete salva vidas. Boa aventura...
 
 

Apoio
Revista Eco Turismo
Secretaria Estadual de Meio Ambiente de São Paulo

Petar - Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira

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