Quando ir: Tratando-se de uma região litorânea,
todos sabem que alta temporada de verão é
período de maior incidência turística,
para quem gosta deste tipo de viagem sem problemas. Já
o público mais ligado ao ecoturismo, o recomendável
é que evite a temporada de verão que além
das altas temperaturas atrai uma imensa quantidade de
insetos, sem falar que as caminhadas serão ainda
mais desgastantes - as praias da região têm
extensões de 9 km à 12 km. Por ser uma ilha
e uma reserva protegida por lei fique atento aos horários
e limites e regras para a visitação.
O que levar: Muita disposição
para caminhadas principalmente nas praias, por isso não
se esqueça de levar roupas leves e confortáveis,
roupas de banho e agasalhos para à noite. Botas
especiais ou tênis, já usados e fechados
para as trilhas, e se preferir use papete para andar na
praia. Se for possível uma capa de chuva também
não seria mal. Um bom repelente, pois o número
de insetos na ilha é enorme e eles não dão
trégua, medicamentos de primeiros-socorros e chapéu
ou boné.
Para quem for se aventurar pelo manguezal é recomendável
que use roupas velhas - que possam ser jogadas fora após
o percurso. A lama tem um odor muito forte que fatalmente
não saíra da roupa.
Como chegar: A sede do parque está
localizada a 272 km da capital paulista. O transporte
da base do Parque em Cananéia para o núcleo
Perequê é realizado através de embarcação
do parque e por particulares. O trajeto dura cerca de
20 minutos. Para quem sai de São Paulo a opção
é a BR-116, rodovia Regis Bittencourt, até
Pariquera-Açu, no entanto as condições
da rodovia não são favoráveis, até
São Lourenço da Serra a rodovia possui pista
dupla, após esse trecho a pista é única
e o tráfego intenso de caminhões dificulta
um pouco a viagem, fique atento. Após Pariquera-Açu
seguir pela SP-226 até Cananéia. Viajantes
do sul do país podem seguir pela BR-376, rodovia
do Café, até Curitiba, depois seguir pela
BR-116 até Jacupiranga e SP-226 sentido Cananéia.
Para quem vem do Centro-Oeste, seguir pela rodovia Castelo
Branco, SP-280 até São Paulo e depois rodovia
Regis Bittencourt. Quem vem do Rio de Janeiro, Minas Gerais
ou Espírito Santo terá que fazer uma pequena
tour por São Paulo, pelo menos até quando
o rodoanel não estiver pronto.
Veja
o mapa da localização exata do parque
Onde ficar: O núcleo Perequê
possui instalações para alojar até
102 pessoas. São três casas e onze alojamentos,
todos com banheiro, saleta, área de serviço
e cozinha. Os alojamentos são coletivos, não
havendo exclusividade de quartos, sendo que em cada quarto
há três beliches. Já no núcleo
Marujá o limite estabelecido é 471 lugares
em pousadas e 270 barracas, por isso fique ligado
nessas informações que podem ser obtidas
na base do parque, em Cananéia. Se você preferir
não pernoitar na ilha, a cidade de Cananéia
oferece várias opções de hospedagem.
Onde comer: Se você estiver no
núcleo Perequê poderá fazer todas
as refeições no próprio parque -
desde que haja um número mínimo de pessoas
e que tudo tenha sido combinado anteriormente. Mas fique
ligado nos horários em que as refeições
são servidas. Já no núcleo Marujá
existem restaurantes com o cardápio de pescados.
Quem preferir hospedar-se na cidade de Cananéia
as opções são inúmeras com
a maioria dos restaurantes baseando seu menu nos frutos
mar.
O que ver (fauna): O parque é
um dos mais importantes criadouros de espécies
marinhas do atlântico sul, integrado ao complexo
estuarino lagunar de Iguape - Cananéia - Ilha Comprida,
onde podemos observar facilmente os botos (Sotalia fluviatilis),
moluscos, crustáceos e aves aquáticas como
guará e saracura-do-mangue. Foram cadastradas mais
de 400 espécies de aves, sendo algumas delas migratórias
e outras ameaçadas de extinção, como
o papagaio-da-cara-roxa e a jacutinga (Pipile jacutinga).
Considerada a região de maior diversidade de espécies
de aves do domínio atlântico do Brasil, encontramos
também jacus e arapongas, além da magnífica
coruja-buraqueira que nos impressionou com sua beleza.
Entre os mamíferos destacam-se o bugio (Alouatta
fusca), o mono-carvoeiro (Brachyteles arachnoides), cotias,
veados, porcos-do-mato e cachorros-do-mato, além
de onças-pintadas. Entre os répteis encontramos
jararacas, caninanas, jararacuçus e teiús,
mas o destaque é principal é o jacaré-de-papo-amarelo
(Caiman latirostris) - é possível a realização
de focagem noturna de jacaré -, além de
uma grande variedade de anfíbios e insetos.
O que ver (flora): Na ilha podem ser
encontrados todos os tipos de vegetação
da mata atlântica costeira que abrange um conjunto
de lagunas, braços de mar, estuários, barras,
restingas, planície litorânea, manguezais,
vegetação pioneira de dunas, floresta pluvial
tropical de planície litorânea e de encosta
de serra do Mar. Um ecossistema complexo onde já
foram catalogadas quase mil espécies de plantas.
Além da vegetação de altitude e algas
marinhas nas praias e costões rochosos. Entre as
diversas espécies encontradas na reserva, destacam-se
118 espécies de orquídeas e 41 de bromélias,
além de ipês, caixetas, palmeiras, canelas
e jequitibás que são árvores protegidas
pelo parque.
O que comprar: Camisetas, bonés,
chapéus e artesanatos indígenas podem ser
adquiridos no próprio parque, junto ao restaurante
do núcleo Perequê. Mas sem dúvida
a grande atração é a feira de artesanato
realizada na cidade de Cananéia onde o visitante
pode encontrar peças feitas de caixeta (madeira
típica da região), cestarias e balaios feitos
a partir de taquaras, conchas e cipós. A feira
é realizada aos sábados das 8 h as 18 h
e aos domingos das 8 h as 20 h. Várias outras lojas
são encontradas ao longo da avenida Beira mar.
Informações úteis:
Localizado no extremo sul do litoral de São
Paulo, o Parque Estadual da Ilha do Cardoso tem como base
o município de Cananéia. Criado em 03 julho
de 1962 através do Decreto nº 40.139, possui
uma área total de 15.100 hectares, onde são
encontrados todos os tipos de vegetação
da mata atlântica costeira. O Parque abrange 200
km de litoral e detém a maior parte do que restou
da mata atlântica, após anos de destruição.
A reserva conta com o núcleo Cananéia, onde
está localizado a sede do parque (no continente),
núcleo Perequê (ao norte), com residências
para funcionários e pesquisadores, alojamentos,
refeitório, laboratório de pesquisa, museu
e auditório; núcleo ilha da Casca, base
de fiscalização do canal do Ararapira -
não é aberto a visitação e
o núcleo Marujá (ao sul), composto por um
Centro de Visitantes e alojamentos. O vilarejo de Marujá
possui razoável estrutura com pousadas e restaurantes.
São encontrados vários sítios arqueológicos
(sambaquis), além da réplica do marco do
tratado de Tordesilhas (que representou a divisão
das terras do Novo Mundo entre Portugal e Espanha, firmado
em 1494), no pontal da praia do Itacuruçá,
erguido no mesmo local aonde encontrava o marco inicial
que foi colocado na ilha por volta de 1501, permanecendo
até 1841, quando o ministro do Império,
o Barão de Capanema o levou para o museu Imperial
no Rio de Janeiro.
A cidade de Cananéia possui 9.591 habitantes e
está a 8 m acima do nível do mar. O posto
de Saúde da cidade fica na avenida Luís
Wilson Barbosa, tel: (0xx13) 6851-1502.
Fique atento para as reservas, elas devem ser feitas antecipadamente.
As diárias nos alojamentos do parque incluem além
da pernoite, acompanhamento de monitor ambiental e três
refeições diárias: café da
manhã, almoço e jantar. Mais informações
podem ser obtidas pelo tel: 6851-1163 e fax 6851-1108.
O DDD da cidade é (13). Endereço para correspondências
avenida Prof. Wladimir Besnard, s/nº - Cep: 11990-970
- Cananéia - SP. E-mail peic@rgt.matrix.com.br.
Visando a segurança dos visitantes o horário
limite para a travessia Cananéia - Núcleo
Perequê é 17 horas.
Fique ligado: respeite os monitores e interaja com eles;
não mate, não maltrate, nem alimente animais;
não recolha sementes, frutos, plantas ou qualquer
outro tipo de resíduo da mata; não deixe
nenhum tipo de lixo e se por acaso vir algum jogado ao
chão, recolha-o; respeite os demais visitantes
e harmonizem-se com eles; não leve animais domésticos
para o parque; nunca saia da trilha; jamais utilize fogo
e sempre faça as trilhas acompanhados por guias.