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Parque Estadual Carlos Botelho
 


Veja alguns trechos da entrevista concedida ao Pick-upau, pelo diretor do Parque Estadual Carlos Botelho, José Luiz Camargo Maia, a respeito da vasta fauna da unidade de conservação.

Pick-upau: Existem casos de atendimentos à animais feridos encontrados nos limites do parque?
Maia: Os animais feridos encontrados são enviados à Fundação parque Zoológico Quinzinho de Barros, em Sorocaba, ou mesmo ao Hotel Fazenda Vale Verde, que dispõe de dois veterinários visando um atendimento especializado.

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Pick-upau: Qual a importância e o real significado para o "continuum" ecológico?
Maia: O "continuum" ecológico é formado pelas áreas contíguas dos Parques Estaduais "Carlos Botelho", "Intervales" e "Petar (Parque Estadual do Alto Ribeira)", perfazendo um total de 120.000 hectares. A importância desse maciço de áreas é de estimável valor para a manutenção dos bancos genéticos e corredores de fauna, sendo que o trabalho conjunto entre essas áreas, tanto com relação à pesquisa científica como em relação à fiscalização se encontra num estado de aprimoramento crescente.

Pick-upau: Cite um projeto de pesquisa que está sendo realizado na reserva, referente a uma espécie da fauna que esteja ameaçada de extinção?
Maia: Existem inúmeros projetos de pesquisa sendo realizado neste momento. Um deles estuda o muriqui ou mono-carvoeiro (Brachyteles arachnoides), a pesquisa está sendo feita pelo biólogo Maurício Talebi Gomes.

Pick-upau: Poderíamos ter acesso sobre alguma coisa do material já estudado, mais informações sobre o mono-carvoeiro?
Maia: É claro, vamos lá: a Floresta Tropical Atlântica é um dos ecossistemas mais ameaçados do mundo.
*A realização de pesquisas científicas em prol da conservação das espécies-chaves deste ecossistema tem sido amplamente reconhecida como o instrumento necessário para que efetivas estratégias de conservação dos ecossistemas à longo prazo possam ser justificadas e estabelecidas. Justamente por isso é que o conhecimento científico é um dos três objetivos principais de reservas da biosfera.
A Resolução da UNESCO que determina a existência de reservas da Biosfera na Mata Atlântica no Estado de São Paulo, oficializou a proteção de áreas de floresta primitiva do ecossistema, fundamentando-se na necessidade de estudo e conhecimento dos potenciais de fauna e flora destas importantes áreas do planeta.


Mono-carvoeiro, também conhecido como
muriqui.

Esta Floresta, que em sua cobertura original se estendia desde o Rio Grande do Sul até o Rio Grande do Norte, hoje está reduzida à menos de 7% de sua área original; o Estado de São Paulo é atualmente o que possui a maior parcela remanescente de Floresta Atlântica; contém em seus domínios entre exuberante fauna e flora, as mais significativas populações existentes de um dos primatas mais ameaçados de extinção do mundo, o muriqui.O Parque Estadual "Carlos Botelho", localizado na região da serra de Paranapiacaba, inserido nas áreas da Reserva da Biosfera na Mata Atlântica, é um dos sítios citados como habitat natural do mono-carvoeiro.

Neste local existe uma estrutura já montada para sua pesquisa, como um sistema de trilhas e um grupo de estudo já habituado à presença de observadores humanos, ambos processos estabelecidos por pesquisas desenvolvidas anteriormente na mesma área, incluindo aqui trabalho desenvolvido pelo pesquisador Maurício Talebi. A importância da realização de estudos com as espécies raras da Mata Atlântica é uma das abordagens que independentemente revela a realização deste projeto. Entretanto, o muriqui é considerado uma espécie bioindicadora, ou um termômetro do estado de conservação de seu ambiente, e as informações oriundas das espécies com estudos em natureza são todavia escassas.

O muriqui é uma espécie de primata neotropical endêmica da Floresta Tropical Atlântica brasileira. Sua alimentação é essencialmente herbívora, sendo o mais folívoro entre os Atelídeos, com exceção de Alouatta (Rosenberg & Strier, 1989). Possui o maior tamanho corporal entre todos os primatas neotropicais, e demonstra especializações no trato digestivo, incluindo características de dentição, compatíveis tanto para folivoria como para frugivoria, sendo de destaque um largo ceco intestinal para a digestão fermentativa (Hill, 1962; Hladik, 1978; Chivers & Hladik, 1980).
Quanto à conservação da espécie, possui o alarmante status de ser uma das espécies mais ameaçadas de extinção entre todos os mamíferos neotropicais ( é a espécie bandeira da conservação internacional de primatas no Brasil e divide com o mico-leão-dourado [Leontopithecus rosalia], a posição de primatas mais ameaçados do Brasil). Contribuem para esta condição ameaçadora a contínua e drástica degradação e perda de seu ambiente natural e, as dificuldades encontradas para a manutenção e reprodução da espécie em regime de cativeiro.

No final da década de oitenta foi estabelecido um programa de criação e reprodução em cativeiro no Centro de Primatologia do Rio de Janeiro (CPRJ-FEEMA), com intuito de no futuro possibilitar um estoque de indivíduos que possibilitem a viabilização de projetos de reintrodução em vida livre. A dieta nutricionalmente balanceada é um fator fundamental para o bem-estar destes animais e é indispensável para o sucesso de um programa reprodutivo ex-situ (Pissinatti et al, 1994). Até o presente momento, o sucesso reprodutivo e de manutenção de muriquis recém nascidos em cativeiro é baixo e as variáveis envolvidas neste processo são todavia ainda desconhecidas. Segundo um senso realizado em 1986, cerca de 600 indivíduos vivem nos limites do parque.
(*texto baseado no projeto de pesquisa "Conteúdo Nutricional da Dieta e Aspectos do Comportamento Alimentar do Mono-carvoeiro").

 
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