Mundo
 
 
 

A Degradação do Meio Ambiente

Poluição

 
 

 

O QUE É POLUIÇÃO?

Dá-se o nome de poluição a qualquer degradação (deterioração, estrago) das condições ambientais, do hábitat de uma coletividade humana. É uma perda, mesmo que relativa, da qualidade de vida em decorrência de mudanças ambientais. São chamados de poluentes os agentes que provocam a poluição, como um ruído excessivo, um gás nocivo na atmosfera, detritos que sujam rios ou praias ou ainda um cartaz publicitário que degrada o aspecto visual de uma paisagem. Seria possível relacionar centenas de poluentes e os tipos de poluição que ocasionam, mas vamos citar apenas mais dois exemplos.

Um deles são os agrotóxicos (DDT, inseticidas, pesticidas), muito utilizados para combater certos microrganismos e pragas, em especial na agricultura. Ocorre que o acúmulo desses produtos acaba por contaminar os alimentos com substâncias nocivas à saúde humana, às vezes até cancerígenas.

Outro exemplo é o das chuvas ácidas, isto é, precipitações de água atmosférica carregada de ácido sulfúrico e de ácido nítrico. Esses ácidos, que corroem rapidamente a lataria dos automóveis, os metais de pontes e outras construções, além de afetarem as plantas e ocasionarem doenças respiratórias e da pele nas pessoas, são formados pela emissão de dióxido de enxofre e óxidos de nitrogênio por parte de certas indústrias. Esses gases, em contato com a água da atmosfera, desencadeiam reações químicas que originam aqueles ácidos. Muitas vezes essas chuvas ácidas vão ocorrer em locais distantes da região poluidora, inclusive em países vizinhos, devido aos ventos que carregam esses gases de uma área para outra.

O problema da poluição, portanto, diz respeito à qualidade de vida das aglomerações humanas. A degradação do meio ambiente são imprescindíveis para a vida, tanto no sentido biológico como no social.

 
 

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A Revolução Industrial e a poluição

Foi a partir da Revolução Industrial que a poluição passou a constituir um problema para a humanidade. É lógico que já existiam exemplos de poluição anteriormente, em alguns casos até famosos (no Império Romano, por exemplo). Mas o grau de poluição aumentou muito com a industrialização e urbanização, e a sua escala deixou de ser local para se tornar planetária. Isso não apenas porque a indústria é a principal responsável pelo lançamento de poluentes no meio ambiente, mas também porque a Revolução Industrial representou a consolidação e a mundialização do capitalismo, sistema sócio-econômico dominante hoje no espaço mundial. E o capitalismo, que tem na indústria a sua atividade econômica de vanguarda, acarreta urbanização, com grandes concentrações humanas em algumas cidades. A própria aglomeração urbana já é por si só uma fonte de poluição, pois implica numerosos problemas ambientais, como o acúmulo de lixo, o enorme volume de esgotos, os congestionamentos de tráfego etc. Além disso, o capitalismo se expandiu e unificou o mundo, criando uma divisão internacional do trabalho.

Mas o importante realmente é que o capitalismo é um sistema econômico voltado para a produção e acumulação constante de riquezas. E tais riquezas nada mais são do que mercadorias, isto é, bens e serviços produzidos - geralmente em grande escala - para a troca, para o comércio. Praticamente tudo o que existe, e tudo o que é produzido, passa a ser mercadoria com o desenvolvimento do capitalismo.
 
 
Sociedades, indivíduos, natureza, espaço, mares, florestas, subsolo: tudo tem de ser útil economicamente, tudo deve ser utilizado no processo produtivo. O importante nesse processo não é o que bom ou justo e sim o que trará maiores lucros a curto prazo. Assim, derrubam-se matas sem se importar com as conseqüências a longo; acaba-se com as sociedades preconceituosamente rotuladas de "primitivas", porque elas são vistas como empecilhos para essa forma de "progresso", entendido como acumulação constante de riquezas, que se concentram sempre nas mãos de alguns.

A partir da Revolução Industrial, com o desenvolvimento do capitalismo, a natureza vai pouco a pouco deixando de existir para dar lugar a um meio ambiente transformado, modificado, produzido pela sociedade moderna.
 
 
O homem deixa de viver em harmonia com a natureza e passa a dominá-la, dando origem ao que se chama de Segunda natureza: a natureza modificada ou produzida pelo homem - como o meio urbano, por exemplo, com seus rios canalizados, solos cobertos por asfalto vegetação nativa completamente devastada, assim como a fauna original da área, etc. - , que é muito diferente da primeira natureza, a paisagem natural sem intervenção humana.

Contudo, esse domínio da tecnologia moderna sobre o meio natural traz conseqüências negativas para a qualidade da vida humana em seu ambiente. O homem, afinal, também é parte da natureza, depende dela para viver, e acaba sendo prejudicado por muitas transformações, que degradam sua qualidade de vida. Ademais, essas transformações nem sempre se devem a necessidades sociais da humanidade e sim, em grande parte, a interesses particulares de grupos e classes dominantes.

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Os países ex-socialistas também poluem o ambiente?

O fato de a construção dessa "segunda natureza", com o aumento da poluição, ter ocorrido com grande intensidade a partir da Revolução Industrial e do desenvolvimento do capitalismo não significa que nos países "socialistas" não significa que nos países "socialistas" não existissem problemas ecológicos*, como apregoavam alguns. Pelo contrário, a poluição de rios e lagos, assim como a emissão de gases nocivos na atmosfera, sempre foi intensa na União Soviética, na Europa oriental, na China e nos demais países do antigo Segundo Mundo, hoje "economias de transição". E praticamente em todos esses países surgiram e ainda existem sérios problemas de desmatamento, acúmulo de lixo, poluição atmosférica e sonora, etc.

Com a unificação das duas Alemanhas em 1990, por exemplo, ficou visível que a parte oriental, apesar de menos industrializada, possui muito mais problemas ambientais do que a parte ocidental: usinas termelétricas que usam carvão de má qualidade e lançam enxofre na atmosfera, fábricas sem filtros especiais contra poluição, caminhões e automóveis sem filtros de gases nos escapamentos, etc. A partir da perestroika na União Soviética, surgiu uma série de denúncias de cientistas e ecologistas (que anteriormente não as faziam por meio da repressão policial) a respeito de insetos desmatamentos na taiga (floresta boreal) e até mesmo de inúmeros casos de anencefalia, isto é, crianças que nascem sem cérebro por causa da enorme poluição atmosférica na cidade de Abovian, na Armênia.

Por que isso ocorre? Ora, esses países na realidade nunca superaram certas contradições básicas do capitalismo: continuou a haver uma classe dominante - a tecnocracia ou "burguesia de Estado" - , que administrava a economia visando seus interesses particulares, mas que oficialmente eram tidos como "interesses gerais", e que procurava rivalizar com o Ocidente capitalista usando os mesmos métodos que este.
A grande preocupação dessas economias que adotavam a planificação centralizada sempre foi a produtividade, a utilidade econômica de tudo, inclusive dos elementos da natureza. E a tecnologia capitalista dita moderna, altamente poluidora, sempre foi empregada nos países socialistas, tanto na indústria como na agropecuária. Nunca houve ai, apesar da propaganda em contrário, qualquer preocupação em desenvolver uma tecnologia diferente, não poluidora.

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Os movimentos ecológicos

Nos países desenvolvidos, que se constituem como "sociedades de consumo", a poluição tende a alcançar graus elevados. A publicidade intensa, voltada para os lucros das empresas, convida as pessoas a consumirem cada vez mais. As embalagens de plástico, lata ou papel tornam-se mais importantes que o próprio produto.

A moda se altera rapidamente para que novos produtos possam ser fabricados e lançados no mercado. A cada ano que passa as mercadorias são feitas para durarem cada vez menos, para não diminuir nunca o ritmo de crescimento: um automóvel hoje é fabricado para durar no máximo quinze anos; as habitações construídas atualmente têm duração muito menor que as do passado e o mesmo se pode dizer das roupas, além de vários outros produtos.

Mas é justamente nesses países desenvolvidos que os movimentos ecológicos, as reivindicações populares por um ambiente melhor estão mais avançados. Isso porque a antiga e mais forte. Uma das principais formas de se avançar com a democracia, hoje, consiste em lutar por uma melhor qualidade de vida, o que já vem ocorrendo com as associações de consumidores, que lutam por seus direitos, com as organizações de moradores, que reivindicam certas melhorias em seus bairros ou lutam contra a instalação de alguma indústria poluidora, etc.

Além disso, os cidadãos de certos países estão exigindo - e, em boa parte, conseguindo - a aprovação de leis que combatam a poluição e facilitem os processos judiciais contra empresas que poluem o ambiente. Tudo isso leva os governos desses países desenvolvidos - que, normalmente, têm uma certa preocupação com eleições e votos - a se voltarem para a questão do meio ambiente, com planos de reurbanização de certas cidades, com a intensificação sobre as empresas poluidoras e com alguns tímidos projetos de reflorestamento ou preservação das poucas matas originais que restam.
 
 

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A poluição do ambiente no Sul

Nos países do Sul, a degradação ambiental vem aumentando cada vez mais. O desenvolvimento do capitalismo, especialmente sob a forma atual de empresas multinacionais, vem se intensificando nesses países. A destruição das florestas tropicais - como a Amazônica na América do Sul, ou a do Congo, na África - é um processo que está ocorrendo desde há algumas décadas. A "industrialização" do campo, com a mecanização, uso intensivo de agrotóxicos e adubos químicos, etc., vem contaminando os alimentos e as águas de rios, lagos e lençóis subterrâneos.

Chegou a ocorrer também, em especial noa anos 70 e 80, a transferência de certos tipos de industrias - geralmente as mais poluidoras ou as que necessitam de maior quantidade de mão-de-obra - dos países desenvolvimentos para certas áreas do Sul. Nestas áreas, além de os salários serem bem mais baixos do que nos países do Norte, essas empresas não encontram leis rigorosas de proteção ao meio ambiente. Portanto, não são obrigadas a instalar filtros especiais nas chaminés, sistemas de tratamento de resíduos e outros processos antipoluidores, que iriam aumentar as despesas ou, às vezes, diminuir seus lucros.
 
 

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A POLUIÇÃO DAS ÁGUAS

Desde os tempos mais remotos o homem costuma lançar seus detritos nos cursos de água. Até a Revolução Industrial, porém, esse procedimento não causava problemas, já que os rios, lagos e oceanos têm considerável poder de autolimpeza, de purificação. Com a industrialização, a situação começou a sofrer profundas alterações. O volume de detritos despejados nas águas tornou-se cada vez maior, superando a capacidade de purificação dos rios e oceanos, que é limitada. Além disso, passou a ser despejada na água uma grande quantidade de elementos que não são biodegradáveis, ou seja, que não são decompostos pela natureza. Tais elementos - por exemplo, os plásticos, a maioria dos detergentes e os pesticidas - vão se acumulando nos rios, lagos e oceanos, diminuindo a capacidade de retenção de oxigênio das águas e, consequentemente, prejudicando a vida aquática.

A água empregada para resfriar os equipamentos nas usinas termelétricas e atomelétricas e em alguns tipos de indústrias também causa sérios problemas de poluição. Essa água, que é lançada nos rios ainda quente, faz aumentar a temperatura da água do rio e acaba provocando a eliminação de algumas espécies de peixes, a proliferação excessiva de outras e, em alguns casos, a destruição de todas. Um dos maiores poluentes dos oceanos é o petróleo. Com o intenso tráfego de navios petroleiros, esse tipo de poluição alcança níveis elevadíssimos. Além dos vazamentos causados por acidentes, em que milhares de toneladas de óleo são despejadas na água, os navios soltam petróleo no mar rotineiramente, por ocasião da lavagem de seus reservatórios.

Esses resíduos de petróleo lançados ao mar com a água da lavagem representam cerca de 0,4 a 0,5% da carga total. Só no Mediterrâneo, importante rota do petróleo, calculou-se que a quantidade de resíduos petrolíferos despejados num único ano (1970) foi de 300.000 toneladas. Numerosas praias francesas e italianas no Mediterrâneo foram declaradas poluídas por petróleo e algumas até já foram interditadas para banho de mar. Em 1990, foi despejado nos mares e oceanos cerca de 1 milhão de toneladas de petróleo. E os acidentes com navios superpetroleiros continuam freqüentes: em 1994, por exemplo, um navio russo acidentado vazou cerca de 280.000 toneladas de óleo no mar da região ártica, e em 1993 um navio liberiano naufragou e derramou cerca de 85.000 toneladas de petróleo nas águas próximas às ilhas Shetland, na Escócia, consideradas até então como um santuário ecológico pela variedade de peixes.

É possível recuperar águas poluídas, principalmente no caso dos rios. O maior exemplo disso é o rio Tâmisa, que atravessa a cidade de Londres. Por volta de 1955, esse rio era apenas um esgoto a céu aberto, do qual os peixes haviam desaparecido por completo. Graças a um intenso tratamento realizado na década de 60 ele é atualmente um rio limpo, com inúmeras espécies de peixes. O tratamento das águas poluídas, porém, é um processo demorado e caro. O ideal, realmente, é prevenir e não remediar.
 
 

A POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA

A poluição atmosférica caracteriza-se basicamente pela presença de gases tóxicos e partículas sólidas no ar. As principais causas desse fenômeno são a eliminação de resíduos por certos tipos de indústrias (siderúrgicas, petroquímicas, de cimento, etc.) e a queima de carvão e petróleo em usinas, automóveis e sistemas de aquecimento doméstico.

O ar poluído penetra nos pulmões, ocasionando o aparecimento de várias doenças, em especial do aparelho respiratório, como a bronquite crônica, a asma e até o câncer pulmonar. Esses efeitos são reforçados ainda pelo consumo de cigarros.

Nos grandes centros urbanos, tornam-se freqüentes os dias em que a poluição do ar atinge níveis críticos, seja pela ausência de ventos, seja pelas inversões térmicas, que são períodos nos quais cessam as correntes ascendentes do ar, importantes para a limpeza dos poluentes acumulados nas camadas próximas à superfície. Existem exemplos famosos de casos em que os níveis críticos foram ultrapassados. Em 1948, na cidade de Donora, perto de Pittsburg, Estados Unidos, a poluição atmosférica acarretou centenas de mortes e obrigou algumas fábricas a ficarem vários dias paralisadas. Em 1952, Londres conheceu seu pior smog*. Em conseqüência desse fenômeno morreram cerca 4.000 pessoas.

A maioria dos países capitalistas desenvolvidos já possui uma rigorosa legislação antipoluição, que obriga certas fábricas a terem equipamentos especiais (filtros, tratamento de resíduos, etc.) ou a usarem processos menos poluidores. Nesses países também é intenso o controle sobre o aquecimento doméstico a carvão, o escapamento dos automóveis, etc. Tais procedimentos alcançam resultados consideráveis, embora não eliminem completamente o problema da poluição do ar. Por exemplo, pesquisas realizadas há alguns anos mostraram que chapas de ferro se corroem muito mais rapidamente em São Paulo do que em Chicago, apesar de esta metrópole norte-americana possuir maior quantidade de indústrias e automóveis em circulação.

Calcula-se que a poluição do ar tem provocado um crescimento do teor de gás carbônico na atmosfera, que teria sofrido um aumento de 14% entre 1830 e 1930. Hoje em dia esse aumento é de aproximadamente 0,3% ao ano. Os desmatamentos contribuem bastante para isso, pois a queima das florestas produz grande quantidade de gás carbônico. Como o gás carbônico tem a propriedade de absorver calor, pelo chamado "efeito estufa"*, um aumento da proporção desse gás na atmosfera pode ocasionar um aquecimento da superfície terrestre.

Baseados nesse fato, alguns cientistas estabeleceram a seguinte hipótese: com a elevação da temperatura, que no início do século XXI será 2ºC mais alta do que hoje, o gelo existente nas zonas polares (calotas polares) irá se derreter. Consequentemente, o nível do mar subirá cerca de 60m, inundando a maioria das cidades litorâneas de todo o mundo. Alguns pesquisadores pensam inclusive que esse processo já começou a ocorrer a partir do final da década de 80. Os verões da Europa e até da América têm sido a cada ano mais quentes e algumas medições constataram um aumento pequeno, de centímetros, do nível médio do mar em algumas áreas litorâneas. Todavia, esse fato não é ainda admitido por grande parte dos estudiosos do assunto.

Outra importante conseqüência da poluição atmosférica é o surgimento e a expansão de um buraco na camada de ozônio, que se localiza na estratosfera - camada atmosférica situada entre 20 e 80 km de altitude.

O ozônio é um gás que filtra os raios ultravioleta do Sol. Se esses raios chegassem à superfície terrestre com mais intensidade provocariam queimaduras na pele, que poderiam até causar câncer, e destruiriam as folhas das árvores. O gás CFC - clorofluorcarbono - , contido em sprays de desodorantes ou inseticidas, parece ser o grande responsável pela destruição da camada de ozônio. Por sorte, esses danos foram causados na parte da atmosfera situada acima da Antártida. Nos últimos anos esse buraco na camada de ozônio tem se expandido constantemente.

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OS PROBLEMAS AMBIENTAIS DOS GRANDES CENTROS URBANOS

De modo geral, os problemas ecológicos são mais intensos nas grandes cidades que nas pequenas ou no meio rural. Além da poluição atmosférica, as metrópoles apresentam outros problemas graves:

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Acúmulo de lixo e de esgotos - boa parte dos detritos pode ser recuperada para a produção de gás (biogás) ou adubos, mas isso dificilmente acontece. Normalmente, esgotos e resíduos de indústrias são despejados nos rios. Com freqüência esses rios "morrem" (isto é, ficam sem peixes) e tornam-se imundos e malcheirosos. Em algumas cidades, amontoa-se o lixo em terrenos baldios, o que provoca a multiplicação de ratos e insetos.

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Congestionamentos freqüentes - especialmente nas áreas em que os automóveis particulares são muito mais importantes que os transportes coletivos. Muitos moradores da periferia das grandes cidades dos países do Sul, em sua maioria de baixa renda, gastam três ou quatro horas por dia só no caminho para o trabalho.

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Poluição sonora - provocada pelo excesso de barulho (dos veículos automotivos, fábricas, obras nas ruas, grande movimento de pessoas e propaganda comercial ruidosa). Isso pode ocasionar neuroses na população, além de uma progressiva diminuição da capacidade auditiva.

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Carência de áreas verdes (parques, reservas florestais, áreas de lazer e recreação etc) - em decorrência da falta de áreas verdes agrava-se a poluição atmosférica, já que as plantas, através da fotossíntese, contribuem para a renovação do oxigênio no ar. Além disso, tal carência limita as oportunidades de lazer da população, o que faz com que muitas pessoas acabem passando seu tempo livre na frente da televisão, ou assistindo a jogos praticados por esportistas profissionais (ao invés de eles mesmos praticarem esportes).

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Poluição visual - ocasionada pelo grande número de cartazes publicitários, pelos edifícios que escondem a paisagem natural, etc.

Na realidade, é nos grandes centros urbanos que o espaço construído pelo homem, a Segunda natureza, alcança seu grau máximo. Quase tudo aí é artificial; e, quando é algo natural, sempre acaba apresentando variações, modificações provocadas pela ação humana. O próprio clima das metrópoles - o chamado clima urbano, um tipo específico de microclima - constitui um exemplo disso. Nas grandes aglomerações urbanas normalmente faz mais calor e chove um pouco mais que nas áreas rurais vizinhas; além disso, nessas áreas são também mais comuns as enchentes após algumas chuvas. As elevações nos índices térmicos do ar são fáceis de entender: o asfaltamento de ruas e avenidas, as imensas massas de concreto, a carência de áreas verdes, a presença de grandes quantidades de gás carbônico na atmosfera (que provoca o efeito estufa), o grande consumo de energia devido à queima de gasolina, óleo diesel, querosene, carvão, etc., nas fábricas, residências e veículos são responsáveis pelo aumento da temperatura do ar. Já o aumento dos índices de pluviosidade se deve principalmente à grande quantidade de micropartículas (poeira, fuligem) no ar, que desempenham um papel de núcleos higroscópicos que facilitam a condensação do vapor de água da atmosfera. E as enchentes decorrem da dificuldade da água das chuvas de se infiltrar no subsolo, pois há muito asfalto e obras, o que compacta o solo e aumenta sua impermeabilização.

Todos esses fatores que provocam um aumento das médias térmicas nas metrópoles somados aos edifícios que barram ou dificultam a penetração dos ventos e à canalização das águas - fato que diminui o resfriamento provocado pela evaporação - conduzem à formação de uma ilha de calor nos grandes centros urbanos.
 
 
De fato, uma grande cidade funciona quase como uma "ilha" térmica em relação às suas vizinhanças, onde as temperaturas são normalmente menores. Essa "ilha de calor" atinge o seu pico, o seu grau máximo, no centro da cidade.

A grande concentração de poluentes na atmosfera provoca também uma diminuição da irradiação solar que chega até a superfície. Esse fato, juntamente com a fraca intensidade dos ventos em certos períodos, dá origem às inversões térmicas.

O fenômeno da inversão térmica - comum, por exemplo, em São Paulo, sobretudo no inverno - consiste no seguinte: o ar situado próximo à superfície, que em condições normais é mais quente que o ar situado bem acima da superfície, torna-se mais frio que o das camadas atmosféricas elevadas. Como o ar frio é mais pesado que o ar quente, ele impede que o ar quente, localizado acima dele, desça. Assim, não se formam correntes de ar ascendentes na atmosfera. Os resíduos poluidores vão então se concentrando próximo da superfície, agravando os efeitos da poluição, tal como irritação nos olhos, nariz e garganta dos moradores desse local. As inversões térmicas são também provocadas pela penetração de uma frente fria, que sempre vem por baixo da frente quente. A frente pode ficar algum tempo estagnada no local, num equilíbrio momentâneo que pode durar horas ou até dias.

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*Problemas ecológicos: o termo pode ser entendido de duas formas. Na primeira, mais restrita, é um ramo da biologia que estuda as relações entre ambiente e seres vivos. Porém, num sentido mais amplo, que é o que adotamos aqui, entende-se por ecologia uma temática interdisciplinar que diz respeito às relações das coletividades humanas com o seu meio ambiente, tanto o natural como o cultural. Os problemas ecológicos, portanto, são os ambientais, tanto os referentes aos solos, como às atividades econômicas, ao clima, à arquitetura, à tecnologia, etc.

*Smog: o termo fog (do inglês: neblina, névoa, cerração) é empregado para designar os constantes nevoeiros que se formam sobre a cidade de Londres, agravados desde o século XIX pela poluição atmosférica. Da junção fog com smoke (do inglês: fumaça, cigarro) surgiu a palavra smog, que significa neblina ou nevoeiro provocado pela poluição do ar.

*Efeito estufa: ação que certos gases exercem sobre as radiações de calor na terra, interceptando-as e transmitindo-as de volta à superfície. Essa ação é semelhante à dos vidros fechados de um carro, que vai ficando cada vez mais quente. O efeito estufa é natural e até ajuda a manter as noites quentes no planeta (ao contrário da Lua, onde elas são extremamente frias devido à inexistência de ar), e é ocasionado por vários gases e até mesmo pelo vapor de água atmosférico. Só que o gás carbônico, cuja porcentagem no ar vem aumentando desde a Revolução Industrial, é o responsável pela elevação atual e artificial desde efeito estufa.

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Fonte: Sociedade e Espaço - Geografia Geral
Pick-upau – 2003 – São Paulo – Brasil

 
 
 
 

 

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