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SAIBA COMO É FEITA A COLETA SELETIVA EM ALGUMAS CIDADES BRASILEIRAS

Surge no Estado do Rio de Janeiro uma esperança em relação à destinação de resíduos sólidos urbanos no Estado do Rio de Janeiro: decidido a enfrentar de frente o problema, o Governo do Estado lançou o PRÓ-LIXO - Programa Estadual de Controle do Lixo Urbano do Rio de Janeiro. Em três anos, o Programa deverá ser implementado em 66 municípios com população até 70 mil habitantes. De acordo com o Secretário Estadual do Meio Ambiente, André Corrêa, existem 150 depósitos de lixo a céu aberto no Rio de Janeiro. O Programa Estadual de Controle do Lixo Urbano - PRÓ-LIXO - se propõe a reduzir este grave problema da destinação final de resíduos, prevendo inclusive a coleta seletiva de lixo nas cidades participantes. A coleta dos materiais recicláveis e do lixo orgânico será feita separadamente, utilizando-se um caminhão com divisórias. O lixo orgânico será encaminhado para uma unidade de compostagem, para ser transformado em adubo; os recicláveis (vidro, plástico, papel, metais) seguirão para um galpão onde serão triados. O Governo do Estado do Rio de Janeiro vai instalar galpões de reciclagem de lixo em 66 municípios, ao longo de três anos. Cada galpão deverá empregar, em média, 15 pessoas.

O Governo do Estado do Rio de Janeiro vai instalar
galpões de reciclagem de lixo em 66 municípios, ao longo de três anos.
Cada galpão deverá empregar, em média, 15 pessoas.
Segundo dados da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMADS), a população dos 66 municípios favorecidos pelo PRÓ-LIXO - cerca de 1,6 milhão de habitantes - produz 2 mil toneladas de lixo por dia. A verba para implantação do programa virá dos royalties do petróleo: o Estado gastará R$ 10,6 milhões na instalações de galpões e aterros sanitários; a iniciativa privada destinará R$ 3 milhões para educação ambiental, treinamento de pessoal e transporte. Caberá às Prefeituras doar os terrenos e remunerar os funcionários, além do compromisso de usar o dinheiro arrecadado em projetos ambientais e sociais. A opção do Governo de iniciar o PRÓ-LIXO pelas cidades menores deveu-se aos custos e ao modelo adotado. O Secretário André Corrêa compara as grandes usinas a verdadeiros elefantes brancos, que utilizam equipamentos caros e poucos eficientes. A estratégia do PRÓ-LIXO é outra: estruturas menores e com poucas máquinas. O Pró-lixo já conta com adesão de empresas que têm interesse em reaproveitar o material que ainda é desperdiçado: a Latasa vai reciclar latas de alumínio; a Klabin vai reutilizar papel e papelão; o grupo Gerdau recolherá sucatas de ferro para empregar em siderúrgicas; garrafas plásticas serão enviadas à Recipet; Cisper poderá retirar diariamente dos lixões 200 toneladas de vidro. O PRÓ-LIXO será administrado por um grupo gestor integrado por representantes da secretaria, das prefeituras, de ONGs e das empresas. Pelo cronograma do governo, o programa será implantado em três etapas: 22 municípios até junho do ano que vem, 22 até junho de 2001 e os demais até dezembro de 2001.

Municípios participantes do Pró-lixo

Araruama, Armação de Búzios, Arraial do Cabo, Areal, Aperibé, Bom Jardim, Bom Jesus do Itabapoana, Cachoeiras de Macacu, Cambuci, Cantagalo, Carapebus, Cardos Moreira, Carmo, Casimiro de Abreu, Comendador Levy Gasparian, Conceição de Macabu, Cordeiro, Duas Barras, Engenheiro Paulo de Frontin, Guapimirim, Iguaba Grande, Italva, Itacoara, Itatiaia, Laje de Muriaé, Macuco, Mangaratiba, Maricá, Mendes, Miguel Pereira, Miracema, Natividade, Paracambi, Paraíba do Sul, Parati, Paty do Alferes, Pinheiral, Piraí, Porciúncula, Porto Real, Quatis, Quissamã, Rio Bonito, Rio Claro, Rio das Flores, Rio das Ostras, São Fidélis, São Francisco do Itabapoana, São José de Ubá, São José do Vale do Rio Preto, São João da Barra, São Pedro da Aldeia, São Sebastião do Alto, Santa Maria Madalena, Santo Antônio de Pádua, Sapucaia, Saquarema, Seropédica, Silva Jardim, Sumidouro, Três Rios, Tanguá, Trajano de Moraes, Valença, Varre-Sai e Vassouras.

COLETA SELETIVA EM ANGRA DOS REIS (RJ)

Angra dos Reis é um município localizado no litoral sul do estado do Rio de Janeiro, que abrange várias ilhas. Cada comunidade do continente é visitada pelo menos uma vez por semana pelo sistema de coleta seletiva. As unidades domiciliares devem se cadastrar e preencher um pedido de retirada de material reciclável no Galpão Central (Galpão de São Bento).

A Prefeitura de Angra dos Reis, através da Coordenadoria do Programa de Saneamento, gerencia os resíduos sólidos de forma semi-integrada, ou seja, parte das atividades é gerenciada pela Coordenadoria e outra parte pelo Departamento de Serviços Públicos da Secretaria de Obras.

Para serem coletados, os materiais precisam ser acondicionados separadamente, em sacos contendo a identificação do morador. De acordo com o peso do material reciclável acumulado, são somados pontos que serão convertidos em prêmios.

  • As pessoas podem acumular pontos em vez de LIXO !
  • Onde entra material reciclável, sai prêmio !

Beneficiamento e comercialização dos recicláveis

Galpão de São Bento
Posto do Perequê
Usina de lixo do Ariró
19 funcionários
3 kombis
3 caminhões
1 balança
3 funcionários
1 balança
25 funcionários
1 caminhão
5 prensas
2 moinhos de plástico
1 moinho de vidro
1 balança

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COLETA SELETIVA NA ILHA GRANDE (RJ)

A população: de Ilha Grande é de 4400 habitantes distribuídos numa área de 187 km². A destinação do lixo da Ilha Grande é feita através do Barco do Lixo, onde o material seco é embarcado para o continente. O lixo úmido ou orgânico é enterrado ou queimado na própria ilha. A Prefeitura mantém funcionários da própria comunidade para a coleta regular. Além disso, há o sistema de troca para a Coleta Seletiva, com a atuação da Brigada Mirim Ecológica e de parte atuante da comunidade, o que muito aumentou a recuperação de material reciclável.

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COLETA SELETIVA NA ILHA DA GIPÓIA (RJ)

A Prefeitura mantém um funcionário nas duas praias onde há maior fluxo de banhistas, com serviço semelhante ao da Ilha Grande. Nas outras praias, o lixo é organizado pela própria comunidade e destinado para o Barco do Lixo. A coleta por barco se estende para as ilhas próximas à Gipóia, como Redonda e Búzios.

Custos
O custo médio mensal da estrutura de coleta de lixo em Angra é de R$55.000,00 e a média mensal de lixo coletada é de 100 toneladas. O custo médio anual é de R$660.000,00, representando menos de 1% do Orçamento Municipal.

Benefícios sociais
O Programa de Troca faz circular entre a população uma média mensal de R$10.000,00 em forma de prêmios. Proporciona trabalho para 54 pessoas. De 1993 a dezembro de 1996 o Programa já passou para a população mais de 25 toneladas em material escolar.

Benefícios econômicos e ambientais
A localização do município e suas características ambientais dificultam a destinação final do lixo. O atual aterro, no Ariró, é pequeno e espremido entre a floresta, um córrego/brejo, a estrada e a saibreira utilizada para aterrar o lixo.

Não se sabe até quando esta área será apropriada para o despejo dos resíduos sólidos. Hoje o sistema de Coleta Seletiva atua de forma decisiva na diminuição desse impacto, reduzindo a quantidade de lixo que precisa ir para o Aterro.

Com relação à contaminação das águas, o sistema reduziu sensivelmente a presença de lixo orgânico, já que grande parte da comunidade passou a retê-lo em casa.

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COLETA SELETIVA EM AREAL (RJ)

O município de Areal, localizado na região serrana do estado do Rio de Janeiro, implantou em novembro de 1997 seu programa de reciclagem de lixo. O Programa, que recebeu o nome de RECICLA AREAL, está sendo executado pela Prefeitura Municipal, com apoio técnico da ECOMARAPENDI através de convênio com o SEBRAE-RJ.

O processo empregado é bastante inovador, tendo em vista que a coleta seletiva está agregada ao sistema de coleta regular já existente no município. Isto possibilitou a execução do programa sem aumentar os custos para a Prefeitura.

Diversas formas de comunicação foram utilizadas para divulgar o Programa e sensibilizar a população, entre elas: mensagens diárias na rádio local; entrevista na rádio; notícias nos jornais locais e distribuição de folhetos em todas as residências. Como evento principal de divulgação foi criado o Concurso Recicla Areal, em que os participantes deveriam elaborar peças a partir de materiais recicláveis.

Os primeiros resultados indicam uma boa adesão da população ao Programa, superando as previsões da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. É importante ressaltar ainda a adesão da principal indústria local que, ao repassar todos os seus materiais recicláveis já separados para o programa Recicla Areal, provocou um crescimento substancial nos quantitativos de materiais recolhidos.

Os materiais recicláveis recolhidos pelos caminhões são levados para um galpão, localizado a cerca de dois quilômetros do centro da cidade. No galpão eles são classificados, prensados ou quebrados, e posteriormente armazenados para encaminhamento às indústrias de reciclagem. Parte dos materiais vem sendo assimilada por empresas e artesãos locais para confecção de produtos ornamentais, utilitários domésticos e brinquedos.

Dando prosseguimento ao Programa, a Prefeitura, em conjunto com a ECOMARAPENDI e o SEBRAE-RJ, promoverão no primeiro semestre de 1998 novo processo de divulgação e conscientização para separação de materiais recicláveis.

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COLETA SELETIVA EM BELO HORIZONTE (MG)

Com 2 milhões e meio de habitantes, cerca de 3.800 toneladas diárias de resíduos sólidos e 90% da população recebendo algum tipo de serviço de coleta e limpeza urbanas, a capital de Minas Gerais é mais um grande centro brasileiro que desenvolve programa de coleta seletiva.

Em 1993 a SLU (Superintendência de Limpeza Urbana) iniciou uma gestão diferenciada dos resíduos sólidos gerados na cidade de Belo Horizonte, não só no aspecto tecnológico como também na incorporação de componentes sócio-ambientais. Este modelo usou como alicerce três pontos: consistência tecnológica, qualificação do material humano (trabalhadores) e cidadania e participação popular.

Nestas bases, foram criados três programas: Compostagem de Resíduos Orgânicos de Grandes Produtores, Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Coleta Seletiva dos Recicláveis Inorgânicos, tendo como objetivo minimizar o descarte de rejeitos e conseqüentemente diminuir os impactos ambientais negativos inerentes a uma grande geração de resíduos. Assim, a SLU utiliza a coleta seletiva como ação concreta para incentivo à redução, reutilização e separação de materiais recicláveis, e para hábitos que diminuam o desperdício.

Principais características do projeto: Coleta seletiva dos Recicláveis Inorgânicos

- coleta ponto a ponto (Locais de Entrega Voluntária) ao invés de coleta porta a porta;
- incorporação dos catadores de papel como atores prioritários do sistema;
- mobilização social, que coloca o cidadão como agente propulsor da coleta seletiva;
- ação direta em grupos multiplicadores, como estabelecimentos educacionais, instituições públicas, igrejas etc.

Um fator importante para a viabilização do sistema foi a interação entre instituições, que contemplou, em linhas gerais:

- articulação entre as Secretarias Municipais de Desenvolvimento Social e da Indústria e Comércio;
- parcerias com entidades civis e empresariais;
- celebração de convênio entre a Prefeitura, a ASMARE (Associação dos Catadores de Papel, Papelão e Materiais Reaproveitáveis) e a Mitra Arquidiocesana, reconhecendo o trabalho do catador, como disposto na Lei Orgânica do município.

Desenvolvimento e estrutura do sistema

Na primeira fase, em dezembro de 1993, foram instalados os primeiros LEVs - Locais de Entrega Voluntária - na região central da cidade, em parceria com os catadores. Em 1994 a SLU alugou um galpão para triagem de materiais recicláveis no centro (Galpão Curitiba), o que possibilitou a eliminação de antigos pontos críticos de triagem das ruas. Hoje, trabalham nele cerca de 80 pessoas. Em 1996 mais um galpão foi alugado (Galpão Itambé), desta vez no bairro Floresta, para organização do trabalho dos catadores. No mesmo ano, houve ampliação do galpão sede da ASMARE (na Av. do Contorno, Barro Preto). A ASMARE, que já conta com mais de 230 associados, é responsável pelo gerenciamento dos galpões, juntamente com a Pastoral de Rua, a Cáritas e a Secretaria de Desenvolvimento Social.

Uma dificuldade encontrada pela SLU foi dimensionar os contêineres para os diferentes tipos de material - papel, alumínio e plásticos, com pesos específicos diferenciados e coletados ao mesmo tempo, pelo mesmo transporte. Em 1996, após adaptações e correções, novos modelos de contêineres foram instalados em 9 locais; em 1997 chegou-se a 147 contêineres, sendo 40 para vidro, 37para o plástico, 38 para latinhas de alumínio e 32 destinados ao papel. Estes LEVs estão localizados principalmente na região centro-sul da cidade, área de maior concentração e trânsito de pessoas, obtendo, portanto, melhor utilização.

O recolhimento dos materiais recicláveis é feito de forma mista: a ASMARE e a SLU coletam mecanicamente nos LEVs. Os catadores coletam com carrinhos de tração humana individuais junto ao comércio e instituições diversas, concentrando-se mais no centro da cidade, e a freqüência de coleta é estabelecida de acordo com a região (foi desenvolvido um roteiro em maio de 1996); a SLU implantou a coleta seletiva de papel, metal e plástico em dezembro de 1996 (o vidro já era recolhido desde 1994), com a utilização de caminhões, que recolhem três vezes por semana, em quatro roteiros alternados. Ainda assim, em locais onde há contêineres com menor produtividade, o responsável (ou "adotante") pelo LEV contacta diretamente a ASMARE para a coleta. Uma vez levados aos galpões, os materiais são triados, pesados, prensados e por fim comercializados.

Recolhimento de Materiais Recicláveis (kg/mês)

 
Papel
Vidro
Metal
Plástico
Total
Janeiro-1998
277.468
121.170
6.031
18.855
423.524
Fevereiro-1998
238.929
88.790
5.988
22.082
355.789
Março-1998
276.325
114.960
8.780
24.693
424.758
Abril-1998
236.520
98.695
7.147
21.412
363.774
Maio-1998
264.613
94.470
5.611
17.415
382.109
Total no período:
1.293.855
518.085
33.557
104.457
1.949.954

Custos

Os custos da coleta seletiva de Belo Horizonte são distribuídos de acordo com os sistemas de operacionalização, como por exemplo:
- Custo de equipamento, manutenção, combustível, licenciamento, seguros, além de custos dos serviços de coleta seletiva de vidro etc. mais serviços de terceiros como água, luz, telefone, mão de obra pessoal, etc. - cabem à SLU.
- Custos de carreto e transporte, triagem, manutenção, operação cabem à ASMARE.
A taxa de limpeza urbana, cobrada junto com o IPTU, cobre 65% dos custos da mesma, e a prefeitura complementa com mais 30%; os 5% restantes são obtidos com receitas próprias geradas pela SLU.
A remuneração dos catadores associados à ASMARE é feita de acordo com sua produção e com os preços praticados no mercado, além do incentivo de 20% da produção de cada um.
A comercialização dos recicláveis é realizada pela ASMARE e Santa Casa (vidro), beneficiárias da coleta.
Evolução da Coleta Seletiva em Belo Horizonte

Educação

A Assessoria de Mobilização Social foi criada em maio de 1993, para desenvolver um trabalho educativo e participativo junto à população; hoje possui cerca de 70 pessoas, em três comitês: BH Mais Limpa, Projetos Especiais e BH Reciclando. Em cada um deles, são desenvolvidas várias atividades, que são utilizadas de acordo com as peculiaridades de cada local ou comunidade. Esta metodologia envolve: contatos iniciais com interessados, levantamento de locais para instalação de contêineres, formação de grupos que cuidam dos LEVs e ajudam na sensibilização, realização de oficinas de papel e sucata, realimentação do processo com informe de resultados, etc.

A Assessoria produz ainda periódicos, direcionados a diferentes públicos: população, garis e técnicos da área de limpeza pública.

Reaproveitamento de Entulho
Os entulhos domiciliares compõem, em peso, aproximadamente 1/3 dos resíduos sólidos de BH. Para processamento e melhor destinação deste tipo de resíduo, foram criadas as Estações de Entulho, que hoje são duas: a do Estoril, aberta em novembro de 1995, e Pampulha, inaugurada em dezembro de 1996. Há um movimento de 25 a 35 caminhões/dia e perfazendo aproximadamente 200 t/dia; a capacidade de processamento de cada uma delas cerca de 190 t/dia.

Esse entulho processado é aplicado em pavimentação (cerca de 22% da execução da pavimentação asfáltica do município) e em blocos de vedação.
Apesar das dificuldades de um projeto inovador deste porte, considera-se que os resultados são significativos, principalmente no que tange à participação da população.

Mais informações

Superintendência de Limpeza Urbana - Coleta Seletiva (31) 277-9348;
Estação de Entulhos do Estoril: (31) 277-9092

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COLETA SELETIVA EM BLUMENAU (SC)

Em 1984, o Departamento de Serviço Urbano (DSU) de Blumenau, Santa Catarina, iniciou a implementação da coleta seletiva de resíduos sólidos na cidade. A idéia foi retomada em 1987, quando a Sociedade Promocional do Menor Trabalhador de Blumenau - PROMENOR - passou a gerenciar a coleta seletiva. Desde o início o programa vem sendo desenvolvido com apoio técnico da Fundação Municipal do Meio Ambiente (FAEMA), na área de educação ambiental, e o programa de coleta seletiva é um dos mais bem sucedidos do país. Blumenau possui uma população de 250 mil habitantes e gera, mensalmente, cerca de 4.500 toneladas de resíduos sólidos domiciliares.

Estruturas dos equipamentos

O sistema conta atualmente com sete carros para a coleta (quatro caminhões e três utilitários), quatro prensas-enfardadeiras, uma balança, um carrinho, um elevador, uma esteira de triagem e outra de transporte, um moinho de vidro, além de caixas de acondicionamento do material triado.

Recursos humanos

O programa envolve 44 coletores e triadores, sete motoristas, dois encarregados da produção, um assistente administrativo e um supervisor. Todos os funcionários da empresa que foi contratada para a limpeza passam por um treinamento e no momento de coletar os resíduos já separam os materiais recicláveis.

Operação do sistema

Todo o programa de coleta se realiza praticamente pelo sistema de recolhimento porta a porta, com os quatro caminhões baú e os três veículos utilitários, uma vez por semana, atingindo trinta bairros do município, ou 70 mil pessoas (23% da população). No ano de 2000, os veículos da coleta seletiva percorreram um total de 159 mil quilômetros. A coleta atinge, além das residências e condomínios, as empresas, escolas e as entidades organizadas, além de boa parte das atividades comerciais e prestadores de serviços.

Dificuldades

Há problemas na coleta nos locais de difícil acesso, principalmente nas pontas de morros, mas há estudos para que a mesma seja efetuada com caminhão compactador.

DESTINAÇÃO
Todo o material recolhido é transportado para o galpão de triagem da PROMENOR, onde a atividade de triagem é exercida em dois turnos. Lá é feita a separação e enfardamento dos plásticos, papéis e papelão. O vidro também passa por uma triagem, podendo ser comercializado inteiro ou triturado. Tudo é depois comercializado e o dinheiro obtido com as vendas é repassado à instituição PROMENOR, para atender a 1.200 crianças e adolescentes carentes do município.

Dentro das atividades desenvolvidas com os jovens são oferecidas 21 oficinas, que vão dos esportes à informática. Uma delas é o trabalho com materiais recicláveis, como PET (garrafas de refrigerante), caixa de leite, lata de alumínio, papelão e jornal entre outros.

O programa de Coleta Seletiva de Blumenau recebeu, nos últimos quatro anos, investimentos da ordem de R$ 120.000,00. Esse valor foi investido em toda a estrutura do programa.

Crescimento

A coleta seletiva em Blumenau deu um grande salto nos últimos quatro anos, passando de 8,8 % do total dos resíduos sólidos domésticos com potencial de serem reciclados, no início de 1997, para 19 % no final de 2000 - em torno de 300 toneladas/mês coletadas. Atribui-se esse sucesso ao investimento na estrutura e a adesão da comunidade, que participa com a separação prévia dos resíduos em casa; estima-se que 15 % do material reciclado pela PROMENOR já venham separados pela população.

O programa não possui nenhum incentivo de troca. Todo o trabalho de informação e sensibilização visa fortalecer a mudança de hábito da população nas questões ambientais e a doação do material selecionado à PROMENOR.

Hoje o problema da geração do lixo é encarado pelos habitantes como um fator ambiental e que está associado diretamente à questão social. O fato dos recursos serem destinados à PROMENOR também contribuiu para a participação da sociedade.

Educação Ambiental

No galpão de reciclagem da PROMENOR foi construída uma sala de educação ambiental, destinada às atividades de sensibilização, informação e educação. Esta sala foi construída com 90 % de materiais reutilizados e já atendeu, desde a sua implantação no início de 2000, a 4.800 alunos da rede municipal de ensino de Blumenau e dos municípios vizinhos. Também foram realizadas palestras e exposições, sobre a problemática dos resíduos e sobre reciclagem em empresas, escolas e entidades do município.
O programa possui, como forma de divulgação, um folheto sobre coleta seletiva, confeccionado com o papel reciclado da caixa de leite longa vida pós consumo (tetra pak).

Materiais coletados seletivamente e comercializados pelo programa de reciclagem da PROMENOR, nos últimos quatro anos, em toneladas:

Papéis
2771
Plásticos
1016
Metais
1339
Vidros
1896
Total
7022

A coleta seletiva já está presente também nos grandes eventos da cidade. Em 1999 e 2000 foram implantados PEVs de coleta seletiva para grandes eventos da cidade. Em 1999 e 2000 foram implantados PEVs de coleta seletiva para separação de copos, papelão e metais durante a Oktoberfest.
Nesses dois anos, foram recuperadas no total 26 toneladas de materiais recicláveis durante o evento.

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COLETA SELETIVA EM CAMPINAS (SP)

O programa de Campinas (SP), cidade com cerca de 820 mil habitantes, está no sétimo ano de existência, atinge 200 dos 600 bairros e contempla aproximadamente metade da população.

Início dos trabalhos

O Departamento de Limpeza Urbana da Prefeitura Municipal de Campinas iniciou o programa de Coleta Seletiva em agosto 1991, através de uma lei municipal.

Iniciada no bairro Barão Geraldo, a coleta seletiva domiciliar recolhia cerca de 80 quilos de material no circuito escolar e aproximadamente 400 quilos no atendimento domiciliar.

Atualmente, para esta coleta, estão em operação nove caminhões compactadores, que recolhem 15 toneladas de recicláveis ao dia, num raio de 80 km. O material arrecadado e triado no programa cabe ao Fundo Social de Solidariedade de Campinas - o FUSSCAMP.

Desenvolvimento e estrutura

Em suas três formas de atuação, a coleta seletiva é executada diretamente pela administração municipal. A terceirização da triagem e comercialização está em fase de desenvolvimento, e gradativamente outros órgãos integrarão o programa, na medida em que possam incrementar as atividades. Como exemplo, as Secretarias de Educação, Saúde, Promoção Social; o Departamento de Meio Ambiente e empresas que estejam com projetos na área de reciclagem ou transformação de materiais e/ou embalagens.

No serviço de triagem e valorização do material reciclável, há atualmente uma ação conjunta que envolve outros setores, como o Centro de Educação Integrado, o Centro de Atendimento ao Migrante Itinerante e Mendicante (junto com a Secretaria de Promoção Social) e o Presídio Prof. Ataliba Nogueira (com apoio da iniciativa privada e participação do FUSSCAMP). Com este último, segundo a imprensa local, empregava-se, em março deste ano, 36 presidiários que recebiam um salário mínimo e poderiam reduzir suas penas em 30%. Outras iniciativas em estudo ou andamento são a parceria com Associações de Triadores ou Núcleos Organizados (para que adquiram materiais coletados pelo preço de cargas sem triagem) e a viabilização da instalação de unidade de triagem do material reciclável.

Três sistemas

1. COLETA SELETIVA DOMICILIAR
A população é orientada para separar os materiais que vão para a reciclagem; a coleta é feita uma vez por semana, por setor, em caminhões de leve compactação, e o material é levado para a área de triagem e despejado no pátio, para posterior separação. A coleta seletiva domiciliar em Campinas engloba 37 setores, sendo 21 diurnos, em 137 bairros e 16 noturnos, em 73 bairros, onde são coletadas 360 toneladas por mês. Dentro desse processo, existe 25% de rejeito (o que corresponde a 5,5 toneladas por dia) de materiais que não apresentam reciclabilidade - isopor, trapo, porcelana e outros - ou de materiais comprometidos no descarte - papéis engordurados, partículas de difícil separação etc. O material realmente reciclável corresponde, portanto, a cerca de 15 t/dia.

2. COMUNIDADES ORGANIZADAS
Neste sistema são fornecidos recipientes metálicos de 200 litros, identificados para a devida separação; para a coleta são usados os caminhões com carroceria compartimentada. São atendidos, hoje, cerca de 420 estabelecimentos por semana * - escolas, associações de bairros, condomínios e outros -, onde chegam a ser coletadas, em média, 96 toneladas de recicláveis por mês, o que equivale a 18% (em peso) do total de materiais recicláveis coletados no município.

3. LOCAIS DE ENTREGA VOLUNTÁRIA
São 14 pontos estratégicos do município**, equipados com contêineres compartimentados, responsáveis por 0,7% de toda a coleta seletiva, ou seja, cerca de 1,5 t/dia ou 34 t/mês. Neste sistema o D.L.U. conta com um caminhão equipado com sistema hidráulico de coleta.
Observam-se alguns problemas quanto à disposição dos materiais, como um percentual de mistura dentro dos LEVs, além do depósito de resíduos ao lado dos contentores, muitas vezes sem separação.

Processo e destinação

Após triagem na esteira, o material reciclável é acondicionado em bombonas de plástico ou em carrinhos de fibra de vidro; daí é prensado ou transferido para contêineres de transbordo. São estocados em fardos ou soltos, até atingirem a tonelagem mínima de retirada, o que é feito pelas empresas de reciclagem.

Custos

O custo global, considerando-se a tonelagem trabalhada e o custo operacional, é de R$245,00 por tonelada em 1997.

Engajamento da população

A divulgação é um dos fatores primordiais para a adesão voluntária da população. A Prefeitura tem difundido o sistema através do "boca a boca" nas residências ou por palestras de educação ambiental em escolas - como o curso de educação ambiental "Nada se Perde, Tudo se Transforma" - e também em prédios de repartições públicas, associações de bairros, condomínios etc.

Ainda dentro do programa de educação ambiental, existe o "Lixo-Tour", que consiste em um roteiro de palestras e visitas ao sistema de coleta, tratamento e destinação dos resíduos da cidade.

Novas metas

A Prefeitura de Campinas objetiva ampliar seus raios de atuação. No caso da Coleta Domiciliar, em princípio, a meta é atingir 210 bairros do município e 780 toneladas mensais de material reciclável. Também aponta a necessidade de que a frota de veículos tenha manutenção permanente. Para o sistema em Comunidades Organizadas, Campinas pretende se estender o máximo possível. Quer atingir todos os estabelecimentos de ensino, além de ampliar sua atuação em condomínios, associações de bairros etc. Para isso vai adquirir, por compra ou doação, tambores metálicos de 200 litros cada. O ideal nesse início é a marca dos 800 tambores. A Entrega Voluntária também pretende aumentar sua marca: ampliar os atuais 14 para 40 contêineres. Também pretende adquirir um novo sistema de braço hidráulico para adaptar em outro caminhão do D.L.U., a fim reduzir dificuldades operacionais.

Um dos pontos que a Prefeitura de Campinas está apostando é em estabelecer parcerias com indústrias de reciclagem e transformação de cada material específico. Assim teria condições para instalação de novos coletores no município. Além disso, quer ampliar a participação do programa de coleta seletiva em eventos municipais: feiras do verde, exposições em shoppings, semanas do meio ambiente, operações "cata-bagulho", eventos esportivos, apresentações culturais etc. Planeja também a criação de uma equipe de monitores ambientais, com equipamentos volantes de divulgação.

Equipamentos

Item
Quantidade
Utilização
Esteira de Triagem
01
Segregação material coletado
Prensa Vertical
02
Prensagem e enfardamento (plásticos/papelão)
Prensa Horizontal
01
Prensagem (latas)
Contêineres Compartimentados
14
Acondicionamento de material reciclável
Carrinhos de Fibra de Vidro
10
Transbordo da esteira para estocagem

Pessoal envolvido

Função
Nº de trabalhadores
Coletores/Triadores
85
Motoristas
30
Mestres
09
Assistentes Administrativos
01
Pintores
02
Engenheiro
01

Mais informações

DLU (Departamento de Limpeza Urbana) - Coord. de Coleta Seletiva
Prefeitura Municipal de Campinas - (19) 231-3405

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COLETA SELETIVA EM CURITIBA (PR)

Curitiba, capital do Paraná, nos seus 305 anos e mais de 1 milhão e meio de habitantes, caracteriza-se por ter sido a primeira Prefeitura a inovar o sistema de coleta de resíduos urbanos do país, inaugurando, em 1989, a Coleta Seletiva do Lixo Doméstico - "O Lixo que não é Lixo".

Início dos trabalhos

Em outubro de 1989, Curitiba inaugurou um novo sistema de recolhimento e destinação de resíduos urbanos no país, com o Programa Lixo Que Não É Lixo. A princípio, foi feito um trabalho de educação ambiental nas escolas da rede pública divulgando-se que um terço dos resíduos coletados poderia ser encaminhado para a reciclagem. Em seguida, todo o município foi sensibilizado e instruído a separar os materiais recicláveis através de cartilhas e panfletos, rádio, televisão e jornais. O Programa Compra do Lixo, também lançado em 1989, foi implantado para possibilitar a limpeza das comunidades carentes; caracteriza-se pela troca dos resíduos por produtos hortigranjeiros.

O Programa Câmbio Verde, de 1991, derivou-se desses dois primeiros e consiste na troca de materiais recicláveis por produtos hortigranjeiros em postos de troca.

Desenvolvimento e estrutura

O Departamento de Limpeza Urbana da Prefeitura Municipal de Curitiba é responsável pelo gerenciamento, supervisão e fiscalização dos serviços de coleta e destinação de resíduos, executados por empresas contratadas. A Prefeitura faz também o recolhimento seletivo de resíduos dos serviços de saúde e dos resíduos de jardins e podas de árvores.

Curitiba produz 35,3 mil toneladas de lixo por mês. Desse total 29,8 mil são de lixo domiciliar que vão para o aterro sanitário da Caximba. Outras 5,4 mil são de lixo reciclável coletadas pelos programas Lixo que não é Lixo, Câmbio Verde e pelos carrinheiros. São 22 caminhões, 16 para o Lixo que não é Lixo e 6 para o Câmbio Verde. A usina de separação fica em Campo Magro, e existem mais de 22 depósitos credenciados.

Programa "O LIXO QUE NÃO É LIXO"

A maior parte dos recicláveis da cidade é coletada pelos catadores ou "carrinheiros", que coletam diariamente cerca de 150 toneladas de material, revendendo-o para os sucateiros. Atualmente, estão cadastrados pela Fundação de Ação Social aproximadamente 1.300 catadores, que trabalham com carrinhos especialmente projetados, coletes de identificação e agora estão se organizando em cooperativas. Os shopping centers, por exemplo, estão enviando o material reciclável para a REECOPERE, Cooperativa de Trabalhadores de Coleta de Recicláveis de Curitiba.

A população separa previamente o material úmido (restos de alimentos, sobras, papéis higiênicos etc.) dos recicláveis (papel e papelão, vidro, metais ferrosos, plásticos), para que estes sejam recolhidos nos dias determinados para a coleta.

Curitiba possui hoje 111 setores de coleta e mobiliza 15 caminhões baú, em dois turnos, envolvendo 30 motoristas e 90 coletores.

Programa "CÂMBIO VERDE"

Desde junho de 1991 a população de baixa renda pode trocar seus recicláveis por produtos hortigranjeiros de época. Os pontos de troca estão nas área externas dos supermercados e dos órgãos municipais, nas associações de moradores e funcionam em data e horários pré-determinados. Cada pessoa deve levar cinco quilos de material reciclável para receber em troca uma sacola com o produto hortigranjeiro. Todo o material reciclável recolhido é então transportado para a Unidade de Valorização de Resíduos Sólidos Recicláveis ou aos depósitos credenciados, para triagem e venda.

Atualmente são 61 pontos de troca, com dois caminhões (um baú e um de carroceria), dois motoristas, dois coletores e um ajudante.
Existem três modalidades do Programa Câmbio Verde, com os seguintes objetivos:

Modalidades
Objetivos
Pontos de Troca incentivar os moradores a separarem os resíduos úmidos ("lixo orgânico") do lixo seco ("inorgânico") e promover reforço alimentar das famílias mais carentes.
Entidades assistenciais incrementar a alimentação das pessoas que residem ou dependem dessas entidades para obterem pelo menos uma refeição ao dia.
Especial realizado nas escolas municipais, para consolidação do espírito de separar para reciclar. Troca-se os recicláveis por cadernos, brinquedos, chocolates, ingressos para espetáculos, entre outros.

Aterros

Existem três aterros para destinação final dos resíduos coletados e que não vão para a reciclagem: o aterro de Caximba, para resíduos domiciliares, Aterro Sanitário Hospitalar para os resíduos dos serviços de saúde e o Aterro de Resíduos Vegetais, para as podas de jardins e entulhos.

Educação ambiental

A Educação Ambiental é um dos fundamentos da gestão de resíduos sólidos urbanos de Curitiba.
Nas escolas a educação ambiental faz parte do currículo. Desde o início do programa, foi inserida de modo interdisciplinar nas escolas municipais e se expandiu para a comunidade, adaptando-se aos diferentes segmentos sociais.

Além disso, desde 1997, existe o projeto Olho D'Água, no qual as crianças acompanham e são levadas a perceber a situação dos rios da região através da análise e observação da qualidade das águas.

Atualmente, estão em andamento processos educativos direcionados a públicos específicos como moradores de condomínios, proprietários, funcionários e clientes de lojas em shopping centers, coletores de materiais recicláveis e funcionários da Prefeitura. A empresa concessionária de coleta, por exemplo, distribui folhetos educativos em toda a cidade e empresta 300 contêineres para condomínios no bairro Bigorrilho, para estimular a separação em prédios que não dispõem de espaço para armazenagem. Posteriormente, os prédios comprarão suas próprias caçambas. A Prefeitura promove palestras e 630 prédios já receberam a Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Visitação na Usina

No segundo semestre de 1997 foi iniciado um programa de visitação à Usina de Reciclagem de Curitiba, que envolve atividades para crianças e adultos e orientações sobre o programa de coleta seletiva. Essas ações de educação ambiental levaram este ano à adaptação de um barracão, transformado em sala de aula permanente, que tem como principal objetivo integrar o equipamento à comunidade. O material utilizado na reforma foi todo selecionado e reaproveitado da sucata. Quem visita a Usina hoje pode observar a reciclagem artesanal de papel e visitar o Museu - com raridades encontradas no lixo - e o Mercadinho do Reciclado, onde são vendidos alguns móveis e utilitários, ainda em condição de uso, a preços simbólicos.

Inovação

Em setembro de 1998 a prefeitura lançou o Programa de Coleta Seletiva de Lixo Tóxico, viabilizando a coleta seletiva de resíduos domiciliares perigosos, incluindo pilhas, baterias de telefones celulares, latas de tintas, solventes e medicamentos vencidos. A coleta especial é feita por um caminhão que permanece um dia da semana em cada terminal de ônibus. Os materiais são encaminhados à central de Tratamento de Resíduos Industriais - CTRI.

Benefícios

- O aterro da Caximba ganhou mais quatro anos de vida útil, porque deixou de receber 419 mil toneladas de materiais reaproveitáveis desde 1989, quando foi construído. Esta quantidade equivale ao peso de 279 mil fuscas.
- A reciclagem de 16% de papel do lixo produzido em Curitiba (PR) - o melhor índice do país - já poupou o corte de 822.570 árvores nos últimos nove anos, além da economia da água e energia.
- O dinheiro da venda dos materiais é aplicado em programas sociais do Instituto Pró Cidadania da Prefeitura.

Custos

A coleta seletiva de lixo em Curitiba é sustentada com os recursos da Prefeitura, sendo o serviço de coleta terceirizado.

Mais informações

Secretaria Municipal do Meio Ambiente - Dir. de Limpeza Pública: (41) 338-8399
Usina de Reciclagem - Eng. Marcelo Gomes Ferreira - (41) 767-1110
Unilivre - Centro de referência - (41) 254-5548

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COLETA SELETIVA EM JOÃO PESSOA (PB)

Começam a ser detectadas, em algumas cidades do nordeste brasileiro, ações de implementação de soluções para a geração e destinação mais adequada dos resíduos sólidos. Neste artigo, divulgamos o trabalho da prefeitura de João Pessoa, capital da Paraíba.

O projeto foi idealizado a partir do começo da gestão da atual administração da EMLUR (companhia de limpeza do município), dentro do programa de governo da prefeitura iniciado em 1997. A iniciativa se deu face à necessidade de diminuir a quantidade de resíduos dispostos nos vazadouros e aterros, bem como de redirecionar a população marginalizada ligada à catação de material nesses locais.

Metodologia

Tomando o princípio dos "3 Rs" - Reduzir, Reutilizar e Reciclar, a Emlur optou por fomentar a educação ambiental na população, primeiramente uma faixa de formadores de opinião.
Concomitantemente, está sendo organizada a Cooperativa de Catadores, visando integrar os catadores que hoje atuam no principal vazadouro da cidade, o "Lixão do Roger".

Início da operação

A partir de 1º de maio de 1998, quando se dará a inauguração do programa, estarão funcionando os 15 PEVs (Pontos de Entrega Voluntária de Materiais Recicláveis) que estão sendo instalados na cidade, com a meta de atingir, de imediato, 5% da população e conseguir, até o final da gestão, 30% de abrangência.
Os materiais coletados repetem os outros programas conhecidos do país (e divulgados neste informativo, em números anteriores) - papel/papelão, plásticos, vidros e metais.

Eles deverão ser encaminhados para a Cooperativa de Catadores, que serão responsáveis pelo acondicionamento adequado (enfardamento e outros) e destinação para as indústrias.
O vidro terá um destino especial, que é o Hospital do Câncer Napoleão Laureano.

Estrutura básica

O programa, para a inauguração, conta com 1 veículo para a coleta, 20 funcionários e 15 contêineres para coleta seletiva (PEVs).
O projeto é custeado atualmente pela própria Emlur e pela Prefeitura Municipal de João Pessoa, além de estar buscando novas parcerias.
Expansão
Espera-se uma participação crescente da população; à medida que ela for ocorrendo, novos PEVs serão instalados.
A Emlur também pretende ampliar a coleta seletiva para as escolas da rede municipal e implantar a coleta seletiva de papel em escritórios das repartições públicas do município.
A maior meta do programa, até o final da atual administração, é a Coleta Seletiva Porta a Porta em um bairro piloto da cidade.

Mais informações

Emlur - Dir. de Operações - Coord. de Planejamento - Tel.: (83) 244-4020 R: 216.

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COLETA SELETIVA EM PORTO ALEGRE (RS)

O projeto de Coleta Seletiva de Porto Alegre, implantado pelo DMLU - Departamento Municipal de Limpeza Urbana -, é hoje um dos mais bem sucedidos do país. Iniciado em 1990, o projeto completou sete anos de existência em julho de 1997.

O alerta para o desenvolvimento de um programa de coleta seletiva de materiais recicláveis em Porto Alegre se deu através de problemas comuns a qualquer cidade: falta de espaço para dispor o lixo e existência de grupos sociais excluídos que sobreviviam da catação (ou "garimpagem") do lixo.

Ainda na fase de planejamento (1989), a idéia foi de possibilitar a geração de renda, de forma organizada, para este setor marginalizado da população, através da venda de materiais recuperados, retirados da "corrente" da geração de resíduos sólidos, destinando-os à reciclagem.

No início de 1990, foi constituída a primeira entidade de reciclagem: a Associação de Mulheres Papeleiras e Trabalhadoras em Geral (construído pela Igreja Nossa Senhora dos Navegantes). A Associação recebeu em seu galpão todo o lixo seco coletado em Porto Alegre até final de 1991, quando se iniciaram as atividades de outros grupos.

Em julho de 1997, o programa já atingiu 100% dos bairros, tendo destinado mais de 28 mil toneladas de materiais para a reciclagem ao longo de sua existência.
Implantação Progressiva
O sistema de coleta seletiva foi implantado por etapas a partir de 1990, acontecendo da seguinte forma:

Período
Etapas
julho de 1990 O programa foi implantado no bairro do Bom Fim.
dezembro de 1990 Chegada do programa aos bairros da Cidade Baixa e Menino Deus.
1991 Ao todo 16 bairros já eram beneficiados, incluindo 60 escolas.
1992 Mais 37 bairros beneficiados pelo programa.
de 1993 até 1995 O programa já abrangia 61 bairros.
de 1996 até julho de 1997 Ampliação do programa para atingir 100% dos bairros.

Estrutura do sistema de coleta seletiva

Operação e destinação

A coleta seletiva está dividida em duas equipes: equipe de educação ambiental (planificação e desenvolvimento) e equipe operacional (responsável pela execução propriamente dita).

São 21 caminhões especiais, com aproximadamente 100 funcionários do DMLU. Uma vez por semana em cada bairro, o caminhão da coleta seletiva recolhe o material separado espontaneamente pelos moradores.

São arrecadadas 40 toneladas de material seco por dia, destinadas às oito unidades de reciclagem. Parte disto vem dos PEVs (Postos de Entrega Voluntária), que são 28 contêineres de coleta seletiva localizados em pontos de grande movimento e praças distribuídas pela cidade.

Quando chega às unidades de reciclagem, o material é triado, acondicionado e armazenado, para depois ser encaminhado às indústrias recicladoras através de venda direta ou via intermediários (sucateiros).

Educação e treinamento

Para ajudar na organização de cada unidade de reciclagem aberta, o DMLU realiza, com antecedência, um treinamento com os recicladores iniciantes, muitos dos quais, porém, são pessoas que já trabalhavam há vários anos na catação dentro de lixão. Eles recebem informações sobre matérias-primas com as quais irão lidar, aspectos da comercialização, etc.

Desde o início do projeto há um programa de divulgação e educação, com distribuição de folhetos, difusão de mensagens através de carros de som e eventos em comunidades, atingindo um público diversificado.
Paralelamente, foi desenvolvido um programa direcionado especialmente às escolas, empresas, hospitais e órgãos públicos.

Há também cursos destinados a professores e diretores de escolas. Só no segundo semestre de 1996 foram ministradas quatro edições dos cursos.

Unidades de reciclagem

Atualmente são oito as unidades de reciclagem de Porto Alegre. São operadas por associações de trabalhadores autônomos - os recicladores de resíduos sólidos, papeleiros ou catadores. Ao todo, cerca de 250 pessoas estão envolvidas na atividade. O DMLU faz o acompanhamento permanente de cada uma destas unidades, auxiliando em sua capacitação e organização.

O rendimento de cada trabalhador é entre R$150,00 e R$200,00, com vistas a melhorar na medida em que a quantidade de material recuperado aumente e este seja vendido diretamente às indústrias. As 40 toneladas diárias de material reciclável coletados pelo programa representam 20% do total de lixo seco gerado na cidade. Quantidade de material recuperado e destinado à reciclagem no programa de coleta seletiva de Porto Alegre, em toneladas, até meados de 1997:

Material
Reciclagem em toneladas
Papel
7.400
Vidro
4.300
Metal
2.538
Plástico e outros
13.962
Total de materiais destinados à reciclagem
28.200

Custos

O custo da coleta seletiva é totalmente pago pela taxa de lixo. O BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento - está destinando, através do Programa Pró-Guaíba (o principal rio da bacia hidrográfica local), recursos da ordem de 300 mil dólares para equipamentos para educação ambiental, caminhões e um micro-ônibus. O objetivo é aumentar notavelmente o volume de material reciclável recuperado.

Mais informações

DMLU - Porto Alegre
Av. Azenha, 631 - CEP 90160-001 - Porto Alegre (RS)
Telefax: (51) 217-9111

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COLETA SELETIVA EM RIBEIRÃO PRETO (SP)

Em Ribeirão Preto, no estado de São Paulo, o programa de coleta seletiva, denominado "Lixo Útil" foi lançado no 2º semestre de 1991 pelo DURSARP (Departamento de Urbanização e Saneamento), inicialmente em um bairro de classe média e média alta, o Lagoinha. De 1992 até 1997 o programa se expandiu, atingindo 10% da área do município.

A população fixa de Ribeirão Preto é de cerca de 456.252 habitantes, chegando a 550.000 se considerados os 100 mil que compõem a população flutuante. Hoje, da média de 450 toneladas diárias geradas na cidade, 5 toneladas são coletadas pelo programa de coleta seletiva.

Estrutura do sistema de coleta seletiva

O programa de Coleta Seletiva de Ribeirão Preto envolve dois sistemas principais de recolhimento de material reciclável: a Coleta Porta a Porta e os PEVs (Postos de Entrega Voluntária).

Na Coleta Porta a Porta, um caminhão-baú passa de residência em residência, uma vez por semana, atendendo a 14 bairros; no centro da cidade ela é chamada Coleta Calçadão, sendo realizada diariamente por um veículo menor. Existe também um atendimento direcionado a escolas públicas, creches e instituições afins, mediante solicitação.

Na Coleta Pontual, nos PEVs, um caminhão munk (com um guincho que suspende o contêiner) coleta o material dos contêineres, em 19 bairros, em dias alternados.

Destinação

Todo o material é levado para o Centro de Triagem do Dursarp, localizado na periferia da cidade. Lá é feita a separação, o enfardamento de plásticos, metais, papel e papelão. O vidro tem uma destinação diferente: é coletado e transportado para a Casa das Mangueiras, instituição que trabalha com adolescentes carentes. Neste local o vidro é separado, lavado e comercializado. O dinheiro arrecadado é para o uso da própria instituição.

Os materiais são comercializados através de licitações (por carta convite) para pessoas jurídicas cadastradas na Prefeitura. A verba obtida é então repassada ao Fundo Social de Ribeirão Preto, responsável por destinar recursos a instituições assistenciais do município.

Compostagem

Os resíduos provenientes de podas, folhagem e galhos são destinados ao setor de produção de adubo, localizado no próprio Centro de Triagem. O material é triturado e armazenado devidamente para maturação, após o qual é destinado às praças, hortas comunitárias etc.

Distribuição dos serviços

Os serviços de coleta são feitos parte pelo Dursarp e parte por terceiros. O Dursarp atende a escolas, creches e pedidos especiais, sempre que solicitado, o que é feito com o caminhão carroceria. As coletas Porta a Porta, Calçadão e Coleta pontual são terceirizadas.

Entulho

Ribeirão Preto produz, em média, 900 toneladas de entulho por dia; 25% desse material é operado na Usina de Reciclagem de Entulhos da Construção Civil e o material produzido é utilizado na recuperação de estradas municipais sem pavimentação. O gerenciamento desta usina é feito pelo Dermurb, outro órgão municipal.

Educação

Para informar, orientar e educar a população, está sendo retomado o Programa de Educação Ambiental, através de um trabalho conjunto entre o Dursarp, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, a Secretaria Municipal de Educação e a Secretaria Municipal do Bem Estar Social. Ele consiste em promover palestras para a população, além de divulgar o projeto em escolas.

Expansão

A ampliação do sistema Porta a Porta e Pontual, bem como a ampliação do Centro de Triagem é a intenção dos responsáveis pelo Programa Lixo Útil. Espera-se com isso reduzir efetivamente o volume de resíduos aterrados, diminuindo o problema de degradação de áreas e recursos naturais, além de gerar subsídios para programas sociais.

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Fonte: Equipe da Recicloteca
Pick-upau – 2002 – São Paulo – Brasil

 
 
 
 

 

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