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A questão dos agrotóxicos nos alimentos - o caso do bicarbonato
Fonte: Alexandre Harkaly - Instituto Biodinâmico (Botucatu, 12 de Novembro de 2002)

Gostaríamos de comentar a matéria divulgada pela Rede Globo e outros veículos de jornalismo, na última semana, sobre a questão dos agrotóxicos nos alimentos e a melhor maneira de se evitá-los.
Sem dúvida, na medida em que algumas poucas análises de controle de qualidade são feitas, principalmente análises de resíduos de agrotóxicos, nos defrontamos com dados alarmantes e preocupantes. O Instituto Biodinâmico, com sua experiência de 10 anos em certificação orgânica e biodinâmica e em análises químicas de culturas agrícolas e alimentos, pode acrescentar, ainda, que se trata apenas da ponta do iceberg. São dezenas de princípios ativos sendo introduzidos todos os dias em todas as culturas agrícolas do país e do planeta.

O movimento de agropecuária orgânica já alertou inúmeras vezes para este problema que vem causando prejuízos sérios e irreparáveis à saúde da população e também ao meio ambiente. O Brasil é atualmente um dos maiores nichos do mercado de agrotóxico, o terceiro no ranking mundial.

Formas simplistas e erradas têm sido usadas para orientar as donas de casa sobre como diminuir os riscos de contaminação com agrotóxicos como, por exemplo, o uso de bicarbonato de sódio. Esta recomendação está errada. O bicarbonato de sódio tem uma reação superficial na folha e nos alimentos. Os agrotóxicos estão dentro, os principais resíduos são sistêmicos, encontram-se dentro da estrutura celular das plantas. Existem relatos de contaminação superficial, e mesmo neste caso a lavagem com substâncias pode resultar em eliminação parcial, mas não 100 % garantida. O bicarbonato não atua tão profundamente. Os agrotóxicos constituem diferentes famílias, com características químicas completamente diferentes do bicarbonato. É impossível determinar que um composto de estrutura simples como o bicarbonato seja capaz de reagir com todos os compostos químicos que compõem a família de agrotóxicos.

Do ponto de vista da reação de neutralização do agrotóxico na superfície dos alimentos, também há erro. O bicarbonato tem uma reação tanto ácida como alcalina, porém leve (chamado de anfótero). As complexas moléculas dos agrotóxicos não serão afetadas pela reação fraca (ácido-base) do bicarbonato. Para que ocorra uma "neutralização" dos agrotóxicos, estes compostos deveriam apresentar características ácido-base, o que não ocorre com a maioria dos compostos. Seria necessária uma reação de destruição dos compostos clorados, por exemplo. Entretanto, esta reação é extremamente difícil e exatamente por isso alguns dos agrotóxicos são considerados pelos especialistas como "poluentes persistentes", ou seja, uma vez formados são dificilmente destruídos.

Ainda que um composto "mágico" apresentasse características químicas tão variadas e fosse capaz de reagir quimicamente com os agrotóxicos, qual a toxicidade dos resíduos formados? Após uma reação química, os compostos são transformados e não desaparecem simplesmente! O uso de bicarbonatos, vinagres e água sanitária é muito mais coerente para ajudar a esterilizar a solução da água e da superfície dos vegetais contra bactérias e agentes vivos. Mas não contra contaminação química externa.

Sendo assim, a única solução realmente efetiva e global e 100 % segura para se livrar dos efeitos dos agrotóxicos, depende de os consumidores e os órgãos de imprensa olharem mais seriamente para esta questão. Os meios de comunicação e os jornalistas devem estar cientes e informar aos consumidores que estes somente estarão reduzindo os riscos de contaminação, ao se alimentarem com produtos verdadeiramente isentos de agrotóxicos. E é também para garantir a origem isenta de agrotóxicos que o IBD, assim como outras certificadoras do país, vem atuando, inspecionando e orientando milhares de agricultores orgânicos e biodinâmicos que se espalham pelo país no laborioso trabalho de reconstrução da paisagem agrícola, hoje completamente descaracterizada pelo processo agrícola convencional.

Os alimentos orgânicos e biodinâmicos são os únicos, com comprovação analítica acadêmica, que não são cultivados com a utilização de agrotóxicos, não são produzidos com transgênicos, não poluem o meio ambiente, não agridem ao trabalhador.

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Perigo ronda o prato, da salada à sobremesa. Estudo da Anvisa aponta substâncias não autorizadas em verduras e frutas
Fonte: Herton Escobar – O Estado de São Paulo (São Paulo, 10 de Novembro de 2002)

Morango temperado com endosulfan e tetradifon; mamão com dicofol e metamidofós; alface com ditiocarbamatos e clorotalonil. São apenas alguns exemplos de agrotóxicos não autorizados para essas culturas, mas detectados nos alimentos em um estudo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

As análises foram realizadas em quatro Estados - São Paulo, Minas, Paraná e Pernambuco - com 1.295 amostras de nove tipos de alimento: alface, banana, batata, cenoura, laranja, maçã, mamão, morango e tomate.

Cerca de 83% das amostras (1.051) continham resíduos de agrotóxicos e 22% (233) estavam em desacordo com a legislação: 74 com resíduos de produtos não autorizados para aquele alimento, 94 com resíduos acima do permitido e 65 com os dois problemas.

"Embora o Brasil não disponha de dados suficientes que reflitam a situação de contaminação nos alimentos, é possível supor que o problema seja significativo, considerando-se que o País é um dos maiores mercados consumidores de agrotóxicos do mundo, aliado ao fato de que as Boas Práticas Agrícolas (BPA) não estão asseguradas", afirma o relatório, obtido com exclusividade pelo Estado. O gerente-geral de toxicologia da Anvisa, Luiz Cláudio Meirelles, classificou alguns dos resultados como "alarmantes".

Não há comprovação científica de que o consumo de alimentos da agricultura tradicional a longo prazo faça mal à saúde, até mesmo pela complexidade que um diagnóstico como esse exigiria. O uso de agrotóxicos, segundo Meirelles, é regido por normas internacionais e nacionais de segurança, segundo as quais o alimento deve chegar à mesa do consumidor livre de qualquer resíduo potencialmente nocivo (abaixo de um valor máximo permitido).

A falta de fiscalização e capacitação sobre a aplicação desses produtos no campo, entretanto, oferece poucas garantias. "O alimento convencional carrega esse risco embutido", diz Meirelles, comparando com os produtos orgânicos.

"Há uma exposição humana muito grande e desnecessária a esses produtos", afirma o coordenador-geral de vigilância ambiental em saúde da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Guilherme Franco Netto. "Não há um produto na cadeia alimentar que não receba algum tipo de agrotóxico."

A preocupação maior é com o morango, o tomate e o papaia, que podem absorver grandes quantidades de veneno. Lavar o alimento não resolve, pois os resíduos ficam incorporados na polpa, diz Franco Netto.

Opção - "Com tudo de agrotóxico que a gente já comeu, é bom ter uma opção mais saudável", diz a aposentada Lúcia Pescuma, de 77 anos, freguesa habitual da feira de orgânicos do Parque da Água Branca. "Fico mais tranqüila de saber que estou comendo algo que vai me fazer bem ou pelo menos não vai me fazer mal", concorda a psicóloga Antonia Covi, consumidora de orgânicos há mais de dez anos. A escritora paulista Lauret Godoy diz que prefere os orgânicos por uma questão de "confiança na natureza". "Acredito que a terra vai sempre me dar o melhor."

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Orgânicos: saudáveis e cada vez mais acessíveis. Diferença de preço é pequena em relação aos alimentos convencionais e o consumo cresce
Fonte: Herton Escobar – O Estado de São Paulo (São Paulo, 10 de Novembro de 2002)

Na seção de verduras e frutas de um supermercado paulista, uma dona de casa escolhe entre dois pés de alface. Eles têm o mesmo tamanho, aparentam ser igualmente fresquinhos e saborosos, só que um custa R$ 1,70 e o outro, R$ 0,70. O primeiro é orgânico e o segundo, "convencional". Para compreender realmente a diferença entre eles seria preciso uma viagem ao campo, uma boa conversa com os produtores ou pelo menos uma cartilha explicativa sobre os impactos da agricultura na saúde e no meio ambiente ao longo dos últimos 50 anos. Mas a dona de casa não tem tempo para isso. Ela simplesmente quer um alimento que seja saudável e se encaixe no orçamento familiar. Vale a pena pagar mais pelo orgânico? Cada vez mais pessoas respondem que sim.

O mercado orgânico cresce em ritmo acelerado no mundo todo, apesar de ainda representar uma fatia minúscula do cardápio internacional de alimentos. Algo como um candidato nanico que vem crescendo nas pesquisas e ganhando a simpatia da população, mas ainda está muito longe ganhar as eleições. No melhor dos casos, em países como Alemanha, Dinamarca e Estados Unidos, as vendas de orgânicos representam entre 1% e 3% do mercado total de alimentos.

Isso apesar de um crescimento global de quase 150% nos últimos cinco anos.
Estima-se que os cultivos orgânicos tenham movimentado US$ 11 bilhões em 1997 e cerca de US$ 25 bilhões, em 2001.

Para o Brasil, faltam números confiáveis. Segundo estimativas do Instituto Biodinâmico (IBD), maior certificador de orgânicos no País, o mercado nacional movimenta US$ 200 milhões por ano, sustentado por mais de 7 mil produtores em 270 mil hectares de agricultura e pecuária orgânica. Em 2000, esse mercado era de US$ 50 milhões. "Temos sinais claros de que, se bem trabalhado, esse mercado pode crescer", diz o vice-presidente executivo do IBD, Alexandre Harkaly.

Preço - O setor enfrenta uma série de dificuldades para crescer, mas a mais óbvia para os consumidores é a diferença de preço. Nas feiras e varejões, alguns produtos orgânicos já custam o mesmo, ou até menos, do que os convencionais. Mas, como regra geral, custam entre 10% e 200% a mais, especialmente nos supermercados.

Se são mais caros ou não, porém, é uma questão que vai além do preço na etiqueta. Abrange, segundo os defensores da ideologia orgânica, uma série de custos da agricultura convencional que não são contabilizados no caixa, mas são cobrados da sociedade de uma maneira ou de outra:

contaminação ambiental e alimentar, perda de produtividade do solo, desperdício de água, assoreamento de rios, perda da biodiversidade, desigualdade social, fuga do homem do campo. Problemas que o modelo orgânico promete evitar, por alguns reais a mais do consumidor.

Na agricultura orgânica, é proibido o uso de agrotóxicos e fertilizantes sintéticos. No caso da pecuária, é vetada a aplicação de hormônios e os animais não podem ficar confinados. Todo o processo produtivo precisa ser feito em equilíbrio com a natureza, de modo a preservar a saúde do homem e do meio ambiente. "Toda a cadeia de produção é beneficiada", afirma Harkaly.

"Desde o produtor, que não se envenenará e terá um ecossistema equilibrado para trabalhar, até o consumidor final, que não se intoxicará e terá um alimento mais vitalizado."

O produtor orgânico também cumpre uma série de obrigações sociais e legais.
Não pode usar mão-de-obra infantil e todos os trabalhadores devem ser registrados. A legislação ambiental precisa ser cumprida rigorosamente, com a preservação do solo e da água e até o reflorestamento de partes da propriedade, se necessário. Tudo é fiscalizado regularmente pelas certificadoras, que cobram de R$ 500 a R$ 5 mil por ano pelo uso de seus selos, dependendo do tamanho e valor da produção.

O maior desafio para o setor, segundo Santos, é educar o consumidor sobre os benefícios desses alimentos. "As pessoas dizem que não podem pagar por um alface orgânico, mas enchem o carrinho de refrigerante. Que economia é essa?", indaga o engenheiro agrônomo Luiz Geraldo de Carvalho Santos, ex-produtor e especialista em produção orgânica, que hoje atua como consultor.
"Todo mundo diz que os orgânicos são apenas para as classes A e B. Eu digo que é balela. Quem gasta mais dinheiro com remédio, o pobre ou o rico?", pergunta Hélio da Silva, gerente de negócios da Native, empresa brasileira que domina mais de 40% do mercado mundial de açúcar orgânico. "Lá fora, alimentação é segurança; no Brasil, é preço."

Produção - O orgânico chega mais caro ao consumidor por vários motivos. No campo, falta tecnologia e capacitação. "É um sistema muito mais difícil de produzir. Cada propriedade é um universo único. Não existe regra", explica a pesquisadora Maria Fernanda Fonseca, da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro (Pesagro).

Quase toda a tecnologia aplicada na produção orgânica é adaptada da convencional e nem sempre eficiente. "Vender veneno é fácil; produzir orgânicos, não", compara Santos. "O material genético disponível para o produtor orgânico não é adequado, porque foi desenvolvido para a agricultura convencional, para funcionar à base de agrotóxicos."

A alternativa orgânica aos agrotóxicos são os bioinseticidas - compostos à base de toxinas naturais extraídas de bactérias - e outros defensivos "caseiros", como o extrato de pimenta e alho com álcool, que dá um aroma todo peculiar às fazendas. Outra prática comum é o chamado controle biológico, com uso de inimigos naturais das pragas, como joaninhas e vespas.

O adubo básico é o bokashi, um fermentado de vários tipos de farelos naturais.
Santos coordena atualmente um dos poucos projetos no Brasil com financiamento federal para pesquisa de tecnologia orgânica. Ele compara duas técnicas de irrigação (aspersão e gotejamento), com dois tipos de cobertura de solo (plástico e palha) para o cultivo de hortaliças nas regiões de São Roque e Ibiúna. O projeto, de R$ 350 mil, é financiado pelo CNPq, Horta e Arte e produtores.

Mercado - A produtividade da agricultura orgânica pode ser equivalente à da agricultura convencional, dependendo da cultura, mas a produção como um todo, ainda é muito pequena. Cerca de 90% dos produtores orgânicos no País são pequenos agricultores. Não há quantidade, diversidade nem periodicidade suficientes para abastecer os supermercados, o que confina a comercialização a algumas poucas feiras orgânicas, quitandas e serviços de entrega em domicílio.
Mesmo o consumidor disposto a pagar mais pelo orgânico tem dificuldades para encontrar o produto. "O varejo é o único canal viável; sem varejo não há escala", diz o produtor Renato Hauptamann, diretor da Fazenda Santo Onofre.

Os supermercados são a chave para a expansão do setor orgânico, mas o relacionamento com os fornecedores não é dos mais amigáveis. Produtores reclamam do sobrepreço e da falta de disposição para conscientizar os consumidores. Para o diretor de agronegócios da rede Carrefour, Arnaldo Eijsink, o mercado de orgânicos é promissor, mas dificilmente deixará o status de nicho. "Você nunca vai ver só orgânicos na loja, ao contrário. São produtos que não estão dentro do poder de compra da maioria do clientes."

"Por enquanto o consumidor está investindo com o produtor e a disponibilidade é limitada na diversidade", avalia Alexandre Harkaly, do IBD. "Até que haja produtos suficientes para provocar a baixa nos preços e atender toda a população, ainda há uma longo caminho a ser percorrido."
O governo também não ajuda. Não há linhas de créditos disponíveis e no período de conversão para o modelo orgânico, que pode levar três anos, os agricultores sofrem prejuízos enormes - não podem usar agrotóxicos nem vender seu produto como orgânico.

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Os orgânicos na PRONATURA
Fonte: Primeira Página – (São Paulo13.10.02)

A quinta edição da feira PRONATURA, realizada de 9 a 13 de outubro, no Expo Center Norte, em São Paulo, refletiu mais uma vez a expansão dos mercados de alimentos naturais, incluindo os orgânicos – aqueles cultivados sem o uso de agrotóxicos ou aditivos químicos e cujo processo de produção busca a preservação do equilíbrio ecológico –, e de medicamentos fitoterápicos.

Com a consolidação da expansão do setor de orgânicos à taxa de 50% ao ano no Brasil e um faturamento entre R$ 220 milhões e R$ 300 milhões, o mercado nacional se volta agora sobretudo à intensificação do consumo interno, na tentativa de reverter o quadro atual, caracterizado pelo predomínio da exportação em 70% de toda a produção brasileira.

Para a coordenadora de Ações Sociais da Associação de Agricultura Orgânica (AAO), Simone Saraiva, a organização da feira contribuiu substancialmente para a divulgação do mercado de orgânicos. Nesta edição da PRONATURA, avalia Simone, mais empresários e profissionais do atacado e varejo perceberam a dimensão e as perspectivas do setor de orgânicos. “Pretendemos voltar à feira novamente em 2003 e favorecer a participação dos expositores de forma ainda mais organizada”, anuncia a representante da AAO.

A Divisão KW da multinacional holandesa Wessanen também manifestou satisfação em relação à aceitação dos consumidores de produtos orgânicos que visitaram seu estande. Para Gil Alvarez, diretor comercial da empresa, cada vez mais o público exibe variedade e qualidade no mix de produtos. O suco orgânico Maraú e as barras de fibra Fibraxx foram os principais destaques da KW, que recebeu a visita de lojistas, estudantes e consumidores de todo o Estado de São Paulo.

Outra grande corporação do setor de orgânicos que obteve sucesso na PRONATURA foi a tradicional Native, responsável por 60% da produção mundial de açúcar orgânico. Para o gerente-geral de Negócios da Native, Hélio Silva, a participação na feira teve por meta reforçar a empatia que o consumidor fiel aos produtos orgânicos tem em relação à sua empresa. “A Native é a ‘querida’ do mercado orgânico e estamos buscando uma perfeita sintonia com as expectativas do consumidor”, afirma o executivo. O grande lançamento da empresa na feira foi o suco orgânico Native, que se caracteriza por baixa acidez e sabor agradável.

A promoção, por parte do Instituto Biodinâmico (IBD) e da Francal Feiras, do 1º Fórum de Agricultura Orgânica, no dia 11, paralelamente à PRONATURA, atraiu a atenção de profissionais, empresários e importantes veículos de imprensa na discussão das perspectivas e dos problemas deste mercado. Para o vice-presidente do IBD, Alexandre Harkaly, a feira recebeu neste ano mais distribuidores e donos de lojas interessados em incluir alimentos orgânicos no rol de itens comercializados em seus respectivos pontos de venda.

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Boi Orgânico. Criadores investem alto buscando novo mercado
Fonte: A Gazeta – (Cuiabá, 23.09.02)

Com uma demanda significativa no mercado internacional, o chamado boi orgânico - produzido sem a utilização de insumos químicos que possam afetar a saúde humana e o meio ambiente - está tentando garantir o seu lugar no mercado brasileiro. É cada vez maior o número de fazendas e criadores que se dedicam a esse tipo de pecuária no país.

O Grupo Carrefour, por exemplo, é uma das empresas que está se voltando à produção do boi orgânico de olho no mercado internacional e no crescimento da demanda interna do país. Segundo o diretor de Agronegócios do Carrefour, Arnaldo Eijsink, o gado já está até certificado pelo Instituto Biodinâmico (IBD) - o principal órgão certificador de alimentos orgânicos no país -, com validade internacional.

Segundo o diretor, existe hoje um nicho para esse tipo de alimento em nível mundial. "Estamos querendo fornecer para esse nicho", acrescentou. A carne, no entanto, tem um custo 20% maior de produção, o que não afeta as vendas, já que os consumidores desse tipo de alimento estão dispostos a pagar um pouco mais por ele.

O primeiro abate foi realizado no final do mês passado, revelou ele, observando que o próximo já está marcado para esta semana. O abate é feito no Frigorífico Tangará, em Tangará da Serra. Em seguida, explicou Eijsink, o boi é desossado pelo frigorífico Marfrigi, de Promissão (SP), onde é empacotado a vácuo e distribuído para os mercados interno e externo.

Este primeiro abate, contou o diretor, está sendo colocado como amostra no mercado interno, como uma forma de testar a aceitação e começar a tornar a carne de boi orgânico mais conhecida no país. A intenção, frisou ele, não é tentar competir com a carne dita normal, cuja clientela hoje é grande no Brasil. "Sempre vai ser um nicho. Não tem como competir", concluiu.

O mercado para esse tipo de carne está se formando agora, ressaltou o presidente da Associação Brasileira de Pecuária Orgânica, Homero Figliolini. Para ele, o maior entrave para que a comercialização deslanche no país ainda é a certificação. Ela só permite que a venda seja feita para o mercado internacional. A certificação para o Brasil deve incrementar as vendas internamente, acredita ele.

A produção cresce a cada ano. Atualmente, várias fazendas, espalhadas por Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins, Paraíba e São Paulo estão se certificando para trabalhar com a pecuária orgânica, enumerou. Os Estados mais desenvolvidos são os vizinhos Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, destacou.

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Supermercado Bio-Orgânico
Fonte: A Crítica – (Manaus, 15.09.02)

Em plena expansão na Europa, os supermercados bio-orgânicos representam hoje uma parcela de 50% do mercado de países como Alemanha, França, Espanha e Suécia. As lojas trabalham com produtos 100% orgânicos e não poluentes, ajudando a difundir políticas de educação ambiental e preservação do meio ambiente. A estrutura desse tipo de supermercado foi apresentada pelas pesquisadoras Karen Dunkelberg e Fernanda Oliveira durante o seminário sobre fitoterápicos e fitofármacos incluído na programação da 1a. Feira Internacional da Amazônica (setembro/02).

As pesquisadoras apresentaram o planejamento do Supermercado Basic, localizado em Munique (Alemanha), que comercializa produtos naturais importados da Índia, Peru e Brasil. O estoque da loja inclui artigos variados como chás, comidas para bebê, detergentes domésticos e até preservativos com aroma natural. As embalagens dos produtos oferecidos pelos supermercados bio-orgânicos substituem o plástico por materiais alternativos, como a porcelana. "Os produtos com refil são muito mais baratos do que os de embalagem convencional, o que é um incentivo à reciclagem", disse Fernanda Oliveira.

Para diminuir a produção de lixo não reciclável, o supermercado vende sacolas de compras aos clientes. Os interessados em sacolas de plástico deverão desembolsar um valor três vezes maior que o de uma sacola confeccionada em fibra vegetal. "Dessa forma o consumidor é incentivado a preservar a natureza através de um fator importante, a economia doméstica", explica Fernanda Oliveira.

Esse modelo de supermercado existe na Europa há 20 anos, mas sua popularização só aconteceu há uma década. A concorrência no setor é acirrada e a lucratividade faz com que cada vez mais empresários se interessem pelos supermercados bio-orgânicos. "Atendemos a vegetarianos, naturalistas e pessoas com doenças como diabetes. Os consumidores europeus estão cada vez mais esclarecidos e procuram produtos que tragam qualidade de vida", completa Karen Dunkelberg.

As pesquisadoras vão começar o planejamento para a implantação de um supermercado bio-orgânico em Manaus. Durante um ano elas vão trabalhar no Departamento de Botânica do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), pesquisando novos produtos e analisando o mercado consumidor local. Na fase de planejamento as pesquisadoras também vão promover palestras de educação ambiental.

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Alimentos orgânicos da América do sul atraem os japoneses
Fonte: Gazeta Mercantil – (São Paulo – 27.08.02)

O crescimento da demanda por alimentos orgânicos no Japão está fazendo com que o governo do país vá atrás de novos fornecedores pelo mundo com objetivo de expandir esse mercado. Atentos ao potencial do Brasil e de toda a América do Sul, um grupo de técnicos japoneses irá percorrer até o final de setembro nove países do continente para esclarecer aos produtores rurais e exportadores sobre as exigências dos consumidores japoneses e do mercado para alimentos orgânicos.
O mercado de alimentos no Japão movimenta anualmente US$ 35 bilhões, sendo que os orgânicos são responsáveis por apenas 1%, ou seja, US$ 350 milhões. "Esse é um mercado que está em constante crescimento, principalmente depois dos casos da "vaca louca" registrados em território japonês", afirma Julia Yamaguchi, inspetora de alimentos orgânicos e membro da Associação Japonesa de Inspetores Orgânicos (JOIA, na sigla em inglês). O mercado mundial de orgânicos movimenta US$ 20 bilhões.
Mesmo com valor agregado superior aos alimentos convencionais, os orgânicos no Japão possuem uma classe consumidora fiel e grandes canais de distribuição, desde lojas especializadas, até as grandes redes de supermercados. "O orgânico no Japão custa entre 10% e 20% a mais do que os convencionais."
Julia Yamaguchi detecta quatro pontos para a América do Sul se caracterizar como um grande exportador de orgânicos. O primeiro é o fato de o continente e de o Japão terem estações do ano opostas, o que possibilitaria o abastecimento do mercado japonês em períodos de entressafra. Além disso, a inspetora ressalta que a América do Sul tem terras extensas e livre de contaminação, possui uma "imagem limpa" e tem a experiência de exportar para a Europa e EUA.
Apesar das vantagens, produtos que levam no rótulo a denominação de orgânicos só podem entrar no mercado japonês se estiverem certificados pelo JAS (Normas de Agricultura do Japão). O conjunto de regras que teve início em junho de 2000, mas passou a vigorar de forma obrigatória desde abril de 2002, tem por objetivo normatizar todos os procedimentos de alimentos que circulam no Japão.
"Mesmo que os exportadores já sejam credenciados para vender aos EUA e Europa é necessário ser certificado pelo JAS, pois alguns critérios são diferentes", diz Yutaka Maruyama, inspetor e presidente da ABC Food System. Sendo ele, existem no Japão 70 certificadoras, sendo que 15 destinadas à certificação da América do Sul.
Alexandre Harkaly, vice-presidente do Instituto Biodinâmico (IBD), entidade brasileira de certificação de orgânicos, ressalta que o organismo ainda não está cadastrado no Ministério da Agricultura, Floresta e Pesca, do Japão. "Mas podemos encaminhar o processo a uma certificadora credenciada, enquanto não recebemos a autorização."

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Assentamentos do INCRA, certificados pelo IBD, exportam 15 toneladas de cacau orgânico para Suíça
Fonte: WWI – (São Paulo 24.7.2002) - Mais informações: www.wwiuma.org.br

Quinze toneladas de cacau orgânico - sem utilização de agrotóxicos -, provenientes de nove assentamentos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) na Bahia, foram comprados pela empresa suíça Benrain, especializada na fabricação de chocolates finos. O embarque do produto acontecerá no próximo dia 28.
A informação foi dada pela Cooperativa dos Pequenos Produtores e Produtoras Agroecologistas do Sul da Bahia (COOPASB), que é monitorada pela entidade ecológica internacional World Wilde Found (WWF).
O preço do cacau orgânico no mercado internacional é cerca de 40% mais elevado do que o produto convencional, segundo as últimas cotações registradas na Bolsa de Nova York. A expectativa de buscar esse mercado para o pequeno produtor foi o que motivou o INCRA a participa, junto a outras entidades, do trabalho de consolidação da agricultura orgânica no sul da Bahia, que já vêm sendo realizados no sul do estado há cerca de sete anos.
Atualmente, são os seguintes projetos de assentamento do INCRA no estado que trabalham com técnicas da agroecologia. São eles: Fortaleza; Cajueiro I e II, Tico Castro; Frei Vantuy; Cascata; Cachoeira Bonita; Liberdade e Vale do Rio de Contas. Estes assentamentos já contam com certificado orgânico concedido pelo Instituto Biodinâmico de Desenvolvimento Rural (IBD).
"Os resultados demonstram que há uma Reforma Agrária acontecendo com a participação dos trabalhadores, governo e associações da sociedade civil, fazendo uma produção de alimentos saudáveis e preservando
áreas de Mata Atlântica em reservas coletivas com aproximadamente 3.500 hectares", afirmou Luis Souza Souto, produtor e um dos sócios da COOPASB.
A agroecologia tem gerado resultados surpreendentes nas comunidades que adotaram esta técnica. Enquanto o manejo convencional, por exemplo, utiliza vários tipos de agrotóxicos, empobrecendo o solo e gerando um produto de valor nutricional inferior, a agricultura ecológica combate as pragas utilizando recursos oriundos da próprio ecossistema. Os produtos orgânicos têm maior valor nutricional e comercial.
A CABRUCA - Cooperativa de Produtores Orgânicos do Sul da Bahia, já exportou 60 toneladas de cacau orgânico, com o apoio do IESB - Instituto Sócio Ambiental do Sul da Bahia, e se prepara agora para a colocação de palmito orgânico no mercado.

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UE proibirá uso de 320 substâncias em pesticidas
Fonte: Dow Jones – (4.7.2002)

Projeto quer reduzir os riscos de contaminação desses produtos para a saúde humana e o meio ambiente
A União Européia (UE) vai proibir o uso de 320 substâncias utilizadas na produção de pesticidas como parte de um projeto que visa reduzir os riscos de contaminação desses produtos para a saúde humana e o meio ambiente. "Temos que usar os pesticidas de forma sustentável e fazer a agricultura cada vez menos dependentes desses produtos", afirmou a comissária de Meio Ambiente da UE, Margot Wallstroem.
A atual legislação européia exige que os fabricantes provem que seus produtos estão dentro dos padrões de segurança do bloco.
Mas a indústria de agroquímicos não conseguiu convencer as autoridades locais de que essas 320 substâncias, que serão banidas do mercado a partir de 2003, são seguras. A UE está promovendo debates com produtores rurais, ambientalistas e outros grupos preocupados com a questão para melhorar o controle do uso dos agroquímicos. Algumas das idéias propostas são a substituição por produtos não-tóxicos e incentivos para as propriedades que não usarem pesticidas. Os 15 países integrantes da UE usam cerca de 320 mil toneladas de pesticidas por ano e a tendência é que esse volume aumente.

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Começa recolhimento obrigatório das embalagens de agrotóxicos
Fonte: Instituto de Terras - www.wwiuma.org.br

Começou a vigorar sexta-feira, dia 31.05.02, a lei federal nº 9.974 que obriga os usuários de agrotóxicos a entregarem as embalagens usadas em postos de recebimentos ou devolvê-los ao revendedor, que deverá repassá-las ao fabricante. Essa lei é uma versão aprimorada da Lei de Agrotóxicos, de 1989, que regulamenta o uso, a produção e fiscalização de produtos químicos.
Inicialmente prevista para entrar em vigor em 31 de maio de 2001, a lei teve seu prazo de cumprimento prorrogado para maio deste ano, por meio do decreto presidencial nº 4.074, para que os governos estaduais e o setor produtivo se adequassem à nova legislação. Pela nova regra, o recolhimento das embalagens será de responsabilidade do setor privado (indústrias, revendas e agricultores), cabendo aos governos dos Estados a fiscalização das ações.
Outra medida estabelecida pela lei 9.974, é a obrigatoriedade do fornecimento das informações sobre os procedimentos de lavagem, armazenamento, transporte, devolução e destinação final de embalagens nas bulas e nos rótulos dos agrotóxicos. Hoje são produzidos anualmente no Brasil cerca de 130 milhões de embalagens (25 mil toneladas de agrotóxicos) por isso existe a preocupação com o descarte aleatório de uma grande quantidade de embalagens no meio ambiente.
A reutilização de embalagens de produtos químicos, mesmo com diversas lavagens, pode causar problemas toxicológicos e a contaminação de rios e do solo.

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Indígenas reaprendem tradições de cultivo para recuperar terra sadia
Fonte: Ecologia em Notícias - Edição 320

No município de Dourados, na região Sul de Mato Grosso do Sul, indígenas da etnia Guarani e Terena estão enfrentando enormes problemas. O arrendamento de terras para produtores não-índios de soja e trigo e o manejo inadequado do solo e dos recursos naturais causaram a degradação ambiental de três aldeias locais: a Bororó, Jaguapiru e Panambizinho. Os cerca de 9 mil indígenas da região vivem hoje numa área de apenas 3.590 hectares e perderam a prática de antigas tradições como o plantio de milho, mandioca e outras espécies agrícolas. A antiga mata fechada das aldeias ficou apenas na memória e hoje a própria lenha para cozinhar alimentos é escassa e rara.
A situação é relatada pela prefeitura local, que desde 2001 tenta resgatar técnicas de agricultura tradicionais dos Guarani e Terena e incentivar atividades que possam gerar renda para famílias indígenas. Os trabalhos são realizados em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Agrário, Assistência Técnica e Extensão Rural (Idaterra). Na semana passada cerca de 30 mil mudas de erva-mate (Ilex paraguayensis) começaram a ser plantadas nas aldeias em um trabalho conjunto entre funcionários da prefeitura e comunidades indígenas. De acordo com o secretário de Agricultura de Dourados, Huberto Paschoalick, a meta é recompor com a erva-mate, espécie nativa da região, cerca de 40 hectares de áreas já degradadas e prioritárias para a recuperação de mananciais de água nas aldeias do município. Além de resgatar o hábito do índio de tomar o tereré (água com a erva-mate), a produção excedente das folhas poderá também gerar complemento de renda para os indígenas.
O programa tem foco na segurança alimentar e além da erva-mate são incentivados, com a doação de sementes e o preparo da terra, o cultivo de milho, mandioca, feijão, batata-doce e abóbora. Atualmente cerca de 400 famílias participam do programa, que também incentiva a criação de galinhas, o cultivo de hortaliças e de plantas e ervas medicinais tradicionais das etnias. Nos próximos dois meses quatro tanques para a piscicultura serão instalados nas aldeias para a produção de peixes. "Nossa próxima ação será o estabelecimento de uma unidade ou central para a comercialização da produção dos indígenas", afirma o secretário de Agricultura de Dourados. Paschoalick acredita que em 4 anos os indígenas poderão incorporar todas as técnicas agrícolas e conhecimentos para a produção do próprio alimento e comercialização do excedente. "As áreas indígenas estavam abandonadas à própria sorte, hoje 18 comunidades estão cadastradas no programa, o que ainda é muito pouco", esclarece Paschoalick.
Para o secretário, o maior problema dos Guarani e Terena de Dourados está na falta de terra. "O principal e crucial problema é a disponibilidade de terras, a população é muito grande para áreas muito reduzidas e um quadro que tem assustado muito é o alto número de famílias vivendo em quintais de outros indígenas", alerta. O resultado do arrendamento de áreas das aldeias para que o não-índio praticasse a agricultura tradicional altamente mecanizada e com uso de agrotóxicos resultou na perda da qualidade das terras. Níveis altos de acidez, erosão e desertificação do solo, infestação de formigas e ervas daninhas invasoras, extermínio das florestas nativas e a contaminação da água por produtos químicos utilizados na monocultura são as principais conseqüências deixadas pelo branco para os indígenas. O manejo inadequado do solo e a perda de antigas técnicas agrícolas, que antes integravam o índio à natureza, também são apontados pela prefeitura como fatores agravantes ao problema socioambiental que atinge os Guarani e Terena de Dourados. Atualmente a lenha disputada entre as cerca de 9 mil famílias indígenas que vivem nos reduzidos 3.590 hectares das aldeias Bororó, Jaguapiru e Panambizinho já não vem da mata. A floresta foi devastada e a única solução emergencial adotada pela prefeitura está sendo a doação da madeira resultante das podas de árvores públicas de Dourados.

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Consumidor já prefere orgânicos
Fonte: Joseane Martins www.parana-online.com.br

O Brasil é um dos países onde mais cresce a produção orgânica no mundo, cerca de 40 a 50% ao ano. E o Paraná está entre os principais estados produtores, principalmente com soja, açúcar mascavo e erva-mate. A informação é do engenheiro agrônomo Moacir Roberto Darolt, pesquisador do Instituto Agronômico do Paraná - Iapar. Segundo ele, a maior parte da produção orgânica brasileira (85%) é exportada, ficando apenas 15% para o mercado interno. E 70% da produção orgânica é proveniente de pequenas propriedades familiares.
As informações foram prestadas ontem, na abertura das comemorações dos 46 anos da extensão rural oficial no Paraná, a Emater (Empresa Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural). Para marcar a data, foi realizado o 1.º Encontro de Produtores e Consumidores de Produtos Orgânicos e a Feira de Produtos da Região Metropolitana e Litoral. O dia serviu como uma oportunidade para o consumidor conhecer produtos diferenciados e transformados, com garantia de procedência, com destaque para os orgânicos - mercado que vem crescendo entre 25 e 30% ao ano, comparando-se ao crescimento da indústria de informática.
Nas quinze barracas, a maioria de orgânicos, estavam à venda produtos in natura e processados, entre os quais hortaliças, frutas, palmito, carne de rã, queijos, sucos, geléias e frutas desidratadas. "São produtores de Curitiba, Região Metropolitana e litoral assistidos pela Emater . O consumidor tem como saber a origem dos produtos", explicou o extencionista da Emater na área de comercialização, Paulo Luciano da Silva.
Produtores e consumidores
O produtor de Campo Largo, Leonardo Kmiecik, que há sete anos trabalha com hortaliças, frutas e até feijão orgânico, sente que o mercado está melhorando, "mas aos poucos". Ele acredita que é preciso divulgar ainda mais os benefícios dos orgânicos, principalmente para a saúde. São produtos que não usam agrotóxicos e contêm mais proteínas e vitaminas.
A produtora de Almirante Tamandaré, Elizabeth Borga, da chácara Morro Alto, que também participou da feira, sente que a participação dos orgânicos tem melhorado, mas diz que muitos consumidores entendem que são produtos mais caros. "Nas feiras, os orgânicos chegam a ser 30% mais barata que nos supermercados", destacou. As diferenças não são tão grandes, por exemplo, o quilo da batata orgânica estava sendo vendido ontem a R$ 1,30, a cabeça da alface a R$ 0,50 e a cenoura a R$ 1,00 o quilo. Segundo Elizabeth, a pessoa que experimenta orgânico se torna cliente cativo. "São produtos que utilizam adubação verde e compostagem para o preparo do solo", explica.

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Relatório da FAO mostra que o Brasil é o 3º maior consumidor de agrotóxicos do mundo
Fonte: O Povo (Fortaleza, 04.05.02)

Recente relatório da FAO classifica o Brasil como o terceiro maior consumidor de agrotóxicos do mundo, com o emprego anual de 1,5 kg de ingrediente ativo por hectare cultivado. Isso em média global, considerando todo o universo agrícola nacional. Em determinados tipos de lavoura, o consumo é extremamente alarmante (na cultura do tomate, a média é de 40 kg/ha a cada safra). E, não por acaso, em matéria de mortalidade por câncer, o Brasil é o terceiro no ranking mundial.
Mas o câncer não é a única doença grave causada por pesticida, conquanto seja a mais aterrorizante. Na longa esteira de suas terríveis conseqüências, incluem-se a cirrose hepática, a impotência sexual, fibrose pulmonar, distúrbios do sistema nervoso central (implicando depressão, loucura e/ou paralisia facial) e muitas outras doenças de natureza toxicológica, a que estão mais sujeitos, não só os que lidam diretamente com agrotóxicos no campo, mas, sim, os consumidores. (...)
Por mais paradoxal que possa parecer, esse exagerado investimento em agrotóxicos, crescente a cada ano, não correspondeu, em nosso país, a uma redução significativa das perdas agrícolas, devido a pragas e doenças. Ao contrário, os resultados foram contraproducentes, em função da intensidade dos desequilíbrios biológicos causados pelo coquetel de pesticidas, culminando com o extermínio dos inimigos naturais dos agentes de pragas e fitomoléstias.
Em correspondência com a assertiva acima exposta, tal investimento foi, em linhas gerais, economicamente frustrante. Com efeito, no período de dez anos (1976/85), cresceu em 500% o consumo de agrotóxicos no Brasil, enquanto, no mesmo período, registrava-se um aumento de produtividade de 5% apenas, ganho que, além de irrisório, não pode ser creditado exclusivamente a pesticidas. A enorme discrepância entre tais números sinaliza o malogro de tão pesado investimento em agrotóxicos. Não obstante, por força de uma campanha tenaz e massificante, indo da persistente propaganda na mídia à corrupção de pesquisadores e técnicos, o faturamento das multinacionais dos agroquímicos continua em alta.
Conscientes da gravidade do problema, pesquisadores da Universidade Federal do Ceará instituíram, desde 1979, uma linha de pesquisa que objetiva a descoberta de defensivos naturais, a partir de extratos e derivados vegetais. Foram obtidos excelentes resultados com a manipueira (extrato líquido ou sumo das raízes de mandioca), um resíduo industrial abundante e gratuito em todas as regiões onde se cultiva essa planta. (...)
A equipe da Universidade criou uma campanha contra os agrotóxicos e está organizando, através da Academia Cearense de Ciências (Aceci), o Congresso Brasileiro de Defensivos Agrícolas Naturais (já agora em segunda edição), que será realizado em Fortaleza, de 23 a 27 de setembro de 2002.

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MT começa a criar boi orgânico
Fonte: ENIPEC – (14 de Março de 2002)

Voltada para o exterior, a carne sem substância química requer mais investimento, mas é mais lucrativa.
O consumo de carne bovina livre de resíduos químicos e sem toxinas para o organismo humano é a nova meta de criadores de gado de corte no Brasil. Por enquanto, a carne livre de substâncias químicas abastece apenas o mercado europeu, com índice de crescimento de 25% ao ano.
A carne orgânica como alternativa de renda foi o tema abordado pelo presidente da Associação Brasileira de Produtores de Carne Orgânica, Homero Figliolini, durante o segundo dia de palestras do I Encontro Internacional dos Negócios da Pecuária (Enipec), realizado nos dias 13 e 14 de março, no Centro de Eventos Pantanal.
Desde seu surgimento - tendo aparecido no País há três anos -, este sistema alternativo de manejo bovino adota a política do "gado ecologicamente correto e sadio", que consiste no emprego de técnicas pouco usuais para criação extensiva de animais, como o uso da homeopatia e da fitoterapia (medicação à base de plantas), que fez surgir nos cerrados brasileiros o "boi orgânico".
Para a formação de um rebanho orgânico é preciso, antes de mais nada, estar enquadrado no sistema de rastreabilidade bovina, que permite o monitoramento de toda a vida do animal a partir do emprego de um chip - que acompanha nascimento, ganho de peso, vacinação, doenças adquiridas ao longo da engorda, número de gestações. O chip funciona como uma "carteira de identidade do animal" e é individual.
O sistema de "rebanho orgânico" respeita e preserva as características mais sensíveis do meio ambiente, pois o pasto não recebe adubação e nem tratamento com herbicidas. O processo de cria, recria, engorda e abate é feito por meio de um manejo rotacional - que proporciona o descanso do pasto por 30 dias.
O calendário de vacinação é respeitado. Vermífugos, pesticidas, hormônios e carrapaticidas são substituídos por medicamentos homeopáticos e fitoterápicos administrados junto com o sal mineral. "No caso de medicação convencional, como antibióticos, o número do gado medicado vai para a central que processa as informações contidas no chip (certificadora). O animal é retirado do lote e fica afastado do rebanho por um prazo duas vezes maior que o recomendado pelo laboratório", explica Homero Figliolini.
A adoção do sistema de "boi orgânico" pode onerar em cerca de 20% os custos para o produtor se comparado ao rebanho tradicional. "Mas a produtividade e o valor de compra desta carne, um pouco superior às demais, garante lucro para o produtor", afirma Figliolini.
Até agora, apenas duas remessas de carne brasileira de origem orgânica foram exportadas, representando cerca de 100% do total produzido no País. Em Mato Grosso, há cerca de 40 mil bovinos "orgânicos", em fazendas do grupo Carrefour em Tangará da Serra e em Juruena.
A produção do rebanho orgânico no Brasil - com cerca de 200 mil cabeças em processo de rastreabilidade - segue normas criadas pela União Européia, que até 2003 permite que um bezerro de até oito meses possa ser recriado e engordado nas normas orgânicas. Em 2008, o bezerro poderá ser adotado pelo sistema se for filho de vaca orgânica.

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Surge a AECO - Associação do Agronegócio Certificado Orgânico
Fonte: Planeta Orgânico

Foi realizada em São Paulo, na última sexta feira, dia 1 de março, a Assembléia de Constituição da AECO - Associação do Agronegócio Certificado Orgânico. Numa iniciativa inédita no país,. a AECO foi fundada com o objetivo de congregar todos os representantes da cadeia de agronegócio orgânico certificado, com a proposta de discutir e buscar soluções para os problemas do setor e fortalecer o segmento de produtos orgânicos certificados.
A constituição da AECO veio formalizar os encontros entre algumas comercializadoras e certificadoras que vinham acontecendo há alguns meses, com o intuito de discutir problemas em comum. O amadurecimento do grupo levou à formação da associação que pretende aglutinar representantes dos diversos segmentos da cadeia produtiva, além de tornar-se um amplo fórum de discussão que envolva desde o produtor até o consumidor. Para isso, a AECO convidou para a Assembléia de sua Constituição, representantes de supermercados, órgãos de defesa do consumidor, promotoria pública, feiras de alimentos, entre outros.
Estiveram presentes os representantes do Grupo Pão de Açúcar, Banco do Brasil, Fizpal, Abepolar e Planeta Orgânico. Também estiveram lá o presidente da certificadora BCS, representantes do IBD, OIA, Agrosuisse, Sabor Natural, e o Professor Eduardo Ehlers, da Faculdade Senac de Educação Ambiental além de diversas pessoas que atenderam ao evento.
Para Presidente da AECO foi indicado o Dr. Fernando Augusto de Souza, Gerente Geral da Korin Agropecuária. No Conselho Deliberativo foram indicados os nomes de Joop Stoltenborg (Sitio A Boa Terra), Dick Thompson (Sitio do Moinho), Renato Hauptmann (Fazenda Santo Onofre), Sergio Homma (Korin Agropecuária), Luis Carlos Trento (Horta e Arte), Alberto Wanderley (Itec) e o Sr. Jose Pedro Santiago (OIA). Foi sugerida a formação de um Conselho Técnico Consultivo, com a indicação do Sr. Alexandre Harkaly como Presidente e a criação de um grupo de estudo sobre economia associativa. Foram também aceitas as chapas para Secretaria Executiva e Conselho Fiscal.
A formação da AECO vem confirmar que a agricultura orgânica já deixou de ser um movimento alternativo para se tornar uma proposta viável para a agricultura. O reconhecimento desse fato se fez mais evidente com o anúncio de que a Fizpal, a 3ª maior feira de alimentos do mundo e a maior da América latina, abrirá em sua próxima edição, em junho desse ano, um espaço especial para os produtos orgânicos.

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Coco orgânico apresenta bons resultados
Fonte: Gazeta Mercantil/Centro-Oeste (18.12.2001)

O cultivo de produtos orgânicos em substituição à agricultura convencional é a estratégia encontrada pelas Fazendas Reunidas Nossa Senhora da Conceição, Santa Terezinha e Sítio Jr. para ampliar os resultados obtidos com a plantação de coco. Situadas em Jandaíra, litoral norte baiano, as fazendas já contabilizam, em períodos de chuvas, uma produção anual de 100 frutos por árvore, na área de coqueiros híbridos.
O número significa um recorde em toda a região onde está situado o empreendimento, de acordo com o empresário José Rabêlo de Santana, sócio-gerente das fazendas. Depois de atuar por 24 anos em agropecuária tradicional, ele começou a investir no manejo orgânico a partir de 1996, eliminando o uso de fertilizantes e produtos químicos. Santana destaca que, além de promover o bem-estar e a saúde, a independência do empreendimento em relação ao uso de substâncias tóxicas resulta em redução significativa de custos de produção, tornando o cultivo viável economicamente, principalmente considerando que os agrotóxicos e agroquímicos têm seu valor em dólar. O empresário cita ainda como benefícios o incremento da produção e da produtividade das fazendas e ainda a eliminação de várias pragas e doenças. "A adoção da agricultura orgânica também é uma forma de superar, através deste diferencial, problemas como a redução dos preços do coco no mercado e o constante aumento nos custos dos insumos usados pela agricultura tradicional", afirma. Plantas Com uma área total de 1.160 hectares, o empreendimento cultiva 12 mil coqueiros gigantes (o chamado coco-da-baía), 15 mil coqueiros híbridos de Kiepp e 6,5 mil coqueiros do tipo anão-verde. Desse total, cerca de 12 mil plantas ainda se encontram em fase de desenvolvimento. A empresa cultiva também mudas originadas de plantas selecionadas e com melhores características comerciais.
As mudas são utilizadas no plantio de novas áreas e replantio das já existentes. "O resultado despertou até o interesse dos vizinhos e visitantes, daí a decisão de transformar a produção de mudas numa atividade comercial", conta Santana. As mudas são produzidas por encomenda, sendo o estoque atual de 20 mil unidades. O empreendimento também produz 1,8 milhão de frutos de coco verde por ano e 1,5 milhão de frutos secos. A empresa emprega 18 funcionários e registra uma receita bruta anual de R$ 300 mil. Apesar de carro-chefe, o projeto de coco, no entanto, não é o único tocado pelas Fazendas Reunidas. O plano global de produção prevê também o desenvolvimento integrado de atividades como criação de caprinos, cultivo de sementes de leguminosas e de frutas nativas, principalmente mangaba e caju.

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Banco do Brasil impulsiona a produção de orgânicos no Centro-Oeste
Maiores informações poderão ser obtidas em www.bancodobrasil.com.br ou www.agronegocios-e.com.br/fina/fco.rtf.

Utilizando os recursos do PRONATUREZA (Programa de Preservação da Natureza), uma linha de financiamento do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste - FCO, lançada em 1999, o Banco do Brasil tem contribuído com o desenvolvimento da produção orgânica naquela região.
O Programa tem por finalidade financiar investimento de custeio agrícola isolado e de custeio associado a projeto de investimento destinados a:
. reabilitação de áreas degradadas ou em degradação, com utilização de
espécies nativas ou adaptadas;
. conservação e recuperação de micro-bacias, nascentes e mananciais;
. implantação de sistemas para o aproveitamento de fontes alternativas de
energia;
. tratamento de efluentes oriundos de atividade agropecuária;
. produção de alimentos associados a práticas ecologicamente sustentáveis
(agricultura orgânica, controle biológico, plantio direto);
. transição da agricultura convencional para a orgânica.
O Programa é destinado aos produtores rurais, pessoas físicas e jurídicas, e suas cooperativas de produção e associações, desde que se dediquem à atividade produtiva no setor rural.
As taxas de juros variam entre 6 e 10,75% a.a., de acordo com o porte do produtor, e carência de até 6 anos para investimento fixo.
Durante a vigência do financiamento, o cliente deverá cumprir a legislação ambiental em vigor e as condições estabelecidas pelo Banco do Brasil relativas ao meio ambiente.

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Encontro sobre Merenda Escolar Orgânica em Botucatu
Fonte: IBD

Na última quinta-feira, dia 28 de novembro, a BioFach Brasil e o Instituto Biodinâmico, em parceria com a Prefeitura Municipal, Sebrae SP, Associação Biodinâmica e Associação dos Produtores Orgânicos de Botucatu, realizaram uma palestra sobre “nutrição e merenda escolar orgânica nas escolas públicas municipais”, que contou com a presença de mais de 70 participantes entre diretoras de creches, merendeiras, nutricionistas, produtores rurais, representantes de instituições governamentais e não governamentais e outros profissionais ligados ao desenvolvimento da agricultura, da cidade e da região.
A palestra foi ministrada pela nutricionista e docente da Unisul/SC, Elaine Azevedo, que narrou a experiência da AGRECO - Associação dos Agricultores Ecológicos das Encostas da Serra Geral, no Estado de Santa Catarina. “O produto orgânico tem maior valor nutricional. Os alimentos são mais saudáveis para as crianças e despertam a consciência ecológica e social, além de dar um impulso à produção regional”, disse a nutricionista. Segundo Elaine, a merenda escolar orgânica já é realidade em algumas cidades do sul do país que contam com a parceria de prefeituras e associações locais de produtores orgânicos. Porém, para a implantação deste projeto, é necessário que as nutricionistas, merendeiras e diretoras de creches conheçam os benefícios da agricultura orgânica e também os pequenos produtores se organizem para que possam fornecer os ingredientes da merenda escolar.
O evento foi seguido de um encontro entre os principais interessados, e o resultado foi a constituição de um grupo de trabalho que se reunirá para discutir o processo de implantação de um projeto-piloto de merenda orgânica em duas ou três creches municipais.
Para o presidente da Associação de Produtores Orgânicos de Botucatu, Arnaldo Sampaio, o encontro foi bastante proveitoso. “O importante é que, além das pessoas envolvidas diretamente com a merenda escolar, contamos com a presença de muitos produtores. A conclusão também foi muito importante, porque deve se iniciar uma parceria entre os produtores e a prefeitura e isso começa com a visita das merendeiras às propriedades com produção orgânica”.

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Aldeias Indígenas lucram com orgânicos
Fonte: Gazeta Mercantil – (São Paulo 18.10.02)

O crescimento da agricultura orgânica no Brasil, a taxas de 50% ao ano, contribui para a formação de uma cadeia produtiva muito diversificada, da qual fazem parte hoje três aldeias indígenas. Localizados nos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Acre os povoados indígenas começam a colher lucros com a produção e comercialização de mel, manga e urucum, produtos certificados como orgânicos pelo Instituto Biodinâmico (IBD).
A tribo Yanawana, do Acre, por exemplo, montou em 1993 a Organização dos Agricultores Extrativistas Yanawana do Rio Gregório, que começou a colher os primeiros frutos comerciais em 1999.
A aldeia - localizada às margens do Rio Gregório, próxima de Taraucá (AC) - produz sementes secas de urucum que são vendidas para a multinacional de cosméticos Aveda, uma das pioneiras na fabricação de produtos naturais ecologicamente corretos. "Nosso desafio é adequar a produção industrial a partir do urucum fornecido pelos índios", diz May Waddington, antropóloga e coordenadora dos projetos da Aveda no Brasil.
Segundo ela, as sementes de urucum são processadas pela Formil Flora Brasil, que fabrica os cosméticos - batom, condicionador de cabelo, shampoo - da Aveda no País. A empresa já solicitou certificação no IBD e encontra-se em fase de conversão. Os índios Yanawana produziram na última safra 3 toneladas de urucum, que geraram receita de US$ 81 mil. Além disso, a aldeia está ampliando a produção de andiroba, que já soma 3,5 toneladas.
"A andiroba está em processo de certificação", diz a antropóloga. A Aveda aplicou, em média, US$ 25 mil por ano nos dois primeiros ciclos da safra comercial da aldeia. Os recursos foram destinados ao plantio, aquisição de máquinas, construção do posto de saúde, entre outras atividades. A Aveda paga US$ 2,7 por quilo de urucum e US$ 5 por quilo de andiroba produzido pelos 600 yanawanas.
No Mato Grosso, quatro diferentes etnias indígenas produziram 1,3 toneladas de mel na safra passada, cuja colheita se encerrou em junho. Metade deste volume está sendo comercializado no mercado varejista de São Paulo ao custo de R$ 14 o quilo.
"O restante é comercializado na região", diz Ianukula Kaiabi Suia, coordenador do projeto de mel da Associação Terra Indígena Xingu. As quatro etnias somam 23 aldeias indígenas e cerca de mil pessoas, que produziram na primeira safra (em 2001) 900 quilos de mel. "Nossos planos são de ampliar o projeto, estendo-o ao artesanato", diz o coordenador, que busca compradores para produção local utilizando a internet como instrumento de marketing. O próximo passo, entretanto, é a fabricação de própolis e geléia real.
Outros 21 mil índios estão contemplados no projeto em fase de implantação no Mato Grosso do Sul pela empresa Bio da Terra, em parceria com o governo do estado.
"Verificamos as plantações nativas de mangas nas aldeias e detectamos um enorme potencial de produção", diz Sérgio Rebelo Ribeiro, diretor da Bio da Terra, empresa que cultiva bananas orgânicas em Santa Catarina há dez anos. Entre os 21 mil índios, algumas aldeias já foram certificadas pelo IBD. Outras encontram-se em fase de conversão. "Estimamos um potencial de 4 mil toneladas de manga por ano", diz Rebelo.
A primeira colheita comercial, em 2001, rendeu uma produção de 200 toneladas. As frutas foram processadas e transformadas em bala, geléia, polpa e suco e exportadas para a Alemanha. A manga é uma fruta de enorme valor. "Detectamos um grande interesse de compra por parte da Holanda." Para ele, o excelente desempenho da agricultura orgânica, que já movimenta R$250 milhões por ano no Brasil, abre espaço para o potencial agrícola existente nas aldeias indígenas.

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Orgânicos movimentam R$ 250 milhões
Fonte: Gazeta Mercantil – (São Paulo, 10.10.2002)

A agricultura orgânica cresce a taxas de 50% ao ano no Brasil e já movimenta algo em torno de R$ 250 milhões. São cerca de 275 mil hectares cultivados, que resultam em uma safra de 300 mil toneladas de produtos orgânicos por ano, entre eles soja, café, hortaliças, frutas, grãos, açúcar, algodão, cereais, óleos, vinhos e flores.
"Recebemos ao longo deste ano entre 20 e 30 projetos por mês, o dobro do que recebíamos ano passado", diz Graziella Vasconcelos, vice-gerente de certificação do Instituto Biodinâmico (IBD).
O IBD já certificou 707 novos projetos, dos quais 255 já usam o selo da instituição e 455 se encontram em processo de conversão. Produtos como hortaliças, soja, café, suco de laranja, e açúcar são os que mais contribuem para engordar a produção de orgânicos no País, que exporta 70% dos orgânicos que produz. No mundo, a agricultura orgânica movimenta um faturamento de US$ 24 bilhões e cresce a taxas de 20% ao ano.
Consumo Interno. Após conquistar espaço no mercado externo, onde o hábito de consumo de produtos orgânicos já foi incorporado ao cotidiano dos europeus, americanos e japoneses, os produtores brasileiros estão concentrando seus esforços no aumento do consumo interno. É o caso, por exemplo, da Native, empresa do Grupo Balbo, que produz alimentos orgânicos desde 1997.
A Native produz açúcar, café e acaba de colocar no mercado o primeiro produto da linha de sucos: o suco de laranja orgânico. Com um faturamento anual de R$ 20 milhões na safra 2001/02, a companhia projeta um crescimento para o período 2002/03 entre 15% e 20%, "sustentado pelo aumento da base de venda no Brasil entre 40% e 50%, este ano", diz Leontino Balbo Junior, diretor da Native.
Vegetação nativa. A empresa concluiu recentemente um levantamento ecológico na área em que modificou o manejo do solo para o cultivo orgânico, e constatou que a vegetação nativa que há quinze anos representava apenas 5% da área de cultivo, hoje responde por 14%. "É o resultado que perseguimos ao optar pela agricultura orgânica. Recuperamos a fauna e as aves e a vida selvagem retornou ao ambiente", diz Balbo.
O levantamento foi realizado pelo ecólogo Evaristo Eduardo de Miranda, da Embrapa. Para Balbo, o melhor desempenho que o produto orgânico produz é a preservação ambiental.
"Os produtos orgânicos têm um custo de produção maior que os convencionais porque está preservando o ambiente. Na verdade essa opção é mais econômica porque não gera gastos futuros", afirma.
Custo maior. Da mesma opinião compartilha o produtor de hortaliças Felipe Mesquita, que em parceria com outros 134 produtores de hortaliças e frutas fundaram a Horta e Arte, empresa que distribui 20 toneladas diárias de frutas e hortaliças orgânicas para redes de supermercados de São Paulo e do Rio de Janeiro. A Horta e Arte detém a certificação do IBD há um ano.
O IBD certifica produtos orgânicos para o Brasil e para o mundo. O controle interno e as diretrizes do IBD são monitorados por quatro organizações internacionais: Ioas (International Organic Accreditation Service), DAR (Deutscher Akkreditierungs Rat), Demeter International e Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
O instituto também mantém convênios com certificadoras japonesas para o JAS - Japan Agriculture Standart. Entre os certificados pelo IBD destacam-se três tribos indígenas, que produzem manga (Mato Grosso do Sul), mel (Mato Grosso), e urucum (Acre).
A agricultura orgânica é o sistema de produção de alimentos e fibras saudáveis do ponto de vista ambiental, social, e econômico, que beneficia diretamente consumidor e produtor. Os critérios básicos da agricultura orgânica são proteção da fertilidade do solo a longo prazo, intervenção mecanizada cautelosa e fornecimento de nutrientes ao solo de maneira natural, não obtido por processo químico, controle de doenças e pragas com adubação orgânica, bem-estar das espécies exploradas na criação animal e extrativismo sustentável, segundo informações do IBD.

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Café natural adubado por uma floresta de frutas
Fonte: Gazeta Mercantil – São Paulo, 27.06.02)

"Mata com café embaixo". É assim que João Pereira Lima Neto, dono da Fazenda Santo Antônio de Mococa (SP), com área total de 400 hectares, cultiva parte dos 200 hectares de cafezais. "Não é café orgânico, é café natural", diz o fazendeiro, explicando que nem adubo orgânico é usado na lavoura. Adubos e defensivos químicos, nem pensar. Pés de abacate, manga, amora, ameixa, jabuticaba, jequitibá, cedro, amoreira, pereira e guapuruvu convivem harmoniosamente com o café. "É preciso que as árvores e o café tenham alelopatia positiva, ou seja, que tenham simbiose, de maneira que a associação das plantas beneficie a mata e o cafezal ao mesmo tempo". O café gosta de sombra no verão e de calor no inverno. Assim, a maioria das árvores plantadas na mata são caducifólias, ou seja, perdem parte das folhas no inverno, permitindo que a luminosidade aumente sobre os cafezais. Nas partes baixas, onde o risco de geada é maior, árvores com folhas perenes são a maioria, para proteger os pés de café do frio. "Se matas selvagens vivem durante milhões de anos sem adubação feita pelo homem, posso fazer algo parecido na fazenda", rebate o produtor que cerca sua propriedade com corredores de capim para evitar a contaminação com agrotóxicos de agricultores vizinhos. Desde 1996, o fazendeiro substituiu o investimento em adubo e defensivo por aplicação em mudas e plantio de árvores. Segundo ele, até a incidência de doenças e pragas diminuiu. No Japão, esta maneira de cultivar a terra é conhecida como Daí Shizen, ou "agricultura da grande natureza". E é para distribuidoras de café japonesas que Lima Neto vende parte da produção. O preço da saca (R$ 600,00) passa seis vezes ou mais a cotação do café convencional.

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Produto certificado IBD tem acesso garantido ao mercado norte-americano
Fonte: Alexandre Harkaly - vice-presidente executivo do IBD - julho/2002

O IBD, em 11 de Julho de 2002, foi aprovado pelo USDA - United States Department of Agriculture como certificadora credenciada. Isto significa que após o dia 21 de Outubro de 2002, todo produto certificado IBD terá acesso garantido ao mercado norte-americano.
Apenas oito certificadoras estrangeiras foram aprovadas até agora no NOP - National Organic Program (www.ams.usda.gov).
O Instituto Biodinâmico conseguiu satisfazer todas as necessidades dos projetos de exportação para os mercados de todo o mundo. Com esta recente aprovação pelo USDA, o IBD passa a fazer parte de um selecionado grupo de certificadoras que atende a todos os mercados de exportação. Atualmente o IBD tem os seguintes credenciamentos ou autorizações:
- Europa, pelo DAR – Alemanha
- USA, pelo USDA
- Japão, para re-certificações IFOAM
Estão em andamento:
- Canadá (Quebec)
- Ministério da Agricultura do Brasil - faltando auditoria

O movimento orgânico mundial está, neste momento, consolidando a sua estrutura de procedimentos técnicos e legais para se consolidar globalmente. Infelizmente o idealismo por trás da idéia do orgânico não foi o suficiente para que o credenciamento IFOAM fosse aceito globalmente.
Com a estratégia seguida até então, o IBD garantiu e consolidou a possibilidade de haver fluxo comercial internacional de produtos da agricultura orgânica com o selo ORGÂNICO IBD e, também, produtos da agricultura biodinâmica com selo DEMETER, evitando que estes produtos sofressem qualquer ação de barreira possível.
Mas, para o IBD, resta ainda saber quando o Ministério da Agricultura do Brasil resolverá acelerar o processo de normalização, regulamentação e credenciamento das certificadoras atuantes no Brasil. Ainda faltam para o Brasil alguns pontos importantes a serem resolvidos. Por exemplo:
- Cada vez mais adentram no mercado brasileiro produtos ditos orgânicos sem certificação.
- Cada vez mais existem certificadoras que operam seguindo critérios próprios, sem aterem-se ao rigor mínimo exigido.
- As normas brasileiras editadas na IN 007/1999 já estão desatualizadas. Quem estiver usando-as, não estará apto a exportar os seus produtos. Uma adaptação das normas brasileiras às internacionais faz-se urgente. Somente assim o Brasil poderá, no futuro, fazer acordos bilaterais de comércio internacional para orgânicos.
Por razões ainda não esclarecidas, às empresas que estão investindo em produção orgânica de origem animal, o uso do termo orgânico e o selo orgânico ainda não está sendo autorizado pelo Ministério da Agricultura, causando desestímulo e já prejuízos ao setor. O atendimento por parte das autoridades às demandas do setor produtivo e aos consumidores é fundamental. Afinal, o consumidor consciente quer consumir e favorecer os produtos e produtores orgânicos. O mundo inteiro já está agindo. O comércio internacional de orgânicos já representa a cifra de U$ 24 Bilhões!

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IBD e CMO firmam contrato de reciprocidade
Fonte: Planeta Orgânico

O contrato entre o IBD e a Certificadora Mokiti Okada foi firmado com os objetivos de permitir ao produtor certificado pela CMO a venda de produtos a projetos certificados pelo IBD para fins de exportação, bem como permitir que a certificação de uma das organizações seja aceita pela outra para fins de compra de produtos para processamento e/ou comercialização no mercado interno. O sistema de reciprocidade será analisado caso a caso e, entre outras ações, as certificadoras adotarão procedimentos para corrigir as diferenças significativas em suas estratégias de certificação. As propriedades serão re-certificadas dentro dos critérios de cada certificadora. Se uma delas tiver um critério mais rigoroso do que a outra, o produtor que desejar a certificação recíproca deverá seguir o procedimento mais restrito.
BioFach 2002
A BioFach é um salão mundial para profissionais de alimentos ecológicos e de produtos naturais, patrocinado pela IFOAM, que acontece desde 1991 na Alemanha e reúne expositores de todos os continentes.
Pelo nono ano consecutivo o IBD participou desta Feira, entre os dias 14 e 17 de fevereiro, em Nuremberg. Neste ano, juntamente com outros 24 expositores brasileiros (o dobro de 2001) ocupou o stand Brasil, organizado em parceria com a Câmara de Comércio Brasil-Alemanha. Os expositores brasileiros que participaram da feira foram as seguintes: Agroexotic Comércio Exterior Ltda. (SP), Agroparr (RS), Agropecuária Vale das Uvas (SP), Bio da Terra (SC), Cearapi Apicultura e Produtos Orgânicos (CE), Citrovita, Chácara Santa Izabel (SP), Companhia Albertina (SP), Cooperativa Agropecuária Cotrimaio (RS), Ecocitrus (RS), FBA/Univalem (SP), Fazenda Céu Azul (MT), Fazenda Jacarandá (SP), Fazenda Lagoa Bonita (GO), MN Própolis (SP), Mogi Café (SP), Motrecitrus Trading (SP), Naturalle Agro Mercantil Ltda (PR), Nutra 7 (SP), Primor Doces (SC), Sustenagro Ass. Proj. e Exec. Ltda. (RS), Velho Museu / Juan Carrau (RS), Volkmann (RS) e SEDAI/RS.
Em entrevista concedida ao Planeta Orgânico, Alexandre Harkaly, vice-presidente do IBD, afirmou que "é fundamental investir na BioFach. É uma oportunidade ímpar para se iniciar contatos. O produtor começa a selecionar o comprador e, a partir daí, pode ir preparando sua produção, escolhendo com quem trabalhar de fato. É uma oportunidade para o produtor entender a dimensão do mercado orgânico, para saber o quanto ele é capaz individualmente no Brasil e seu potencial de expansão." Para Alexandre, o principal enfoque da BioFach foi o social. "Cada vez mais cresce o enfoque social e os compradores já entenderam que os consumidores saberão reconhecer os produtos que trazem este valor agregado."
A BioFach 2002 registrou um número de 27.787 visitantes e 1.921 expositores em um espaço de quase 30.000m2.
O Planeta Orgânico também esteve presente e registrou o acontecimento. Para saber mais detalhes, incluindo depoimentos dos produtores brasileiros, acesse www.planetaorganico.com.br/biofach2002.

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Produtor de café certificado pelo IBD é premiado.
Fonte: Gazeta Mercantil (São Paulo, 30.11.01)

A cafeicultura mineira obteve novamente o desempenho mais significativo no concurso de cafés especiais, realizado anualmente pela Brazil Coffee Association (BSCA), entidade fundada para promover os cafés gourmet brasileiro no mercado internacional. Dos 18 lotes finalistas da edição 2001 do concurso "Cafés do Brasil", dez são originários de cafés cultivados em Minas Gerais, com destaque para os frutos produzidos na região Sul do Estado, que obtiveram as duas primeiras posições - além de terem conquistado a sexta, décima, décima terceira e décima quinta colocações.
A qualidade dos cafés foi analisada por um juri internacional. Os 18 vencedores receberão o prêmio "Cup of Excellence" e também participarão do leilão internacional a ser realizado pela internet, no dia 4 de dezembro deste ano. Primeiro colocado na edição deste ano, o engenheiro agrônomo Paulo Sérgio de Almeida, da Fazenda Santa Terezinha, em Paraisópolis, Sul de Minas, estima obter um lance mínimo entre US$ 4000 e US$ 500 por cada uma das 150 sacas enviadas para o concurso.
Em vinte anos de trabalho a frente da Fazenda Santa Terezinha, sempre auxiliado pelos irmãos, Almeida intensificou a melhoria do solo e investiu no processo de pós-colheita do café - fatores primordiais para obtenção de um café fino. Adepto do cultivo orgânico, que não utiliza defensivos agrícolas nem adubos químicos, o engenheiro agrônomo realiza o manejo de solo do cafezal por meio da utilização da biomassa. "O alicerce da planta é o solo, pois com um solo rico a planta será sadia" diz. Além do preparo adequado do solo, a obtenção de cafés especiais está diretamente vinculada ao processo de pós-colheita. O café arábica, variedade mundo novo, cultivado na Fazenda Santa Terezinha, passou pelo processo cereja descascado, que tem tido destaque nos últimos concursos de cafés especiais realizados no País. No ano passado, o café classificado em primeiro lugar no concurso da BSCA, produzido por Ceci Maria de Faria, de Manhuaçu, Zona da Mata mineira, passou pelo mesmo processo de pós-colheita.
Almeida, no entanto, introduziu este ano uma nova técnica ao processo, onde todas as variedades cereja, bóia (café amadurecido no pé) e chão, passaram pelo descascador e, depois, foram secados em um terreiro suspenso coberto com sombrite (lona preta com furos). "Este foi o meu pulo do gato; construi uma espécie de estufa que permitiu uma espécie de estufa que permitiu o café fino secar sem a incidência direta do sol em cima do grão. Tirei um café fino do pé e continuei com o fruto fino durante o processo de secagem", assinala.

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Grupo Independência apresenta maior projeto de boi orgânico do país em Mato Grosso do Sul
Fonte: Instituto Biodinâmico

Mais de duzentos produtores participaram, no dia 3 de agosto, do maior "Dia de Campo" do país sobre o Projeto de Produção do Boi Orgânico. O evento, promovido pelo Grupo Independência, apresentou aos produtores uma nova realidade no mercado agropecuário do mundo - a produção de orgânicos. Além de atender as necessidades do mercado consumidor, a produção de alimentos orgânicos também se mostra uma necessidade palpitante, viável e inovadora aos produtores.
Conceitualmente, a cultura orgânica promove uma produção agropecuária que procura minimizar o impacto ambiental dessa atividade graças à eliminação dos agrotóxicos e de quaisquer adubos minerais de alta solubilidade. Trata-se, assim, de produzir alimentos de qualidade sem qualquer resíduo tóxico, com maior qualidade nutricional e biológica. Uma proposta que se apoia num pensamento pautado por princípios inerentes ao chamado paradigma da sustentabilidade, ou seja, por critérios definidos em termos do ambientalmente correto, do socialmente justo e do economicamente viável.
Há cerca de dois anos, o Grupo Independência iniciou seu projeto de pecuária orgânica na Fazenda São Miguel da Catequese e Estância Independência, no município de Nova Andradina, MS. Os resultados deste segundo ano de acompanhamento, avaliado com entusiasmo pelo Grupo Independência, foram apresentados aos produtores durante o Dia de Campo.
Miguel Graziano Russo, diretor do Grupo Independência, acredita que o projeto, além de estratégico, é oportuno para o desenvolvimento de conceitos inovadores para a produção em Mato Grosso do Sul, que vem de encontro às novas tendências ditadas pelo mercado consumidor. "Este é um mercado que traz grandes perspectivas aos produtores, mas também exige uma nova visão dos conceitos de produção", ressalta. A produção do Grupo Independência é certificada pelo Instituto Biodinâmico - IBD.

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Fonte: Instituto Biodinâmico/O Estado de São Paulo/Primeira Página
A Gazeta/A Crítica/Gazeta Mercantil/WWI/Dow Jones/Instituto de Terras
Ecologia em Notícias/Joseane Martins www.parana-online.com.br/O Povo
ENIPEC/Planeta Orgânico/Planeta Orgânico/Ministério da Agricultura
Veja mais em www.ibd.com.br (Instituto Biodinâmico de Desenvolvimento)
Pick-upau – 2003 – São Paulo – Brasil
 
 
 
 

 

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