Parte da segunda etapa do projeto
Balcão da Cidadania Indígena do Rio Negro,
a atividade contou com 155 participantes, que elaboraram
76 recomendações às instituições
nacionais e regionais que trabalham com as comunidades
indígenas daquela região.
No encerramento do curso de Direitos
Indígenas, realizado entre 21 e 25/01, em São
Gabriel da Cachoeira (AM), os participantes aprovaram
um documento com 76 recomendações para
as instituições nacionais e regionais
envolvidas com a questão indígena, cuja
implementação deverá ser monitorada
pela Foirn (Federação das Organizações
Indígenas do Rio Negro).
Após discutir durante quatro dias temas como
controle social e políticas públicas,
demarcação e fiscalização
de Terras Indígenas (TIs), exploração
de recursos naturais, acesso a recursos genéticos,
ecoturismo e cidadania e assistência jurídica
gratuita, os grupos, que reuniam representantes de comunidades
de acordo com as calhas de rios, elaboraram o documento,
cujos principais pontos são:
- ações e planos de fiscalização
das TIs já demarcadas na região do Rio
Negro;
- identificação e demarcação
das TIs Balaio e Marabitanas Cué-Cué,
e reconhecimento das TIs em que estão as comunidades
indígenas entre Santa Isabel e Barcelos, nas
margens do rio Negro;
- discussão com os órgãos públicos
sobre procedimentos de autorização de
garimpo indígena;
- elaboração de um projeto piloto para
turismo no alto Rio Negro, conforme expectativas e definições
das comunidades indígenas;
- organização de uma cooperativa para
controlar a pesca e o comércio de peixes ornamentais
com tabelamento de preços;
- necessidade de manejo das espécies de peixe
e promoção de projetos de piscicultura
para peixes ornamentais;
- investimento na implementação de um
programa de desenvolvimento indígena sustentável
no Rio Negro;
- apoio à Carta de São Luis do Maranhão,
que estabelece recomendações sobre questões
relacionadas ao uso dos recursos genéticos e
ao conhecimento tradicional dos povos indígenas;
- criação de mecanismos de incentivo e
valorização dos sistemas tradicionais
de cultivo com políticas que facilitem o escoamento
e a comercialização dos produtos;
- manutenção e ampliação
das áreas atendidas pelo projeto Balcão
da Cidadania para o fornecimento de documentação
aos índios, além de garantia de assistência
jurídica gratuita à população
indígena.
O curso terminou com o tradicional dabucuri, festa organizada
pelos Tukano, da comunidade Balaio, que ofereceram pupunha,
açaí e outras frutas para os homenageados
da ocasião.