Panorama
 
 
 

ENCONTRO NO EQUADOR TRAÇA PANORAMA DA
REALIDADE ECONÔMICA INDÍGENA NA AMAZÔNIA

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Fevereiro de 2002

A Conferência sobre Alternativas Econômicas para os Povos Indígenas e Tradicionais da Amazônia , realizado em Puyo, no Equador, de 21 a 23/01, revelou aos participantes brasileiros o avanço em iniciativas para o desenvolvimento sustentável e o elevado grau de articulação política dos povos indígenas que habitam os demais países da região.

O evento foi uma iniciativa da organização não-governamental norte-americana Aliança Amazônica para promover a reflexão e troca de experiências entre diversas etnias e organizações que desenvolvem projetos de alternativas econômicas na Amazônia. Cláudio Moura, coordenador da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Manoel Soares, vice-presidente da Confederação Nacional dos Seringueiros (CNS) e representante do Grupo de Trabalho da Amazônia (GTA) e Marcos Schmidt, engenheiro florestal do Programa Xingu do ISA, representaram o Brasil.

Schmidt apresentou o projeto "Produção e Comercialização de Óleos Vegetais por Etnias Xinguanas", desenvolvido em parceria com a Associação Terra Indígena Xingu (Atix). O trabalho é baseado no conhecimento tradicional dos povos Kalapalo, Yawalapiti, Waurá, Kuikuro, Suyá, Kamayurá - que produzem o óleo de pequi -, Kaiabi e Yudjá - que produzem o óleo da palmeira de inajá. Além de propor uma parceria comercial entre índios e empresas privadas, a iniciativa tem como preocupação fundamental respeitar os direitos indígenas relativos ao conhecimento tradicional, ao acesso a recursos genéticos, à imagem e à autoria coletiva.

Entre os projetos apresentados por organizações de outros países, merecem destaque o cultivo tradicional de café pelos descendentes da antiga civilização Maya e sua distribuição pela recém-criada Chantlaca, uma empresa de comércio internacional indígena. E também a produção de ervas medicinais pelas mulheres Shuar, no Equador, atendendo a um convênio com a rede pública de saúde.

As discussões sobre as experiências com ecoturismo se mostraram bastante avançadas, em comparação ao que existe no Brasil. "Na Bolívia, no Equador e no Peru existem debates aprofundados, que abordam choques entre os sistemas econômicos e os valores culturais dos índios e dos não-índios causados pelo ecoturismo", descreve Schmidt. Atualmente, uma preocupação dos povos que trabalham com essa atividade é evitar a transformação de rituais indígenas em pacotes turísticos.

Outro destaque ficou para o grau de articulação política dos representantes indígenas presentes ao encontro. "Eles tinham muita clareza de que o modelo de desenvolvimento que procuram está baseado na família indígena e na natureza e que a exploração de petróleo e o desmatamento são as principais ameaças para alcançar esse objetivo", explica Marcos Schmidt. Transporte, impostos culturais, propriedade intelectual e formas de participação nos projetos também estiveram na pauta dos debates.

As atividades de capacitação indígena em relação à administração de projetos, por exemplo, foram questionadas. A idéia é que elas fossem mais adequadas aos sistemas conhecidos por eles e levasse à autogestão sem gerar dependência. Os povos indígenas da Amazônia reivindicaram ainda a adoção de um princípio coletivista no comércio e de espaço para seu próprio modo de produção, pressionado hoje pelos padrões da globalização.

Fonte: ISA – Instituto Socioambiental (www.socioambiental.org.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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