O Conselho Estadual do Meio Ambiente
- CONSEMA aprovou hoje (20/3) o parecer técnico
favorável à instalação da
usina termelétrica Carioba II, em Americana,
com capacidade de geração de 945 MWhora.
Com vinte votos a favor, quatro contra e duas abstenções,
os conselheiros se manifestaram favoravelmente à
concessão de licença prévia pela
Secretaria Estadual do Meio Ambinte ao projeto da InterGen,
empresa controlada pela Shell e Bechtel.
Por recomendação dos conselheiros, foi
exigido o monitoramento da saúde da população
de Americana, antes e depois da instalação
da usina. Essa exigência se somou às que
o Departamento de Avaliação de Impacto
Ambiental - DAIA, órgão da Secretaria
Estadual do Meio Ambiente, já havia formulado
no parecer técnico sobre o Estudo de Impacto
Ambiental-Relatório de Impacto Ambiental - EIA-RIMA
do empreendimento.
O secretário estadual do Meio Ambiente e presidente
do CONSEMA, professor José Goldemberg, comentou
ao final da reunião que ficou um tanto desapontado
com o nível das contribuições feitas,
por parte do público que acompanhou a reunião.
"Não foi uma reunião que realmente
esclarecesse todas as dúvidas, depois de mais
de quatro horas de discussão", comentou.
O presidente da InterGen do Brasil, Benjamin Maynard,
manifestou satisfação com o resultado
da reunião. "Vamos agora, rapidamente, cuidar
das outras licenças que o empreendimento requer",
referindo-se às licenças de instalação
e de funcionamento.
Exigências técnicas
Para a aprovação do
EIA-RIMA, o DAIA exigiu a diminuição da
capacidade de geração da usina de 1.200
MWh para 945 MWh; o aumento da altura da chaminé
de 40 para 100 m, para melhorar as condições
de dispersão das emissões gasosas; e a
modificação do sistema de refrigeração
de ciclo aberto, que utiliza água, para ciclo
fechado, com ventilação a ar. O sistema
será constituído por quatro módulos
independentes de turbinas a gás operando conjuntamente
com turbinas a vapor, cada um gerando cerca de 236 MWh,
totalizando os 945 MWh.
Com essas medidas, haverá um menor impacto sobre
os recursos hídricos da região, reduzindo
a demanda de água em 97% do previsto no projeto
original. Desta maneira, a usina consumirá 120
m3/hora, captados no Rio Piracicaba, dos quais 32 m3/hora
serão evaporados no processo, gerando 88 m3/hora
de efluentes industriais que serão tratados e
retornados ao rio.
Para os esgotos domésticos, está previsto
tratamento em unidade de lodo ativado, enquanto os resíduos
sólidos serão encaminhados para aterros
sanitário e industrial devidamente licenciados.
Quanto ao ar, segundo o estudo aprovado pelo DAIA, também
está prevista a implantação de
um sistema de monitoramento contínuo das emissões
atmosféricas, como também a realização
de amostragens de chaminé. Além disso,
deverão ser instaladas quatro estações
automáticas de monitoramento da qualidade do
ar e uma sonda acústica com alcance de pelo menos
1.500 metros de altura para avaliação
contínua de variáveis meteorológicas
que possam prejudicar a dispersão de poluentes.
Compensação ambiental
A Secretaria Estadual do Meio Ambiente,
no parecer do DAIA, exigiu uma compensação
ambiental pela implantação da termelétrica
em Americana, estimando-se que serão destinados
R$ 22,6 milhões em programas e pesquisas de desenvolvimento
sustentável da região; programa de tratamento
de efluentes; operação do reservatório
de Salto Grande; elaboração de plano de
reúso de efluentes das estações
de tratamento para abastecimento público; programas
de monitoramento de qualidade de água; programa
de aumento de disponibilidade hídrica na bacia
do Piracicaba; programa de recuperação
florestal; e a paralisação de funcionamento
de Carioba I.
Paralelamente, os empreendedores se comprometem a realizar
reuniões técnicas com os Ministérios
Públicos estadual e federal, órgãos
da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e universidades,
buscando o aprimoramento do empreendimento em suas diversas
fases.
Fonte: SMA – Secretaria Estadual do
Meio Ambiente de São Paulo (www.ambiente.sp.gov.br)
Assessoria de imprensa (Renato Alonso)