A concentração de gases
que provocam o efeito estufa vem aumentando consideravelmente
por causa da maior atividade industrial, agrícola
e de transporte, principalmente devido ao uso de combustíveis
fósseis. Como conseqüência, está
ocorrendo um processo de aquecimento global.
Calcula-se que, com os gases lançados na atmosfera
desde o começo da era industrial, a temperatura
já aumentou 0,5º C. Se as emissões
não cessarem, principalmente as provenientes
das chaminés das indústrias e escapamentos
dos veículos, estima-se que haverá um
aquecimento de pelo menos 2º C nas próximas
décadas e um grave desequilíbrio no meio
ambiente.
"Não há soluções óbvias
para se enfrentar o problema. O mais importante é
colocar em prática mecanismos internos de desenvolvimento
limpo, como por exemplo a intensificação
do uso de gás natural e a fabricação
de modelos híbridos de automóveis (com
motores elétricos e a gasolina), ou mesmo maior
utilização do etanol como combustível,
para a diminuição das emissões
de poluentes pelos veículos automotores",
afirmou o professor José Goldemberg, secretário
estadual do Meio Ambiente, hoje (26/3), na abertura
do Seminário "Os Veículos Automotores
e o Efeito Estufa", organizado pela Associação
Brasileira de Engenharia Automotiva - AEA, na sede da
ABIMAQ.
Durante o evento discutiram-se as tendências e
as novas tecnologias de produção e uso
de combustíveis que, associadas às novas
tecnologias automotivas, formatarão uma matriz
energética diversificada e sustentável,
o que deve contribuir para a diminuição
dos poluentes na atmosfera. "Da parte dos órgãos
do governo, o que estamos buscando é o aperfeiçoamento
da legislação ambiental vigente, com o
intuito de empurrar cada vez mais o setor produtivo,
e particularmente o automotivo, ao encontro de ações
de controle que revertam em melhoria da qualidade do
ar", considerou o professor Goldemberg, que espera
receber, no final do encontro promovido pela AEA, sugestões
para o aperfeiçoamento das políticas públicas
na esfera do controle de poluição ambiental.
O representante do Ministério de Ciência
e Tecnologia, José Dominguez Miguez, lembrou
que o compromisso brasileiro, assumido em 1992, durante
a Rio 92, é concluir o inventário de emissões,
apontando quanto o Brasil emite nos principais segmentos
industriais e agrícolas. "Sabe-se, de antemão,
que as emissões de monóxido de carbono
(emitido pelos veículos) estão diminuindo
consideravelmente, mas em compensação
estão aumentando as de dióxido de carbono",
observou.
O Brasil, considerado um emissor modesto de gases que
provocam o efeito estufa, procura defender seus interesses
nas reuniões internacionais que buscam o controle
desse tipo de emissão. As discussões,
no entanto, chegaram a um impasse difícil de
ser superado. Após o encontro de Kyoto, no Japão,
reunindo países desenvolvidos e em desenvolvimento
para fixar algumas metas básicas como a redução
de 5% da emissão de gases resultantes da queima
de combustíveis fósseis, entre outros,
houve uma grande reação da indústria
norte-americana, sobretudo a automobilística
e a de carvão, temendo um impacto negativo sobre
a economia daquele país.
"O grande desafio é conciliar as metas de
redução da poluição, sem
comprometer a viabilidade econômica", resumiu
o secretário Goldemberg.
Fonte: SMA – Secretaria Estadual do
Meio Ambiente de São Paulo (www.ambiente.sp.gov.br)
Assessoria de imprensa (Renato Alonso)