Manejo comunitário no Amazonas
tira trinta famílias da clandestinidade
Trinta famílias das comunidades
de São Gabriel e São Rafael, no município
de Atalaia do Norte, a cerca de mil e quinhentos quilômetros
de Manaus, darão um passo importante nesta semana.
Pela primeira vez, elas usarão a tecnologia do
manejo florestal sustentável, desenvolvida pelo
Ibama, para extrair madeira de suas propriedades de
maneira legal. Com o apoio técnico, a boa vontade
da prefeitura local e a organização da
Associação dos Produtores de Atalaia do
Norte será possível às famílias
sair da clandestinidade da extração ilegal
de madeira e entrar no mercado formal.
Com um dos mais baixos indicadores sociais do país,
conforme o censo de 2000, a região onde será
implantado o plano de manejo tem grande diversidade
de espécies madeireiras para exploração
comercial, entre elas o louro, o angelim, o acapu, o
cedro, a muirapiranga e a virola. "Com o manejo
comunitário, as famílias lucrarão
mais, pois a madeira com certificado de origem legal
entra direto no mercado, sem passar pelos atravessadores",
compara Randolf Zachow, Coordenador de Gestão
dos Recursos Florestais do Ibama.
O manejo comunitário de espécies madeireiras
criará perspectivas reais de crescimento econômico
para as famílias de Atalaia do Norte. Esta será
a primeira experiência de manejo comunitário
madeireiro em comunidades ribeirinhas do Amazonas, fora
das reservas oficiais.
Além disso, o manejo florestal é a garantia
de que a floresta continuará de pé por
sucessivas gerações. Para que as comunidades
tenham condições de fazer o manejo comunitário,
basta entrar em contato com o Ibama ou as prefeituras
locais.
"O trabalho com as comunidades de Atalaia do Norte
só se tornou possível porque a prefeitura
municipal decidiu se aliar ao Ibama em busca de formas
sustentáveis de exploração dos
recursos naturais da região" afirma José
Lelande Barroso, Gerente Executivo do Ibama no Amazonas.
Segundo ele, no ano passado, os produtores de Atalaia
do Norte iniciaram o manejo da borracha. A pesca nessas
comunidades também já é feita de
maneira adequada.