No primeiro
dia do Seminário sobre Gerenciamento do Sedimento
na Baixada Santista, iniciado na segunda-feira (15/4),
devendo se estender até 17 de abril, no auditório
da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, em São
Paulo, uma das opiniões unânimes entre
os participantes foi a de que a globalização
das informações é um dos caminhos
para solução definitiva na gestão
dos sedimentos dragados nos portos.
Essa idéia foi enfocada logo na abertura
do evento, pelo presidente da CETESB - Companhia
de Tecnologia de Saneamento Ambiental, Dráusio
Barreto, que citou a importância do Porto
de Santos, como um canal de desenvolvimento econômico
do país, por onde, somente no ano passado,
passaram 13 milhões de toneladas de açúcar
e soja para exportação, mas, que ao
mesmo tempo representa um passivo de poluição
ambiental.
"Os sedimentos da Baixada Santista, oriundos
de todas as nacionalidades, representa um problema
ambiental globalizado, que requer a interação
da melhor tecnologia mundial com a nossa vontade
política de implementar um desenvolvimento
sustentável", afirmou Dráusio
Barreto.
A gerente da Regional da Baixada Santista da CETESB,
Maria da Penha de Oliveira Alencar, destacou em
sua palestra as várias ações
que a agência ambiental vem praticando, desde
1972, para minimizar e conter os problemas ambientais
causados pelos sedimentos portuários.
Desde 1995, estima-se que foram dragados 23 milhões
de m3 de sedimentos na área portuária
de Santos. A atividade foi embargada em dezembro
de 1997 pela CETESB, por se desconhecer a extensão
da contaminação dos sedimentos. Em
janeiro de 1998, em conjunto com a Capitania dos
Portos, Instituto de Pesca e Ministério Público,
a CETESB liberou a dragagem, mantendo-se a suspensão
da atividade na Ilha Barnabé e no Canal da
Alemoa, onde se constatou concentração
elevada de benzo-a-pireno, um poluente de origem
orgânica com ação carcinogênica.
Segundo a técnica da CETESB, em dezembro
de 1998, foi liberada a dragagem também nessas
duas áreas, após estudos sobre as
correntes marinhas e dispersão dos sedimentos
na Ponta do Monduba, onde o material passou a ser
depositado, pois a área de disposição
anterior, a Ilha da Moela, não era adequada
por propiciar a migração dos poluentes
para a Praia do Guaiúba, no Guarujá.
Hoje, estima-se em cerca de 5 milhões de
m3 o volume de material sedimentado no canal do
Porto de Santos, havendo autorização
para dragagem em dois pontos na entrada da barra
e na área dos armazéns do corredor
de exportação.
Diante dessa realidade, a CETESB levou a campo inúmeros
de seus técnicos, que levantaram, por meio
de coletas, em diversos pontos, as concentrações
de vários poluentes em organismo aquáticos,
sedimentos e águas.
Também foram solicitados à CODESP
- Companhia Docas do Estado de São Paulo
e COSIPA - Companhia Siderúrgica Paulista
estudos que avaliassem a extensão da contaminação,
com a caracterização dos sedimentos,
no local de lançamento do material dragado
no porto.
Buscando respostas
Com a realização
do seminário, os participantes, representantes
de empresas, universidades e Promotoria Pública,
entre outros, pretendem encontrar respostas para
diversas questões, como classificação
dos sedimentos segundo o seu grau de contaminação,
recuperação dos mesmos e tecnologias
disponíveis, impacto da dragagem no meio
ambiente, formas de disposição do
material dragado segundo o seu grau de contaminação.
Para obter essas respostas, a Secretaria Estadual
do Meio Ambiente contará com o trabalho de
pesquisa e controle de seus técnicos e com
a colaboração de especialistas internacionais,
representantes de países que passam pelo
mesmo problema, como, os Estados Unidos da América,
Canadá e Holanda, presentes no encontro.