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LÍDER INDÍGENA MANCHINERI RECEBE TÍTULO DE CIDADÃO PAULISTANO

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Abril de 2002

O título é concedido a brasileiros que se destacam por trabalhar pelo desenvolvimento do Brasil. Manchineri, atual dirigente da Coordenação das Organizações Indígenas da Bacia Amazônica (Coica), irá recebê-lo da Câmara de Vereadores da Cidade de São Paulo, nesta quinta-feira (18/04), antecedendo as comemorações do Dia do Índio

A idéia de entregar o título de Cidadão Paulistano ao líder indígena surgiu em julho do ano passado, quando o vereador Eliseu Gabriel (PDT) leu uma reportagem no jornal Folha de S. Paulo sobre a intervenção dos Estados Unidos contra o narcotráfico na Amazônia. O que mais chamou sua atenção na matéria foram as declarações de Sebastião Manchineri contra a ação norte-americana. Na época, o índio, com 31 anos, tinha sido eleito o primeiro coordenador-geral brasileiro da Coica , uma instituição que reúne mais de 400 povos indígenas dos nove países que integram a Bacia Amazônica (Brasil, Peru, Colômbia, Equador, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa, Suriname e Bolívia). Fundada em 1984, com sede em Quito, no Equador, a organização tem como objetivo principal assegurar a participação dos povos indígenas amazônicos na agenda internacional.

Ao pesquisar a vida de Haji Yine – o nome de origem de Sebastião entre o povo Manchineri - , o vereador Eliseu Gabriel descobriu que, após deixar a aldeia Mamoadate, no Acre, aos 15 anos, ele deu início a uma longa trajetória no movimento indígena. Passou pela Fundação Chico Mendes, pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), pelo Conselho de Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Brasil (Capoib) e pela União Nacional dos Índios (UNI-Acre), além de ter sido representante indígena da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Organização dos Estados Americanos (OEA).

Havia, portanto, motivos de sobra para conceder-lhe a mais alta honraria prevista na lei orgânica do município de São Paulo: o título de cidadão. Para entregá-lo, será realizada na Câmara dos Vereadores uma cerimônia no dia 18/04, às 15 horas, onde estarão presentes autoridades, representantes indígenas e de organizações da sociedade civil, além de índios Guarani de Parelheiros, região sul da cidade de São Paulo, que irão homenageá-lo com cantos tradicionais.

Conquistas e desafios do movimento indígena

Em entrevista à reportagem do Instituto Socioambiental (ISA), Manchineri destacou sua participação em duas conquistas do movimento indígena, desde que iniciou seu trabalho, há 17 anos: o fim do isolacionismo das organizações indígenas, por meio de articulações com instituições financeiras, ONGs e órgãos governamentais; e o fortalecimento do próprio movimento a partir de uma linha de ação mais propositiva, do aumento da cooperação entre as organizações e da elaboração de propostas coletivas em políticas indígenas.

"O desafio agora é ampliar a compreensão de nossa diversidade e fazer respeitar nossos ideais fora do ambiente indígena", definiu. Quanto aos problemas enfrentados pelos índios na Amazônia, o combate à violência e à invasão das Terras Indígenas para o desenvolvimento de atividades econômicas continuam no topo das prioridades. Manchineri fez ainda uma ressalva quanto ao contexto social na região: "A pobreza, a droga e a guerrilha não são problemas inerentes à Amazônia e sim reflexo da falta de soberania dos governos sobre seus recursos naturais e suas populações".

Como coordenador-geral da Coica, o líder indígena explicou que está colocando em prática um programa com cinco prioridades interligadas: a elaboração de uma agenda indígena amazônica, o estímulo ao desenvolvimento sustentável, a proteção dos recursos naturais, a consolidação dos direitos indígenas e a profissionalização e o fortalecimento institucional.

Quem são os Manchineri

Povo de língua Aruák, esses índios se auto-denominam Yine. O nome Manchineri ou Machineri vem do Peru, país que faz fronteira com o estado do Acre, onde está localizada a Terra Indígena Mamoadate, junto à cabeceira do Rio Iaco. Segundo dados de 1999 da Comissão Pró-Índio do Acre (CPI-AC), publicados no livro Povos Indígenas do Brasil 1995-2000, os Manchineri somam 459 indivíduos. Os relatos de contato com esses índios datam do século XIX, quando esporadicamente negociavam a troca de seus tecidos por artigos de metal.

 
 

Fonte: ISA – Instituto Socioambiental (www.socioambiental.org.br)
Assessoria de imprensa (Ricardo Barretto)

 
 
 
 
 
 

 

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