Uma falha
no processo de fabricação de um produto
químico denominado ditilfosfato de zinco,
utilizado como aditivo de óleo lubrificante,
provocou a emissão de fortes odores na Chevron
Oronite Brasil Ltda., localizada na Avenida Ayrton
Senna da Silva, 2.500, no Pólo Petroquímico
de Capuava, em Mauá.
Segundo o engenheiro Luiz Antonio Brun, gerente
da Agência de Santo André da CETESB
- Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental,
o acidente ocorreu por volta das 15h40 de ontem
(17), gerando 17 reclamações da população
de vários bairros nos municípios de
Santo André, Mauá, São Bernardo
do Campo e São Paulo, no horário das
21 às 23h20, quando o odor se espalhou pela
região.
Em função do ocorrido, a CETESB está
definindo a penalidade a ser aplicada à Chevron.
Anteriormente, a empresa havia sido multada em 13
de maio de 1991, por liberar odor de sulfato de
hidrogênio para a atmosfera proveniente da
boca de visita do tanque desse produto.
O acidente
O acidente desta quarta-feira
foi devido à falha operacional e problemas
mecânicos na válvula de entrada do
vapor ou de água de refrigeração
de um reator, propiciando a liberação
das substâncias odoríferas para a atmosfera.
O ditilfosfato de zinco é obtido por meio
de reação a 90º C, em meio aqüoso,
sendo posteriormente desidratado e resfriado até
a temperatura de 60º C.
Uma avaria na válvula do
reator, durante o resfriamento, permitiu a entrada
de vapor que provocou novo aumento da temperatura
do produto gerando vapores com elevada concentração
de mercaptanas, que causaram o incômodo à
população. O sistema de controle de
poluentes, um pós-queimador que opera a 900º
C, tornou-se ineficiente para promover a queima
total dos gases odoríferos.
Devido à característica dos gases,
à altura da chaminé do pós-queimador
(15 metros em relação ao nível
do solo) e às condições de
dispersão de poluentes desfavoráveis
no período em ocorreram as emanações,
o odor persistiu na atmosfera, sendo perceptível
em locais bastante distantes da fonte de emissão.