A inauguração
de mais um trecho de área recuperada do Projeto
Pomar, nas margens do Rio Pinheiros, aproveitou
a data, 19 de abril, Dia do Índio, para tornar
a solenidade mais amena alternando os discursos
com a apresentação de um coral de
crianças da tribo guarani, fortalecendo as
nossas ligações com a natureza.
O trecho é o da Companhia Suzano de Papel
e Celulose, que assinou o compromisso com a Secretaria
Estadual do Meio Ambiente, aderindo ao Projeto Pomar
para a recuperação de uma área
de 10.800 m2, ao longo de 1,5 km na margem direita
do Rio Pinheiros. Denominado Hebraica-Rebouças,
o trecho se localiza junto à estação
da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos -
CPTM, de mesmo nome.
A solenidade de inauguração aconteceu
no Clube A Hebraica, que se localiza em frente ao
trecho recuperado, e contou com a presença
do presidente da CETESB - Companhia de Tecnologia
de Saneamento Ambiental, Dráusio Barreto,
representando o secretário estadual do Meio
Ambiente, professor José Goldemberg, e do
vice-presidente corporativo da Companhia Suzano,
Daniel Feffer, entre outros.
Dráusio Barreto disse que a data concretizou
um sonho: "Quando plantamos a idéia
do Projeto Pomar, poucos acreditaram, pois o Rio
Pinheiros estava tão degradado que a sua
recuperação parecia impossível.
Hoje, esse sonho tornou-se realidade, são
250 mil mudas plantadas, revitalizando as margens
do rio".
No trecho, foram plantadas 320 árvores, como
sapucaia, pitanga, quatro espécies diferentes
de ipê, pata de vaca, 90 palmeiras, 2.600
mudas de plantas arbustivas e 45.000 mudas de plantas
herbáceas. A Companhia Suzano arcou com os
custos da implantação, estimados em
R$ 150 mil, e assumiu a responsabilidade pela manutenção
da área por um prazo de cinco anos. O projeto
de recuperação ambiental e paisagística
foi elaborado pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente.
"A Companhia Suzano, além de reciclar
papel, também quer reciclar a nossa cidade,
contribuindo com atividades sociais que elevem a
auto-estima do paulistano. O Projeto Pomar é
um exemplo dessa reciclagem urbanística e
ambiental", afirmou Daniel Feffer.
Para a recuperação do trecho, a empresa
utilizou a mão-de-obra de 10 bolsistas das
Frentes de Trabalho, recrutados pelo Programa Emergencial
de Auxilio ao Desemprego, instituído pelo
Governo do Estado de S.Paulo.
Trechos inaugurados
O Projeto Pomar já teve
inaugurados os trechos recuperados pela TV Globo,
Manah, Deutsche Bank e Microsoft. Outros treze trechos
continuam em obras e deverão ser inaugurados
brevemente com o apoio de empresas. A iniciativa
do Governo do Estado tem recebido, também,
o apoio da população. Cerca de 400
voluntários se inscreveram para atuar no
projeto colaboram no preparo de canteiros, plantio
e manutenção de plantas.
Além disso, a sede do Projeto Pomar, localizado
junto à Ponte João Dias, recebe diariamente
um grande número de visitantes, principalmente
estudantes e professores, que, por intermédio
dos monitores do Núcleo de Educação
Ambiental da Secretaria do Meio Ambiente, recebem
informações sobre a atividade de recuperação
das margens do Rio Pinheiros e a preservação
ambiental.
O Pomar foi certificado com a Norma ISO 14.001,
por ter implantado um Sistema de Gestão Ambiental,
auditado pela Fundação Vanzolini,
com o objetivo de assegurar a adequada gestão
de emissões e resíduos, o uso racional
de recursos naturais e a potencialização
dos impactos positivos no meio ambiente. O projeto
foi a primeira iniciativa governamental a receber
esse certificado.
A mensagem dos índios guaranis
A cerimônia de inauguração
de mais um trecho do Projeto Pomar contou com um
momento singelo, que emocionou todos os presentes:
a apresentação de um coral de crianças
guaranis, que interpretou três peças
indígenas.
Em seguida, as crianças presentearam os ouvintes
com objetos de artesanato, típicos da sua
cultura.
"O índio pensa redondo, como a terra,
suas casas são redondas, seus cabelos são
cortados redondos, em tudo há uma homenagem
e respeito ao planeta. No Projeto Pomar, sinto que
os homens civilizados estão deixando de pensar
quadrado, como suas casas, e começam a pensar
redondo, respeitando à vida e o meio ambiente",
disse o cacique guarani Daniel.