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SEMINÁRIO SOBRE SEDIMENTOS CONTAMINADOS EM PORTOS APONTA CAMINHOS PARA AÇÃO DOS ÓRGÃOS AMBIENTAIS

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Abril de 2002

A regulamentação dos padrões de qualidade para os sedimentos de portos e estuários, um modelo de gestão do material dragado contaminado e uma definição clara de competências, em âmbito estadual e federal, para o licenciamento dessa atividade, é uma necessidade urgente dos órgãos governamentais para a efetiva proteção ambiental das áreas afetadas.

Esta é a conclusão dos participantes do Seminário sobre Gerenciamento do Sedimento na Baixada Santista, promovido pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental de 15 a 17 de abril.

O encontro, reunindo especialistas de diversas instituições e também dos Estados Unidos, Canadá e Holanda, subsidia as ações dos grupos de trabalho criados pela Secretaria do Meio Ambiente, após a divulgação do relatório de qualidade ambiental nos estuários de Santos e São Vicente.

Os técnicos do sistema ambiental do Estado entendem que, como a questão da contaminação desses sedimentos é muito complexa, a definição de diretrizes deve envolver todos os setores como a autoridade portuária, organismos de pesquisa, prefeituras, Ministério Público, Ministério do Meio Ambiente, IBAMA e especialistas brasileiros e estrangeiros, entre outros. Essa preocupação se deve, entre outros fatores, ao de envolver, no caso de Santos, o maior porto da América Latina, que movimentou, em 2001, US$ 110 bilhões, que correspondem a um quarto do valor dos produtos negociados pelo país no mercado internacional.

"O que pudemos perceber é que o Brasil está caminhando na mesma direção que os países que enfrentam o mesmo tipo de problema. São os casos dos Estados Unidos, com o porto de Nova York, do Canadá, com o porto de Hamilton, nos Grandes Lagos, e da Holanda", diz a bióloga Marta Condé Lamparelli, da Divisão de Análises Hidrobiológicas da CETESB. Num primeiro momento, no entender da técnica, deve se buscar a caracterização dos sedimentos, quanto ao seu grau de contaminação avaliando os efeitos biológicos sobre os organismos aquáticos, a questão da bioacumuação e as conseqüências para a saúde humana. "Em seguida, devemos estudar opções de descarte ou uma proposta de remediação", completou.

Situação em Santos

A CETESB atua na região, desde 1972, para minimizar e conter os problemas ambientais causados pelos sedimentos portuários, efetuando o levantamento, em diversos pontos, das concentrações de vários poluentes em organismo aquáticos, sedimentos e águas. Também foram solicitados à CODESP - Companhia Docas do Estado de São Paulo e COSIPA - Companhia Siderúrgica Paulista estudos sobre a extensão da contaminação, com a caracterização dos sedimentos, e as conseqüências da atividade de dragagem no porto.

Desde 1995, foram dragados 23 milhões de m3 de sedimentos na área portuária de Santos. A atividade foi embargada em dezembro de 1997 pela CETESB, por se desconhecer a extensão da contaminação dos sedimentos e as conseqüências da movimentação desse material. Em janeiro de 1998, em conjunto com a Capitania dos Portos, Instituto de Pesca e Ministério Público, a CETESB liberou a dragagem, mantendo-se a suspensão da atividade na Ilha Barnabé e no Canal da Alemoa, onde se constatou concentração elevada de benzo-a-pireno, um poluente de origem orgânica com ação carcinogênica.

Em dezembro de 1998, foi liberada a dragagem também nessas duas áreas, após estudos sobre as correntes marinhas e dispersão dos sedimentos na Ponta do Monduba, onde o material passou a ser depositado, pois a área de disposição anterior, a Ilha da Moela, não era adequada por propiciar a migração dos poluentes para a Praia do Guaiúba, no Guarujá.

Hoje, estima-se em cerca de 5 milhões de m3 o volume de material sedimentado no canal do Porto de Santos, havendo autorização para dragagem em dois pontos na entrada da barra e na área dos armazéns do corredor de exportação.

Licenciamento

O Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA deverá apreciar, em breve, uma proposta encaminhada pelo Ministério do Meio Ambiente dispondo sobre as normas para licenciamento ambiental de obras de dragagem e gestão do material dragado em águas territoriais brasileiras. A proposta define parâmetros para a caracterização física e físico-química, biológica e ecotoxicológica da água e dos sedimentos.

Transformada em resolução, passará a orientar, em âmbito nacional, a elaboração e análise dos projetos de dragagem e a gestão do material dragado nas águas jurisdicionais brasileiras, para a obtenção da licença ambiental.

Para especialistas do setor, a proposta tende a ser um tanto restritiva, podendo, se aprovada com o texto original, prejudicar a atividade portuária em razão das dificuldades na liberação dos serviços de dragagem dos canais de navegação e dos critérios adotados. Na opinião desses técnicos, é preciso avaliar cada caso contrabalançando os aspectos sociais, econômicos e ambientais, para garantir a proteção do ecossistema sem que haja prejuízos à economia do país.

Outra questão que precisa ser definida é quanto ao licenciamento das atividades de dragagem dos sedimentos. No encontro realizado pela SMA/CETESB, ficou claro o conflito de posições entre o Ministério Público Estadual e o Ministério do Meio Ambiente e IBAMA, sobre as competências legais para o licenciamento de atividades e empreendimentos em águas interiores e águas territoriais.

No caso da disposição final de sedimento contaminado em águas territoriais, algumas interpretações legais indicam que este procedimento contraria disposições da Convenção Internacional sobre Prevenção da Poluição Marinha por Alijamento de Resíduos e Outras Matérias, a Convenção de Londres, da qual o Brasil é um dos signatários, acatando as determinações sobre o descarte de resíduos em águas internacionais.

As apresentações internacionais, no entanto, mostraram que existem diferentes opções de destino para o material dragado, dependendo do seu grau de contaminação, o que pode significar a necessidade de um tratamento ou confinamento do mesmo.

 
 

Fonte: SMA – Secretaria Estadual do Meio Ambiente de São Paulo (www.ambiente.sp.gov.br)
Assessoria de imprensa (Renato Alonso)

 
 
 
 
 
 

 

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