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CONSELHO DE GESTÃO DO PATRIMÔNIO GENÉTICO SE REÚNE PELA SEGUNDA VEZ

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Maio de 2002

Constituído apenas por instituições governamentais e responsável pela questão do acesso aos recursos genéticos e aos conhecimentos tradicionais associados e da repartição de benefícios derivada do uso dos recursos genéticos, a segunda reunião do órgão tratou, entre outros itens, do regimento interno e das regras a serem obedecidas pelos que querem participar como observadores. A respeito do assunto, Nurit Bensusan, coordenadora de Biodiversidade do ISA, levanta questões que merecem reflexão.

Depois da conturbada reunião de estréia, na qual observadores de ONGs e universidades foram constrangidos por freqüentes declarações dos conselheiros sobre a incoveniência de sua presença, a pauta do encontro de ontem (28/05), abordava entre outros tópicos, o regimento interno do Conselho de Gestão do Patrimônio Genético.

Vale lembrar que o regimento trata das atribuições do Conselho e de sua organização. É nesse dispositivo que fica estabelecido se as reuniões são públicas ou não, assunto muito relevante dada a ausência no órgão de representantes da sociedade e dos detentores de conhecimento tradicional.

Mas apesar de o Conselho ter aprovado o artigo garantindo que suas reuniões serão públicas, com a ressalva de que os interessados em participar devem se credenciar com 10 dias de antecedência junto a Secretaria Executiva do Conselho, cabem algumas reflexões. As discussões acerca do tema no Conselho serviriam bem para alimentar as paranóias conspiratórias daqueles que acreditam que as instituições governamentais estariam aliadas a interesses pouco defensáveis. Declarou-se, por exemplo, na defesa de reuniões fechadas, que o Conselho deve ser protegido. Vale perguntar protegido do quê? De ter um comportamento transparente? Da participação direta da sociedade civil? Da pressão de grandes companhias às quais ele não poderia resistir? Das exigências dos detentores do conhecimento tradicional por uma justa e equitativa repartição de benefícios?

Discutiu-se muito sobre o sigilo que certos assuntos, tais como determinadas informações relativas ao conhecimento tradicional, merecem. Não há dúvida de que certos temas devem ser deliberados no Conselho reservadamente, pois há, em alguns casos, necessidade de confidenciabilidade. Exatamente por isso, a questão central não é se as reuniões do Conselho são públicas ou não e, sim, a composição do Conselho, estipulada, de forma pouco democrática, por meio de uma medida provisória.

Para que tais assuntos fossem tratados de maneira justa e equitativa, o Conselho deveria ter uma composição que abarcasse, de maneira mais ampla, os interesses da sociedade brasileira, em toda sua diversidade.

Aprovado o regimento, discutiu-se ainda a minuta da primeira resolução a ser adotada pelo Conselho. Essa resolução trata dos procedimentos para a transferência de amostras de componentes do patrimônio genético, conservadas em museus e herbários para o desenvolvimento de pesquisas sem fins lucrativos.

A discussão não chegou ao fim, sendo interrompida pela urgência dos debates em torno da criação de quatro câmaras temáticas para o assessoramento do Conselho. Tais câmaras possuem, segundo o regimento aprovado, atribuição de examinar e relatar ao plenário assuntos de sua competência. Vale ressaltar que são constituídas de membros do Conselho, de especialistas convidados e de outros setores da sociedade convidados, que possuam interface com o tema da Câmara.

Não ficou claro, entretanto, nem no regimento interno, nem nos debates se a participação dos não-membros do Conselho nas câmaras se dará mediante convites específicos relacionados a determinados assuntos ou se esses serão membros das câmaras com mandatos estabelecidos. Também não ficou esclarecido como será feita a escolha dos participantes.

Em pauta, estavam os termos de referência das Câmaras Temáticas de Conhecimento Tradicional Associado; de Repartição de Benefícios; de Coleções Científicas e de Procedimentos Administrativos. As quatro foram aprovadas e suas atribuições serão discutidas na primeira reunião de cada Câmara Temática. As discussões relativas à primeira resolução, mencionada acima, devem ser encaminhadas no âmbito da Câmara Temática de Coleções Científicas.

As próximas reuniões do Conselho de Gestão do Patrimônio Genético estão marcadas para 27 de junho, 25 de julho, 29 de agosto, 26 de setembro, 31 de outubro, 28 de novembro e 19 de dezembro de 2002. No acompanhamento das reuniões do Conselho fica evidente a necessidade da revisão de sua composição, principalmente porque as questões ali tratadas são de muita relevância e de grande abrangência e não podem ser decididas sem a efetiva participação da sociedade brasileira.

 
 

Fonte: ISA – Instituto Socioambiental (www.socioambiental.org.br)
Assessoria de imprensa (Nurit Bensusan)

 
 
 
 
 
 

 

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