As telas
da artista plástica Herminda Tavela Abrantes
continuam expostas no Museu Florestal Octávio
Vecchi, no Parque Estadual Alberto Löefgren,
do Instituto Florestal, mostrando as antigas estações
do "Trenzinho da Cantareira", como era
conhecida a Tramway que fazia o percurso Tamanduateí-Cantareira-Guarulhos
de 1894 a 1965, quando foi desativado.
Aberta no dia 11 de maio a exposição
se estende até 1º de junho próximo,
com entrada franca. O museu se localiza na Rua do
Horto, 931, na Zona Norte da Capital. Maiores informações
pelo telefone 0(XX)11-6231.8555, ramal 263.
Com as suas pinturas, reunidas na exposição
"Voltando a História pelos Trilhos",
Herminda Tavela Abrantes ajuda a recuperar as memórias
da São Paulo antiga, em que o transporte
ferroviário foi fundamental para o desenvolvimento
da agricultura e na formação dos bairros,
possibilitando o transporte de materiais de construção
civil, que antes eram levados em carroças
para os pontos mais distantes da cidade.
A estação inicial do trem, segundo
a artista, localizava-se junto ao Mercado Municipal
de São Paulo, passando depois pela Rua João
Teodoro, ao lado do Liceu de Artes e Ofícios
de São Paulo, onde a própria Herminda
estudou. Desse ponto seguia até a Estação
Areial, na Avenida Cruzeiro do Sul, onde hoje se
localiza a Estação Carandiru, do Metrô.
Daí, uma das linhas levava até a Cantareira
e outra seguia para Guarulhos.
No antigo Horto Florestal, hoje Parque Estadual
Alberto Löefren, onde fica a sede do Instituto
Florestal, antigo Serviço Florestal, funcionou
uma estação para o transporte de mudas
de árvores para o interior do Estado.
O "trenzinho", era assim
chamado por causa de sua bitola estreita, de apenas
60 cm, constituindo o ponto de encontro da população,
promovendo muitos namoros e casamentos. A própria
artista, diz, conheceu o marido Ismael nesse trem.
Embora lento, sempre lotado, soltando muita fumaça
e fagulhas que queimavam as roupas do passageiros,
o "trenzinho da Cantareira" era pontual,
saindo sempre nos horários programados.