O secretário estadual
do Meio Ambiente, professor José Goldemberg,
determinou hoje ao Conselho Técnico do Instituto
Florestal a revisão do veto ao Projeto Juçara,
concebido para viabilizar a exploração
sustentável dessa espécie de palmeira
em que floresce o palmito nas zonas de amortecimento
ou entorno das unidades de conservação
do Estado de São Paulo.
Desta forma, o secretário do Meio Ambiente
pretende incentivar os extratores de palmitos a
passarem a coletar as sementes da palmeira para,
depois de utilizá-las na obtenção
de um suco natural de sabor e propriedades nutritivas
similares ao do açaí, devolvê-las
à Mata Atlântica, uma vez que as mesmas
poderão germinar e dar origem a novos exemplares
da palmeira juçara.
Essa nova forma de exploração econômica
da palmeira tem a vantagem de ser até oito
vezes mais rentável que a simples derrubada
das palmeiras para a obtenção do palmito.
O Projeto Juçara havia sido vetado pelo Instituto
Florestal com base na legislação federal
que criou o Sistema Nacional de Unidades de Conservação
(SNUC) proibindo quaisquer tipos de atividades nos
parques que não seja a pesquisa científica,
"algo que pretendemos reformular em benefício
da conservação da Mata Atlântica
e das populações tradicionais que
vivem em seu entorno", disse o professor José
Goldemberg.
"Essas sementes poderão ser coletadas
em todas as Áreas de Proteção
Ambiental, Florestas Estaduais, Reservas Extrativistas,
Estações Experimentais e até
em Estações Ecológicas, onde
essa prática pode ser viabilizada em até
90% de seus territórios", resumiu Goldemberg,
que retornou ontem (28/5) de sua viagem à
Inglaterra, onde participou de um encontro de especialistas
mundiais em energia na Universidade de Oxford, durante
o qual apresentou a proposta brasileira para a Rio+10,
a ser realizada em Johanesburgo, África do
Sul, entre o fim de agosto e início de setembro
próximos.