O ministro do Meio Ambiente,
José Carlos Carvalho, lamentou a derrota
da proposta brasileira, de criação
de santuários de baleias e afirmou que o
Brasil continuará a defender a proposta na
Comissão Internacional Baleeira (CIB). Na
votação desta semana, 23 países
foram favoráveis à proposta brasileira,
17 contra e houve 3 abstenções. Embora
tenha obtido maioria simples, a proposta não
foi aprovada porque eram necessários ¾
dos votos. "Continuaremos a defender a criação
do Santuário do Atlântico Sul com entusiasmo
redobrado. Ela é emblemática e vital,
pois demonstra o empenho da comunidade internacional
na preservação do meio ambiente, sinalizando
o firme propósito de seguirmos na luta em
favor da preservação da vida em nosso
planeta", destacou o ministro.
A proposta conseguiu 3 novos votos favoráveis
(Portugal, San Marino e Suíça) em
relação à votação
do ano passado. Segundo o ministro, isto demonstra
o fortalecimento da posição brasileira
que, embora não obtendo os ¾ necessários
para a aprovação, a cada ano tem número
maior de adesões. "Estas iniciativas
têm um nítido sentido ético,
pois decorrem da constatação de que
as diferentes espécies de baleias, ao longo
de séculos de exploração predatória,
tiveram seus estoques reduzidos drasticamente, e,
em maior ou menor grau, elas se encontram em perigo
de extinção. Na melhor das hipóteses,
e com bases em dados científicos, esses estoques
se situam, hoje, abaixo dos 10% do número
de animais existentes no início do século
XX", afirmou José Carlos Carvalho.
Em seu discurso na CIB, o ministro apresentou a
política brasileira de preservação
dos mamíferos aquáticos, destacando
a criação Área de Proteção
Ambiental da Baleia Franca, na costa de Santa Catarina.
O Santuário de Baleias do Atlântico
Sul se estenderia desde a Linha do Equador até
os limites do Santuário de Baleias do Antártico,
compreendendo as costas da África e América
do Sul. Entre seus objetivos básicos, está
o de permitir maior pesquisa científica,
sobretudo de parte de países em desenvolvimento,
inclusive com o uso de programas de cooperação
internacional, sobre a recuperação
de estoques das espécies.