Os aspectos legais, as tecnologias
e ações de controle do meio ambiente,
bem como as formas de qualificar e quantificar parâmetros
para o monitoramento ambiental, e os programas de
educação ambiental, gestão
da qualidade e aspectos relacionados ao licenciamento
das atividades produtivas, estão sendo discutidos
no 3º Encontro Técnico Anual organizado
pela Associação dos Engenheiros da
CETESB - ASEC, no auditório da Secretaria
Estadual do Meio Ambiente. O encontro, aberto hoje
à tarde (26/6), reunindo um grupo de aproximadamente
140 profissionais com alta especialização
na área ambiental, se encerra nesta quinta-feira
(27/6).
O presidente da ASEC, Flávio Antonio Pepe,
em seu discurso de abertura defendeu a implantação
de um plano de carreira para os técnicos
e engenheiros da CETESB, que "contribuiria
para a melhora de nossa auto-estima e equalizaria
as funções por nós desempenhadas".
Também defendeu a necessidade das empresas
desenvolverem processos de produção
mais limpa. "A indústria poluidora,
aquela que descuidar da sua tecnologia, jamais será
competitiva. Os aspectos ambientais, aqueles que
definem uma empresa socialmente correta, são
diretamente responsáveis e definem lucro
ou perda no final do processo", afirmou.
O diretor de Controle de Poluição
Ambiental da CETESB, engenheiro Orlando Zuliani
Cassetari, que representou o presidente Dráusio
Barreto, ressaltando o papel dos profissionais no
controle preventivo da poluição, afirmou
que, segundo o IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística, "os Estados que mais
investiram em meio ambiente, em 1998, em valores
absolutos, foram São Paulo (R$ 567 milhões),
Rio de Janeiro (R$ 105 milhões) e Bahia (R$
100 milhões)". Explicando que os indicares
se mantêm nos mesmos patamares, disse que
o Estado de São Paulo gasta cerca de 1,94%
de sua despesa com o meio ambiente.
O diretor garantiu que o esforço
dos funcionários está produzindo "a
melhoria dos indicadores sociais a partir da melhoria
do mundo em que vivemos, beneficiando aqueles mais
susceptíveis à piora da qualidade
do ar ou da água, como os muito idosos, recém-nascidos,
enfermos ou portadores de disfunções
cárdio-respiratórias".
Produção + Limpa
Um estudo da Universidade Estadual
Paulista - UNESP aponta a sustentabilidade como
um conceito especialmente presente nos próximos
30 anos, com ampla repercussão nos valores
e estilos de vida. É nesse cenário
que o Programa de Produção + Limpa/Prevenção
à Poluição implementado pela
CETESB ganha importância, exigindo responsabilidade
do setor produtivo, para garantir a qualidade do
meio ambiente, e do Estado, que atuará como
agente regulamentador, incentivando programas, aprimorando
legislações e regulamentando leis.
Segundo a engenheira Júlia Alice A.C. Ferreira,
gerente da Divisão de Prevenção
à Poluição e Produção
Mais Limpa da CETESB, o programa é uma estratégia
preventiva de aplicação contínua.
Desta maneira, pode-se reduzir os riscos ambientais
decorrentes de atividades industriais e, ao mesmo
tempo, conservar a matéria-prima e a energia,
ao longo de todo o ciclo da vida dos produtos, para
diminuir a concentração ou toxicidade
dos resíduos na fonte geradora.
Para isso são necessárias modificações
nos equipamentos, nos processos ou procedimentos,
reformulando ou replanejando os produtos e substituindo
matérias-primas.
Existem projetos-piloto em implementação
em cinco indústrias de bijuterias do Município
de Limeira, duas empresas do setor têxtil
de Americana e Santa Bárbara D´Oeste
e 41 indústrias cerâmicas da região
de Santa Gertrudes. Recentemente, a entidade que
congrega as empresas têxteis assinou acordo
com a CETESB para ampliar o programa para todo o
setor.