A autuação em flagrante
do primatólogo Marcus von Roosmalen por prática
de crime ambiental (porte e transporte de animais
silvestres sem autorização do Ibama
- artigo 29 da Lei 9.605), pelo qual foi multado
em R$ 5 mil reais, é apenas o início
da investigação que o Instituto realiza
contra o pesquisador de fama internacional. A partir
de denúncias que chegaram à Gerência
Executiva do Ibama em Manaus, os fiscais passaram
a acompanhar a intensa atividade do cientista na
região. "Nós já desconfiávamos
de que Roosmalen agia de maneira obscura há
muito tempo. Finalmente o pegamos com quatro primatas
retirados da floresta sem autorização.
Este é o fato", disse José Leland
Barroso gerente do Ibama no Amazonas.
Segundo Leland, o Ibama não está impedindo
o exercício da ciência. O governo brasileiro
quer que os cientistas respeitem o patrimônio
genético brasileiro e informem às
autoridades ambientais quais são as espécies
com que eles trabalham, o destinos de todas as coletas
e com que finalidade os animais são coletados.
"Roosmalen não apresentou seu projeto
de pesquisa ao Ibama e não tinha a autorização
legal para a captura de animais e nem de plantas.
Leland esclareceu ainda que foi o próprio
INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia-
que afirmou, na edição do dia 16/7
do jornal Diário do Amazonas, que Roosmalen
era pesquisador visitante, sendo essa a fonte da
informação na qual o Ibama se baseou
para noticiar a multa. "Também não
falamos em biopirataria. Essa fala veio do próprio
INPA na edição desta quinta-feira
do Jornal do Brasil. Não temos nada a ver
com essa declaração", disse.
