O Ibama credenciou no
início do mês dezesseis índios da
tribo Javaé para atuar como agentes voluntários
de proteção da Ilha do Bananal, no Tocantins.
Para ordenar o uso sustentável dos recursos naturais
as equipes irão trabalhar como fiscais da ilha,
conscientizando a população sobre a importância
da educação ambiental e registrando infrações
que serão encaminhadas ao Instituto para emitir
a autuação.
O objetivo é fortalecer a gestão da Ilha
do Bananal em parcerias com conhecimentos científicos
e de planejamento participativo com vistas à
conservação da biodiversidade, o uso sustentável
dos recursos pesqueiros, e a melhoria da qualidade de
vida das comunidades indígenas tradicionais.
Uma das alternativas é o manejo de adensamento
populacional das espécies de peixes dos lagos.
Segundo o gerente executivo do Ibama, Reginaldo Anaissi
Costa, o Tocantins é a única região
do país a contar com índios atuando voluntariamente
na proteção do meio ambiente. Conforme
a escolha da equipe eles serão chamados de "Protetores
da Ilha".
"Nossa intenção é agregar
valores econômicos às atividades desenvolvidas
pelos índios. Queremos eliminar o atravessador
que corrompe e destrói a natureza, e criar formas
para que a comunidade indígena possa comercializar
o produto para a sua sobrevivência",
explicou o gerente do Ibama/TO.
A iniciativa, segundo Anaissi, faz parte de um trabalho
que o órgão vem desenvolvendo com as populações
tradicionais indígenas. "Procuramos aproveitar
a vivência e o conhecimento deles para atuarem
como colaboradores", enfatizou.
Além das equipes de índios, o Ibama conta
com mais oito fiscais na região.
I Seminário Sobre Ordenamento
dos Recursos Pesqueiros da Ilha do Bananal
A entrega das credenciais
aos índios foi no término do I Seminário
Sobre Ordenamento dos Recursos Pesqueiros da Ilha do
Bananal, de 01 a 03/08, no município de Lagoa
da Confusão. Dos cerca de oitenta participantes
trinta eram índios da aldeia Javaé e vinte
e duas lideranças indígenas, além
de representantes de Ongs, da prefeitura local, do órgão
estadual do meio ambiente e da Funai.
Foram definidas, no encontro, as ações
para incentivar a participação de outras
tribos que integram a ilha fluvial. Uma comissão
formada pelo Ibama, pala Funai, e pelas lideranças
indígenas atuará em outros seminários
para mostrar a outras aldeias a importância dessa
união na conservação da natureza.
Discutiu-se, também, a legislação
sobre pesca, o estatuto do índio, as experiências
de manejo comunitário da pesca, o ordenamento
pesqueiro de bacias hidrográficas, o manejo de
lagos, a inspeção sanitária, o
fomento e o entreposto da pesca. As palestras foram
ministradas por técnicos do Ibama e da Funai
dos estados do Acre, Amazonas, São Paulo e Distrito
Federal.
A Ilha do Bananal é formada pelo rio Araguaia
- que a abraça do lado direito, e pelo rio Javaé
- responsável pelo abraço do lado esquerdo.
Está a apenas 270 quilômetros de Palmas,
na direção sudoeste, junto aos municípios
de Pium, Lagoa da Confusão e Cristalândia.
A ilha fica no Tocantins, na divisa com os estados de
Mato Grosso, Goiás e Pará. Na parte norte
da ilha está o Parque Nacional do Araguaia -
um verdadeiro santuário ecológico com
557.714 hectares. Ao sul fica o Parque Indígena
do Araguaia onde vivem as tribos karajá e Javaé.
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Ascom