Panorama
 
 
 

PRESIDENCIÁVEIS: CONHEÇA AS PROPOSTAS DE
ANTHONY GAROTINHO PARA O MEIO AMBIENTE

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Agosto de 2002

Anthony Garotinho: Amazônia – Desenvolvimento e sustentabilidade

Introdução

O projeto de internacionalização da Amazônia, por seu espaço e por sua riqueza e suas reservas, coloca-se de forma mais efetiva a partir do século XIX, mas percorre o século XX e chega aos dias de hoje. Se, do ponto de vista do ecossistema, a Amazônia é internacional, posto que compreende áreas comuns a diversos países, certo é, igualmente, que, em todos esses países, integra as respectivas soberanias territoriais e nacionais. A Amazônia brasileira é patrimônio de nosso povo. Defendê-lo é o compromisso do governo do PSB. Sua defesa compreende a ação coordenada com os países que a integram, e a ação coerente e isolada do Estado brasileiro, que compreende seu desenvolvimento sustentável.

O projeto do governo do PSB visa a mudar, radicalmente, o modo de ocupação do espaço amazônico, caracterizado, presentemente, pela depredação, seja das riquezas minerais, seja da biodiversidade, seja aviltamento da vida humana, que quase sempre chegou ao extermínio sistemático de populações locais e de grupos que para lá se deslocaram, no firme propósito de até ali estender a nação brasileira.

Em função do crescimento demográfico e do vertiginoso estrago que o atual modelo de industrialização causou ao planeta, a Amazônia torna-se o território mundial de maior importância estratégica política para o Século XXI, considerando-se seu potencial de biodiversidade, suas reservas de água doce e seu potencial energético.

Ocupando 56% do território nacional, a Amazônia se constitui no maior ecossistema do planeta, um gigantesco banco biogenético construído pela ação criadora de milhões de anos da natureza. Esse potencial de vida natural não é ainda suficientemente conhecido, pois a pesquisa sobre as diferentes facetas da vida amazônica é nitidamente incompleta. Nos 5 milhões de quilômetros quadrados da Amazônia brasileira, encontra-se também a maior bacia fluvial do mundo, que constitui um quinto da reserva de água doce da terra, com 1.100 afluentes desaguando no leito central do Amazonas.

A floresta cobre 70% da região – 380 milhões de hectares – e representa 35% das reservas mundiais de florestas com a variedade de 200 a 300 espécies diferentes de árvores por hectare de mata. Não obstante o baixo conhecimento científico da região, ali já se catalogaram 4 mil tipos de árvores.

A Amazônia é a maior fonte potencial conhecida de produtos fitoterápicos, agronômicos e bioquímicos. Registram-se ainda 300 tipos de mamíferos, 1.300 de pássaros e 1.400 de peixes. Os fatores climáticos, topográficos e hidrográficos fazem com que o ecossistema amazônico seja em si auto-suficiente e detenha mais de 30% do estoque genético do planeta, uma gigantesca usina de vida com o extraordinário universo de plantas medicinais, alimentícias, aromáticas, oleaginosas, tanantes, toxinas, fibrosas e a imensa riqueza biótica em fungos e bactérias, insetos e animais, enfim um arsenal planetário para o desenvolvimento da biotecnologia, fundamento científico da produção industrial sustentável.

No campo mineral, não obstante os levantamentos incompletos que temos do setor, sabe-se que há grandes jazidas de ouro em Roraima, Rondônia, nos aluviões do Alto Jarí e em Serra Pelada; em muitos casos na mesma área do ouro se encontram diamantes, prata, cobre, cassiterita, molibdênio, zinco, nióbio, bismuto e minerais radioativos. Existem montes constituídos totalmente de pirolisita. A cassiterita e o estanho são explorados em Pitinga, no Amazonas, em Rondônia, no Amapá, e no vale do Aripuanã, afluente do Madeira. Existem grandes jazidas de hematitas no vale do Jatapu, bauxita em Trombetas, calcáreos em Bragantina, 35 milhões de toneladas de linhito em Benjamim Constant, 3 milhões de toneladas de nióbio em São Gabriel da Cachoeira, 90% da reserva mundial conhecida. Esse mineral estratégico é identificado como o “mineral do Século XXI”, pois sua liga endurece o aço, tornando-o essencial na construção de reatores nucleares e de equipamentos da industria espacial. No médio Amazonas está localizada a maior bacia de sal gema do planeta com 10 trilhões de toneladas. Também, já foram localizadas ali reservas de petróleo; em Urucu há um poço já explorado pela Petrobras e o maior depósito de gás natural do país. No Médio Solimões, em Urucu, a Petrobras produz 50.000 barris de petróleo ao dia. Lá está localizado o maior depósito de gás natural do país.

Diagnóstico

O tema desenvolvimento da Amazônia tem criado uma polêmica sistemática, tanto no plano nacional quanto internacional. O atual modelo de ocupação agrário, que combinou desmatamento com pecuária extensiva, é criticado pela mídia nacional e internacional e por estudos acadêmicos que denunciam proliferação de drogas, queimadas, extração predatória de madeira, extermínio de espécies nativas. São também criticados os atuais projetos industriais, de geração de energia e de mineração, todos estigmatizados como atrasados e corporativistas.

Dessa forma, o desenvolvimento da Amazônia fica imobilizado na prática, em função de um debate histórico entre um projeto de conservacionismo ambientalista e o desenvolvimento apoiado na destruição ambiental. Acresce-se a isso a fragmentação social propiciada pela heterogeneidade cultural de diferentes povos, diferentes grupos migrantes, diferentes processos de colonização, e pela baixíssima e espacejada densidade demográfica.

Essa imensa província florestal e mineral possui vários biomas, com distintas constelações de fatores e vocações econômicas da população não urbana, composta de indígenas, principalmente no Oeste e na Calha Norte. As populações ribeirinhas são formadas por extrativistas, pequenos agricultores familiares, trabalhadores rurais temporários e permanentes. Entretanto, a agricultura e as demais atividades primárias apresentam fraca produtividade da terra e do trabalho, apesar dos abundantes recursos energéticos.

O domínio local da sociedade foi, historicamente, exercido por uma elite comprometida com o atraso e a depredação, que controla a região atemorizando os pequenos trabalhadores, enquanto promove o desmatamento, a erosão genética, o garimpo predatório, o narcotráfico, a biopirataria, o etnocídio de povos e línguas indígenas, o extermínio seringueiros, de pescadores tradicionais, de castanheiros e de quilombos.

As multinacionais patenteiam hoje descobertas no campo da genética, se apropriando de componentes vegetais, microorganismos e fungos existentes na Amazônia. O Presidente George Bush recusou-se a assinar o Tratado da Biodiversidade produzido na Rio-92. Logo após, Bill Clinton o assina, e, estranhamente, é agilizada no Congresso Nacional brasileiro a aprovação da polêmica Lei das Patentes. Fica claro que os Estados Unidos, que consomem 50% do estoque biogenético do planeta e possuem apenas 5% desse estoque, desejam impedir a agregação de valores às riquezas naturais brasileiras que englobam o maior potencial biogenético do mundo.

Em relação à industrialização, a Amazônia tem um polo significativo de alta tecnologia; é o Polo Industrial de Manaus, mais conhecido como Zona Franca, que é o único projeto de desenvolvimento industrial para a Amazônia Ocidental. Presta relevante serviço ao Brasil no que diz respeito à substituição de importações, talvez o mais significativo, ajudando em muito no equilíbrio da balança comercial. Importou no ano passado, em números redondos, três bilhões de dólares em insumos. Produziu dez bilhões. Ou seja, substituiu sete bilhões de dólares em importações. Que outro projeto brasileiro alcançou esses números?

A renúncia fiscal relativa a esse polo é baixa e resulta em arrecadação no momento seguinte. Para cada real renunciado, são arrecadados R$ 0,84, fato que não ocorre com qualquer outra renúncia fiscal brasileira.

A Zona Franca de Manaus garante ao Governo do Amazonas e seus municípios os excepcionais números de arrecadação alcançados. Para comparar com o Pará, em 2000, para uma população de 2.800.000 habitantes o Amazonas arrecadou de ICMS um bilhão e quatrocentos milhões de reais enquanto o Pará para uma população de 6.200.000 habitantes arrecadou um bilhão e cem milhões. Ou seja, para menos da metade da população, arrecadou trezentos milhões de reais a mais.

Comparando os dados da arrecadação de tributos federais com o retorno de recursos federais para o Amazonas e os municípios amazonenses, tomando por base o ano de 2000, verifica-se que a União arrecadou um bilhão e setecentos milhões de reais e mandou de volta apenas quinhentos milhões. Ou seja, do Amazonas saíram um bilhão e duzentos milhões de reais em favor de outros Estados.

Por outro lado, o Amazonas tem 98% de suas florestas inteiramente preservadas, sendo um exemplo para a região.
Esse é um modelo que a par de gerar empregos e impostos, preserva o meio ambiente e como tal deve ser mantido e estimulado.

A presença das Forças Armadas na Amazônia é representada por poucas unidades para cobrir um território de dimensão continental, com 11 mil km de fronteira terrestre. Os destacamentos da Calha Norte são irrisórios para controlar toda a fronteira, ficando espaços de 1.600 km sem nenhuma guarda.

O polêmico projeto SIVAM, de tecnologia norte-americana, com controle e operação de técnicos nacionais, conta com investimento da ordem de 1,4 bilhão de dólares. Iniciado em 1994, prevê a construção de um moderno sistema de comunicação com 185 antenas via satélite, 19 radares fixos e 6 transportáveis, além de 8 aeronaves para vigilância do espaço aéreo. O projeto é importante para o monitoramento de embarcações e aeronaves de procedência desconhecida que percorrem os rios e os céus transportando para o exterior madeiras de lei, plantas medicinais e até pássaros, num processo crescente de evasão de riquezas via biopirataria. O SIVAM, porém, terá de constituir-se em componente importante de defesa e controle da região, o que requer sua operação, domínio tecnológico e apuração e armazenamento de dados de forma soberana pelas autoridades brasileiras. Um dos requisitos é a produção de um satélite brasileiro para que o pais se liberte estrategicamente da dependência dos satélites norte-americanos.

Assim como o combate à fome, ao desemprego e à violência, torna-se emergencial para o próximo governo, o início do projeto de desenvolvimento da Amazônia, fundamentado na biotecnologia, para agregar valor à posse nacional da maior riqueza natural do planeta e defendê-la da cobiça internacional, considerando-se que essa riqueza é uma das fontes de que o país dispõe, ao alcance de suas mãos, para acabar com a imensa miséria do país.

Justificativa de desenvolvimento defensivo

O controle de nossas extensíssimas fronteiras pelas Forças Armadas - em face do atual estado de desagregação da unidade social, do imobilismo econômico em meio ao vazio demográfico do território, e da quase ausência do poder público federal no solo amazônico -, está a depender de um projeto de desenvolvimento sustentável, que se constitua de uma política global para a região, a partir do conhecimento efetivo do potencial e das vocações econômicas locais. A proposta estratégica para se ganhar a opinião pública nacional para o desenvolvimento desse projeto defensivo de um território de dimensão continental deve se fundamentar no aproveitamento econômico da grande riqueza que será gerada pela agregação de valor aos gigantescos recursos naturais, considerando a sustentação do meio ambiente.

Desse desenvolvimento defensivo se desdobram duas questões centrais para um novo projeto de nação. A primeira é a defesa da soberania de 56% do território nacional, e a segunda, conseguir meios operacionais próprios que permitam ao Brasil desenvolver, um projeto econômico autônomo, ao alcance de suas próprias mãos, em parceria com o empresariado brasileiro, sem depender dos organismos financeiros internacionais.

A avaliação dessa possibilidade por diferentes grupos de interesse já tornou a apropriação da Amazônia a bola da vez do contexto neoliberal, depois da privatização da Vale do Rio Doce, pois, como já dissemos, esta constituiu a perda de um dos principais instrumentos para o desenvolvimento da região. Portanto, o próximo governo deve estar preparado para enfrentar o crescimento da campanha de internacionalização amazônica, que já vem sendo desenvolvida pela mídia estrangeira. Como já dissemos, a premência dessa situação coloca o desenvolvimento defensivo da Amazônia entre as questões políticas emergenciais, inclusive, por ter interface social com a inadiável erradicação da miséria do país.

Entretanto, temos consciência de que o atual modelo de industrialização desenvolvido no mundo e no Brasil, dentro dos diversos paradigmas conservadores já experimentados não servem à Amazônia.
A política neoliberal de desmantelamento do Estado e de entrega do patrimônio estratégico das estatais ao controle privado, foi imposta ao Brasil e ao continente sul-americano como decorrência da submissão, pelos últimos governos, aos ditames da nova ordem neoliberal e do Consenso de Washington.
O processo de industrialização brasileiro foi, do ponto de vista social, responsável pelos principais problemas do país de hoje, que são remessa de lucros, concentração perversa de renda, desemprego generalizado, cinturão de miséria na periferia das cidades, violência urbana, redes de crime organizado e, em conseqüência de tudo isso, a negação popular da classe política e da eficiência das instituições públicas para conduzir a nação.
Portanto, o Brasil que queremos para a Amazônia não pode estar fundamentado no atual modelo de industrialização privado que desconsiderou o impacto ambiental, cujo custo foi a perda brutal das matrizes naturais do planeta, o conseqüente impacto sobre o meio ambiente e a ampliação da miséria em todo o mundo. A própria CEPAL de hoje propõe uma relação equânime entre o progresso técnico e a natureza.
Em vez de levar à Amazônia o atual ciclo de civilização apoiado no modelo de dominação econômica, socialmente injusto, destruidor da natureza e poluidor do planeta, promoveremos a experiência de um novo modelo de desenvolvimento, que, no futuro, influencie o restante do país a mudar de rumo e abandonar os parâmetros sobre os quais está assentado.
O homem da Amazônia, o caboclo na sua própria denominação, deve ser o objetivo do projeto de desenvolvimento para a região. Foram eles, os caboclos, que mantiveram a Amazônia brasileira. Assegurar a eles uma vida melhor é um compromisso do governo do PSB.

Ministério Estratégico da Amazônia – Nave Mãe do Programa

A operação de um projeto de desenvolvimento defensivo para a Amazônia necessita de um órgão de linha executiva que implemente uma ação integrada em todo território amazônico em conexão com Estados e Municípios. A experiência nos mostra que os organismos federais de apoio setorial sempre resultaram insuficientes para o desenvolvimento amazônico.
Não se trata de criar um novo órgão, mas de criar uma unidade de gestão estratégica de todos os órgãos federais que operam na região como Receita Federal, BNDES, INCRA, FUNAI, EMBRAPA, Petrobras, etc, incluindo os quadros funcionais de todos os outros ministérios que atuam na Amazônia.
O Ministério Estratégico da Amazônia coordenará as políticas públicas para a região.
O Ministério Estratégico da Amazônia, em síntese, coordenará as operações interativas de políticas públicas dos diversos setores do governo para dar unidade ao seguinte programa ancorado no desenvolvimento sustentável.

A questão da agropecuária e do extrativismo

A Amazônia é tão grande e tem uma biodiversidade tão ampla que nela há espaço para tudo. Existem áreas propícias à pecuária, à agricultura e ao extrativismo.
Não se justifica derrubar floresta para criar gado quando existem os chamados campos gerais. Na várzea não há necessidade de derrubar uma única árvore para plantar e colher em terra adubada naturalmente pela subida e descida do rio. A extração é viável em áreas próprias. Caberá ao Ministério adotar as políticas corretas nos lugares devidos.

A questão de infra-estrutura energética

1. Ampliação da Hidroelétrica de Tucuruí para 8 mil Mw (já em curso).
2. Construção de novas hidroelétricas:
a. Monte Belo (Rio Xingu) – 14 mil Mw (já existe projeto).
b. Desenvolver estudos, projetos e viabilização de outras usinas entre os rios Tapajós e Araguaia-Tocantins, onde existe um potencial hidroelétrico de cerca de 60 mil Mw, ou seja, igual à capacidade hoje instalada em todo o Brasil.
3. Exploração da maior reserva de gás natural brasileira construindo-se gasodutos que, a partir de Urucu, atingiriam Manaus e Porto Velho.

A questão das vias estratégicas

Hidrovias

1. Hidrovia Araguaia-Tocantins – Obra em curso com cronograma atrasado. Eleva o leito do Tocantins em 70 m, em duas eclusas de 35 m cada; une Mato Grosso ao Pará, permitindo colocar a produção do Centro-Oeste no Atlântico. Por sofrer oposição da população de Goiás, preocupada com o impacto ambiental, o desenvolvimento dessa obra deve ser revisto.
2. Hidrovia do Rio Madeira – Necessita de sinalização em virtude das erosões da própria natureza.
3. Cabe observar que, no caso da construção de novas hidroelétricas ou de hidrovias, nenhuma iniciativa será tomada sem uma cuidadosa análise do impacto ambiental.

Vias terrestres

1. Transamazônica – Necessita de asfaltamento (hoje 2 milhões de pessoas dependem dessa via).
2. Cuiabá-Santarém – Outra importante via de integração que necessita de asfaltamento.
3. Porto Velho - Manaus (BR 319) – Em péssimo estado de conservação precisa ser reconstruída e asfaltada. Como já dissemos, Manaus é a única capital não ligada por rodovia ao restante do país, somente sendo alcançada por via fluvial ou aérea.
4. Macapá-Oiapoque – Necessita de recuperação e asfaltamento.
5. Humaitá-Lábrea – Recuperação e asfaltamento dessa única via que permite a incorporação da produção do Vale do Rio Purus ao restante do país através de Porto Velho.
6. Rodovias Acre-Rondônia – Conclusão dos projetos de vias que a partir do Acre e de Rondônia atingem o território peruano, abrindo para nosso País a ligação, fundamental, com o extraordinário mercado do Pacífico. Sofrendo poderoso lobby contra, estas rodovias são muito desejadas tanto pelo Brasil quanto pelo Peru, pois abrem imensas perspectivas de integração econômica entre os dois países.
7. Perimetral Norte – Retomar a construção desta importante rodovia estratégica para o Projeto Calha Norte, pelo menos até o seu enlace com a rodovia Manaus-Boa Vista-Paracaíma-Caracas, que permitirá integrar ao território nacional parte da área ao norte do Rio Amazonas, junto às nossas fronteiras guianenses, área menos conhecida do território amazônico.
8. Realizar novos estudos para novas vias penetrantes e transversais em rotas importantes para a integração do território na cobertura do vazio demográfico.

Projeto Novo Norte

Trata-se de projeto fundamental da Eletronorte que permite:
1. Visão integrada do desenvolvimento defensivo do sul do Rio Amazonas.
2. Reunião estratégica de todos os grandes projetos de infra-estrutura da região buscando sinergias econômicas e sociais.
3. Operação interativa de um processo de desenvolvimento gradual dentro do planejamento estratégico do Cinturão de Enlace ocupando Mato Grosso e o Sul do Pará, explorando a grande periferia da Calha Sul do Rio Amazonas, ao mesmo tempo em que protegeria o coração da floresta.

Projeto Calha Norte

Retomar o Projeto Calha Norte para sua implantação integral fortalecendo as cidades de fronteira construindo pólos de desenvolvimento junto às fronteiras pela agregação de outros órgãos do governo (não apenas as Forças Armadas), consolidando a presença do Estado nas regiões mais remotas do território amazônico. O governo FHC reduziu o já encolhido orçamento de 36,9 para apenas 16 milhões.

Ecocidades Polo

Implantar ecocidades polo nas calhas dos principais rios criando-se complexos de saúde com hospitais adequados ao atendimento das populações dispersas nos grandes vales, hoje desprovidas dos mínimos recursos na área.

Ações políticas estratégicas

1. Lei de Patentes – Torna-se de fundamental importância para o desenvolvimento defensivo da Amazônia a revisão da Lei de Patentes, para devolver ao Brasil o poder sobre o estoque genético amazônico e desenvolver projetos biotecnológicos de agregação de valor às matérias primas locais.
2. Ciência e Tecnologia – Esforço especial deverá ser feito no sentido de que as universidades e centros de pesquisa localizados na Amazônia sejam fortalecidos. Neste sentido, a utilização de recursos do Tesouro e de parte dos recursos disponíveis nos vários Fundos Setoriais, vinculados ao Ministério de Ciência e Tecnologia, permitirá a efetiva implementação de vários programas. É fundamental criar condições para que as Universidades Federais localizadas na Amazônia (a) ampliem a titulação média do seu corpo docente, (b) consolidem os atuais laboratórios e criem novos laboratórios de pesquisa que atuem em áreas estratégicas para a região, sobretudo nas áreas da Ecologia, Biotecnologia, Medicina Tropical e Novos Materiais. É fundamental ampliar o número de vagas oferecidas nestas instituições.
3. É imperativa a criação de Escolas Técnicas Federais em todo os Estados da região. Estas escolas devem atuar em áreas de interesse regional, integradas à pedagogia social do desenvolvimento sustentável. Atenção especial deve ser dada às instituições de pesquisa com larga tradição no estudo dos problemas da Amazônia, entre as quais destacamos o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, o Museu Emílio Goeldi, o Instituto Evandro Chagas, o Centro de Primatologia e o Centro de Biotecnologia, este em fase de implantação.
4. Integração da Amazônia com os países vizinhos – O governo do PSB priorizará a aproximação com países que partilham a Amazônia com o Brasil como a Venezuela, a Colômbia, o Peru, a Bolívia e as Guianas. Essa aproximação torna-se de fundamental importância para que se possa desenvolver uma estratégia comum de desenvolvimento, de relações comerciais e de defesa da soberania da Amazônia como um todo.
5. Universidade da Amazônia – O governo do PSB liderará a implementação dessa Universidade concebida pela UNESCO, com campi nos diversos países que partilham do território amazônico. Ela pode se constituir no maior instrumento estratégico para o desenvolvimento defensivo da Amazônia na área da biotecnologia.

Considerações finais

Para escrever a história brasileira do presente, sem os erros do passado, é preciso considerar o Brasil do ponto de vista do atual jogo internacional de poder; assim, nos veremos como uma nação de periferia, controlada pelo poder econômico e pelo complexo industrial militar das nações ricas, governada por uma elite que se recusa a reagir ao dominador e priorizar os interesses da nação. Portanto é questão central para o nosso governo dar um corte radical na atual visão de mundo imposta ao país pelos organismos financeiros internacionais e defender a Amazônia do atual jogo de poder, que deixa a nação indefesa diante da ameaça de apropriação de seu patrimônio econômico e natural.
Como já dissemos, essa nova aliança do saber com a natureza para promover o desenvolvimento defensivo da Amazônia, criará no Brasil uma economia soberana, através do aproveitamento científico-tecnológico dos seus imensos recursos naturais em parceria com o empresariado nacional, de forma autônoma, sem ter que ficar nas mãos dos organismos financeiros que servem ao velho paradigma de dominação econômica internacional. O aproveitamento desses imensos recursos naturais dará ao Brasil condições cada vez melhores de atuar no cenário internacional e de defender sua soberania, dentro de um modelo de desenvolvimento alicerçado nas necessidades de seu povo.
O maior obstáculo para o desenvolvimento desse novo paradigma de sociedade brasileira a partir da Amazônia são as forças políticas de pensamento antinacional, que nos últimos anos controlaram as instituições, e hoje, colaboram com a atual ordem econômica de dominação do Brasil e do continente sul-americano, e que agora desejam ganhar mais um mandato presidencial apoiadas pelo atual modelo de poder do capital financeiro, imposto pela globalização neoliberal sob o controle da ditadura financeira dos organismos internacionais operada através do FMI.
Se o período histórico que hoje vivemos estabeleceu a primazia do capital especulativo, o projeto político da Amazônia deve se constituir na via da união do saber com os recursos naturais para construir uma cultura que subordine a economia aos interesses da nação, de seu povo e de sua cultura, e principalmente à construção de uma sociedade fundamentada na justiça.
O meio ambiente amazônico é o território natural propício ao desenvolvimento dessa nova perspectiva histórica, que pode incorporar os filhos dos excluídos da periferia das grandes cidades e inaugurar um paradigma que afirme a vida e o respeito à natureza como os bens primordiais da humanidade, do qual deverão emergir as novas formas de desenvolvimento econômico, de relações sociais e desenvolvimento político do Século XXI.
Esse novo paradigma polarizador de justiça social, operado em harmonia com a preservação do meio ambiente, vem sendo universalizado pela defesa mundial do Desenvolvimento Humano Sustentável como aferimento de desempenho dos atuais governos. Esse modelo usado pela ONU como parâmetro para a avaliação do índice de qualidade de vida das nações, deixa em segundo plano o crescimento do PIB, quando este está fundamentado no processo de produção industrial compromissado apenas com o crescimento econômico sem responsabilidade social e sustentabilidade.
Ao planejar o desenvolvimento fundamentado no DH’s, estaremos construindo no presente a perspectiva de um futuro livre para as novas gerações de brasileiros ancoradas na defesa de uma nova sociedade pactuada na cultura da paz em harmonia com a natureza.

 
 
Fonte: Plano de Governo do candidato
 
 
 
 
 
 

 

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