A Secretaria
de Meio Ambiente do Estado de São Paulo e
o Governo japonês realizam, na próxima
quarta-feira (14/8), um balanço das atividades
do setor de reflorestamento, que, por meio do plantio
de árvores em grande escala, contribui para
diminuir a pressão sobre as florestas nativas
no país, promovendo a conservação
da biodiversidade. Segundo pesquisas, em áreas
de reflorestamento consegue-se produzir até
45 m3 de madeira por hectare, enquanto que na mata
nativa a mesma colheita só é possível
a cada trinta anos.
Essas questões serão discutidas no
Simpósio Internacional "Reflorestamento
& Desenvolvimento", que se realizará
no auditório da Escola Politécnica
da USP. O evento será aberto, às 8h30,
pelo cônsul-geral do Japão em São
Paulo, Kiyotaka Akasaka, e pelo diretor da JICA
- Japan International Cooperation Agency, Hyogen
Komatsu, e encerrado pelo secretário do Meio
Ambiente, Professor José Goldemberg, e pelo
reitor da USP, Adolpho José Melfi.
O objetivo do seminário, cujo tema será
"O homem em harmonia com o meio ambiente",
é avaliar os avanços proporcionados
pelo Projeto de Cooperação Técnica
sobre Recuperação e Conservação
Ambiental através do Manejo Florestal ou
Reflorestamento, nos últimos 25 anos, com
recursos do JICA, em parceria com o Instituto Florestal,
órgão vinculado à Secretaria
do Meio Ambiente.
Um levantamento do setor indica que um terço
dos 300 milhões de m3 de madeira consumidos
por ano, no Brasil, vem do reflorestamento, que
ocupa 0,6% do território nacional ou menos
de cinco milhões de hectares, mas gera, em
contrapartida, 500 mil empregos diretos e indiretos.
O setor florestal, ao todo, emprega dois milhões
de pessoas e gera US$ 28 bilhões anuais.
São Paulo, atualmente com
770 mil hectares de áreas reflorestadas,
foi o Estado pioneiro em reflorestamento, que foi
introduzido pela Companhia Paulista de Estradas
de Ferro para substituir a madeira nativa nas fornalhas
das locomotivas. Apesar do pioneirismo, registrou
uma queda de 20% nas plantações de
pinus em um período em que o emprego dessa
árvore para a fabricação de
móveis para exportação aumentou
dez vezes, como comprovam as receitas auferidas
pelo setor, que passaram de US$ 40 milhões,
em 11000, para US$ 500 milhões, em 2000.
Segundo o secretário José Goldemberg,
a retomada do plantio extensivo de florestas é
um imperativo econômico e ambiental para São
Paulo e para o Brasil, "para melhorarmos nossa
posição no mercado global de produtos
florestais, que movimenta cerca de US$ 300 bilhões
por ano e, ao mesmo tempo, melhorarmos nossos indicadores
de proteção à biodiversidade
por meio do plantio dessas florestas que crescem
depressa".