SECRETARIA DO
MEIO AMBIENTE FAZ
BALANÇO DE 10 ANOS DA AGENDA 21 EM SÃO
PAULO
Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Agosto de 2002
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O secretário estadual
do Meio Ambiente, professor José Goldemberg,
apresentou, hoje (9/8), o balanço de 10
anos dedicados à implementação
da Agenda 21 no âmbito do Estado de São
Paulo, com base no acordo internacional firmado
em 1992, na Conferência das Nações
Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento
(UNCED), no Rio de Janeiro.
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José Jorge  |
O relatório, com 150 páginas, disponível
também no endereço www.ambiente.sp.gov.br,
contém informações, dados e
indicadores ambientais do Estado. "Este relatório
resume as mudanças ocorridas em São
Paulo, em decorrência da adoção
da Agenda 21 como instrumento das políticas
governamentais na área ambiental", declarou
Goldemberg. O documento aponta "os progressos
registrados em várias áreas, constituindo
um estímulo aos que vêem o desenvolvimento
como um objetivo a atingir, atendendo às
necessidades da atual geração sem
prejudicar as necessidades e aspirações
das gerações futuras", acrescentou.
A Agenda 21 em São Paulo ainda está
aberta a críticas e sugestões dos
vários segmentos da sociedade, especialmente
da comunidade científica e as contribuições
poderão ser encaminhadas pela Internet, através
do site da Secretaria do Meio Ambiente. O documento,
será apresentado na Cúpula Mundial
sobre Desenvolvimento Sustentável, que acontecerá
de 26 de agosto e 4 de setembro, em Joanesburgo,
na África do Sul. |
O
secretário do Meio Ambiente afirmou que as
críticas e contribuições ao
documento deverão compor uma nova edição
e também serão compiladas em um CD-ROM,
a tempo de ser apresentadas no encontro de Joanesburgo.
O relatório
A Agenda 21 em São Paulo
faz um diagnóstico, comparando a situação
atual do Estado à de dez anos atrás.
Dividido em dez capítulos, contém,
além dos indicadores socioeconômicos,
informações das áreas de
gerenciamento integrado do meio ambiente, energia
e transporte, produção e consumo
sustentáveis, proteção da
atmosfera e qualidade do ar, gerenciamento de
recursos hídricos, geração
e manejo de efluentes líquidos e resíduos
sólidos, biodiversidade, ciência
e tecnologia e tópicos humanos e institucionais.
Para Fernando Rei, diretor de Desenvolvimento
e Transferência de Tecnologia da CETESB
- Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental,
que coordenou a elaboração do documento,
"o relatório é um instrumento
para a discussão, com outros governos regionais,
dos grandes problemas do Estado, em particular
as suas regiões metropolitanas".
Associada à Iniciativa Brasileira de Energia,
proposta pelo secretário José Goldemberg,
de elevar de 2% para 10% o uso de energias renováveis
no mundo, o relatório aponta o caminho
para conciliar desenvolvimento, conservação
ambiental e qualidade de vida. A equipe formada
por mais de cem técnicos da Secretaria
do Meio Ambiente, que se dedicaram à produção
do relatório, vê nesse documento
uma possibilidade concreta da participação
paulista no encontro da ONU, em Joanesburgo, ganhar
grande visibilidade, principalmente pelo fato
de São Paulo estar integrado à rede
de governos subnacionais, liderada pelo País
Basco, que está organizando um fórum
específico no âmbito do Fórum
dos Parceiros Sociais para o Nosso Futuro Comum
(Stakeholder Forum for Our Common Future), para
a discussão de seus problemas.
Essa expectativa se reforça pelo fato de
muitos países, com dimensões e características
similares às do Estado de São Paulo,
não terem elaborado sua Agenda 21 e nem
dispor de indicadores como os nossos, demonstrando
o cumprimento das metas e objetivos estabelecidos
na Rio 92.
Destaques
Um dos pontos positivos do relatório
revela que a mortalidade infantil no Estado recuou
63,5% entre 1980 e 1998, refletindo o fato de
que 15% da rede de atendimento da saúde,
no País, se encontra no Estado de São
Paulo. O documento cita também o avanço
do valor do IDH - Índice de Desenvolvimento
Humano criado pela ONU, no período 1980
a 1998. "Ficamos atrás apenas de países
como Suécia e Dinamarca, mas estamos à
frente de todos os países da América
Latina", comentou Fernando Rei. O IDH considera
o PIB (Produto Interno Bruto) "per capita",
a longevidade da população e seu
grau de educação. Em 1980 este índice
era de 0,80, subindo para 0,86 em 1988.
Outro ponto positivo, lembrado pelo próprio
secretário José Goldemberg durante
a apresentação do relatório,
diz respeito à significativa melhora da
qualidade do ar na Região Metropolitana
de São Paulo, com a redução
das emissões de monóxido de carbono.
Como ponto negativo, o secretário destacou
o comprometimento dos mananciais de abastecimento
público, em razão das ocupações
desordenadas e a questão da geração
de resíduos sólidos.
Neste ponto, por outro lado, o documento faz menção
ao aprimoramento da gestão dos recursos
hídricos, referindo-se à lei que
institui a cobrança pelo uso da água,
conferindo um instrumento de planejamento ambiental
e financeiro aos comitês que gerenciam as
bacias hidrográficas. Segundo o relatório,
a relação entre a demanda de água
e as limitações impostas pela sua
disponibilidade representam potenciais de conflito
entre diferentes segmentos sociais.
A questão energética também
mereceu destaque. A participação
do gás natural na matriz energética
paulista foi de apenas 2,6% em 2000. Sua capacidade
anual de produção aproxima-se de
324 milhões de m3, insuficiente para atender
à demanda de 1,638 bilhão de m3.
E, apesar do gás natural estar sendo apontado
como uma opção mais limpa que outros
combustíveis fósseis, ainda não
foi encontrada solução para a questão
dos óxidos de nitrogênio (NOx), precursores
do ozônio troposférico. Diante disso,
o licenciamento de termelétricas em São
Paulo passa por um questionamento maior, com relação
ao resto do País.
Quanto à poluição atmosférica,
foi registrado grande avanço no campo do
controle dos poluentes com a consolidação
do PROCONVE - Programa de Controle da Poluição
do Ar por Veículos Automotores, baixando
as emissões de monóxido de carbono,
principalmente nas regiões metropolitanas
de São Paulo e Campinas. Hoje, a grande
preocupação dos técnicos
da CETESB, a agência ambiental do Estado,
é quanto ao ozônio, o poluente mais
crítico no Estado. Uma análise de
tendência dos últimos cinco anos
revela estabilidade para esse poluente em algumas
estações de monitoramento da qualidade
do ar operadas pela agência ambiental paulista
e leve tendência de crescimento em outras.
O relatório destaca ainda a política
de parceria institucional, existente desde 1995,
entre os órgãos executivos estaduais
de educação e do meio ambiente,
para incorporar a educação ambiental
nos projetos pedagógicos do ensino escolar
dos níveis fundamental e médio,
envolvendo 2.300 escolas, 2.800 agentes multiplicadores
e 107.000 professores, com potencial de sensibilização
de 3,6 milhões de estudantes.
O relatório também dá ênfase
ao conceito de "produção mais
limpa" e à política governamental
que busca dar prioridade a compras "verdes",
usando o poder de compra de US$ 15 bilhões
para sensibilizar os setores empresariais a seguirem
estritamente a legislação paulista
de desenvolvimento sustentável, aplicadas
pelo sistema ambiental do Estado.
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Fonte:
SMA – Secretaria Estadual do Meio Ambiente de São
Paulo (www.ambiente.sp.gov.br)
Assessoria de imprensa (Renato Alonso e Eli Serenza)
Foto: José Jorge
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