A apresentação
da Agenda 21 em São Paulo, no dia 9 de agosto,
no auditório da Secretaria do Meio Ambiente,
foi o palco para o lançamento do Dia Interamericano
de Qualidade do Ar, para conscientizar a população
sobre a questão da contaminação
atmosférica e seus efeitos na saúde
pública.
A data, a ser celebrada anualmente na segunda sexta-feira
do mês de agosto, foi criada pela Associação
Interamericana de Engenharia Sanitária e
Ambiental - AIDIS, cujo presidente Carl-Axel P.
Soderberg escolheu o Brasil para a solenidade de
lançamento que ocorreu, simultaneamente,
em 32 países da América Latina e Caribe.
"Os habitantes das Américas têm
de tomar consciência que a qualidade do ar
é um imperativo para a sua saúde",
disse Soderberg, enfatizando que "os cidadãos
de nossos países devem entender que é
possível adotar medidas para melhorar a qualidade
do ar".
Segundo o engenheiro Luiz Augusto de Lima Pontes,
diretor-executivo da AIDIS, "todos os dias,
mais de 200 milhões de pessoas no continente
americano estão expostas a contaminantes
atmosféricos danosos à sua saúde,
sendo as crianças, idosos e portadores de
afecções cárdio-respiratórias
os mais ameaçados por esse tipo de contaminação".
Estudos indicam que uma pessoa adulta respira mais
de 11,350 litros de ar por dia. "Se esse ar
estiver contaminado, os sistemas do organismo podem
se tornar vulneráveis, chegando até
desenvolver o câncer", explica o engenheiro.
Cerca de três milhões de pessoas morrem
prematuramente, todos os anos, em todo o mundo devido
a enfermidades atribuídas à poluição
do ar.
As crianças são mais suscetíveis
que os adultos, sabendo-se que as infecções
respiratórias agudas são a causa principal
de morte na faixa etária até cinco
anos, na América Latina e Caribe. A asma,
que é causada ou agravada pelas más
condições do ar, é a causa
principal de enfermidades crônicas em crianças
e de faltas nas escolas nos Estados Unidos.
"Por causa do impacto da qualidade do ar sobre
a saúde das crianças do hemisfério,
é importante que apoiemos o Dia Interamericano
de Qualidade do Ar", afirmou Maurício
Pardón Ojeda, diretor da Divisão de
Ambiente e Saúde da Organização
Panamericana de Saúde - OPS, entendendo que
a celebração da data deve constituir
um chamado à ação para ministros
da saúde e do meio ambiente nos países
americanos, envolvendo outros organismos internacionais,
nacionais e regionais.
Os países do Caribe também apóiam
a data, pois entendem que fenômenos como as
mudanças climáticas e o efeito-estufa,
que aumentam a temperatura global do planeta, devem
ser incluídos no rol de preocupações
na celebração do Dia Interamericano
de Qualidade do Ar.
"No Caribe, estamos conscientes da importância
de uma ação global para deter ou reduzir
as mudanças climáticas. Como estados
litorâneos ou estados-ilha, podemos perder
muito com o aumento do nível do mar e da
freqüência de eventos atmosféricos
extremos", salientou o engenheiro Errol Grimes,
presidente da Associação Caribenha
de Água e Águas Servidas, que também
se associou à iniciativa da AIDIS.