Panorama
 
 
 

AVALIADAS E AMPLIADAS AÇÕES PRIORITÁRIAS
PARA AC E SUDOESTE DO AM

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Setembro de 2002

Região é a primeira da Amazônia brasileira a ter as recomendações para conservação, uso sustentável e repartição de benefícios da biodiversidade, definidas há três anos, revisadas por especialistas, reunidos em Rio Branco (AC) de 10 a 12/09.

Com a missão de avaliar a implementação das ações para a conservação, uso sustentável e repartição de benefícios da biodiversidade, e, dependendo do caso, definir novas recomendações para as 68 áreas prioritárias do Acre e do sudoeste do Amazonas, 84 representantes de órgãos governamentais, institutos de pesquisa, universidades, organizações não-governamentais e lideranças indígenas reuniram-se entre 10 e 12/09 em Rio Branco (AC). O Instituto Socioambiental (ISA), o Fundo Mundial para a Natureza (WWF) e o Ministério do Meio Ambiente (MMA) foram responsáveis pela organização do seminário, que contou com o apoio do Governo do Acre e a colaboração do Governo do Amazonas.

A região, conhecida como Purus/Juruá/Acre, por ter sido uma das que mais avançaram na implentação das recomendações do Workshop de Avaliação e Identificação de Ações e Áreas Prioritárias para a Conservação, Utilização Sustentável e Repartição dos Benefícios da Biodiversidade na Amazônia Brasileira - realizado por um consórcio de ONGs a pedido do Ministério do Meio Ambiente em Macapá (AP) em setembro de 1999 -, foi escolhida para ser a primeira a ter as determinações de três anos atrás revisadas. Novos seminários deverão ser desenvolvidos nos próximos dois anos nas outras seis regiões da Amazônia brasileira: Rio Negro/Rio Branco; Várzeas do Solimões/Amazonas; Escudos das Guianas; Alto Xingu/Tapajós/Roraima/Mato Grosso; Baixo Xingu/Tapajós/Madeira e Araguaia/Tocantins/Maranhão.

Olhar local sobre a região

Pesquisadores como Mauro Almeida e Keith Brown, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e Douglas Daly, do New York Botanical Garden, diversos representantes de organizações governamentais e não-governamentais locais, como Pesacre, SOS Amazônia e Instituto do Meio Ambiente do Acre (Imac), e lideranças indígenas foram divididos em quatro Grupos de Trabalho (GTs) para avaliar as recomendações de cada uma das áreas e dividir novas informações sobre a região. O destaque foi a participação, durante todo o seminário, da equipe de órgãos governamentais como Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Fundação Nacional do Índio (Funai) e, especialmente, de sete integrantes do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Estado que até pouco tempo não contava com um órgão ambiental.

O trabalho dos Grupos de Trabalho foi subsidiado por um levantamento preliminar sobre as recomendações implementadas na região, os órgãos responsáveis pela realização e as principais dificuldades para as ações, entre os quais problemas para regularização fundiária de UCs, caça ilegal, extração de madeira, narcotráfico, falta de vontade política para a questão ambiental e sobreposição de Terras Indígenas (TIs) e UCs.

Também tinham a intenção de contribuir para as discussões dos GTs as apresentações no primeiro dia de integrantes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), do Incra, do secretário executivo de Florestas e Extrativismo do Governo do Acre, Carlos Antonio Rocha Vicente, e do presidente da Funai, Arthur Nobre Mendes, sobre o planejamento regional do Acre e do Amazonas. Responsável pela abertura do seminário, Mendes comentou sobre a situação das Terras Indígenas e as prioridades do órgão governamental indigenista na região.

Novo conjunto de recomendações

Ao final dos três dias de trabalho, os participantes definiram 62 recomendações para a região, 33 para o Acre e 29 para o sudoeste do Amazonas. A criação de Unidades de Conservação (UCs) foi a principal delas, sendo indicadas para o Acre o estabelecimento de uma nova UC de proteção integral, ao norte do Parque Nacional da Serra do Divisor (noroeste do Estado), e seis de uso sustentável. Para o sudoeste da Amazonas foram sugeridas a criação de cinco UCs de proteção integral, como a que envolve a região dos campos de Humaitá e campinaranas, ecossistemas ainda sem proteção de nenhuma UC, e três de uso sustentável.

Além do estalelecimento de novas áreas protegidas, diversas propostas estão vinculadas à ampliação de UCs, regularização fundiária, elaboração de planos de manejo, assim como a revisão dos critérios para avaliar áreas a serem desapropriadas, uma vez que atualmente não são consideradas benfeitorias atividades de populações tradicionais como capoeiras em uso e estradas de seringa.

Também foram recomendadas mudança de categorias de algumas UCs, como é o caso da Floresta Nacional (Flona) Purus. Criada há cerca de dez anos, nunca foi implementada. Cerca de mil pessoas vivem na área praticamente sem assistência do poder público e pleiteiam a alteração da Flona para uma Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS), categoria menos restritiva e mais voltada às atividades das populações tradicionais. O pedido já foi entregue à superintendência do Ibama em Manaus e encaminhado à Diretoria de Florestas do Ibama, em Brasília.

Outra recomendação importante é a suspensão da licença prévia concedida pelo Ibama para o Gasoduto Urucu-Porto Velho. A proposta partiu de representantes do Ipaam, cujas recomendações do laudo ambiental sobre o empreendimento não foram consideradas pelo Ibama e, consequentemente, acatadas pela Petrobras, responsável pela obra.

Foi sugerido ainda a criação de uma nova área prioritária no leste do Acre, região mais desmatada do Estado. Para diversas áreas de importância biológica sem conhecimento científico suficiente foram reforçadas a necessidade de estudos.

Esforço coletivo em ação

O seminário foi encerrado por Nilo Mendes, assessor da senadora Marina Silva (PT-AC), que também fez uma breve apresentação no evento no último dia. Mendes comentou sobre a evolução das questões ambientais no Brasil nos últimos anos, com ênfase ao que foi realizado no Acre a partir das recomendações do Seminário Consulta de Macapá.

Na noite do ecerramento foi lançado no Colégio Rio Branco o livro a Enciclopédia da Floresta - O Alto Juruá: Práticas e Conhecimentos das Populações, organizado pelos antropólogos Mauro Almeida e Manuela Carneiro da Cunha, e Implantação de Tecnologias de Manejo Agroflorestal em Terras Indígenas do Acre, publicação sobre o projeto desenvolvido por 85 agentes agroflorestais indígenas em 15 Terras Indígenas no Acre, com o suporte técnico da Comissão Pró-Índio do Acre.

Entre as primeiras atividades para o andamento das determinações do seminário estão o envio de cartas aos orgãos responsáveis pela implementação das propostas e aos institutos de pesquisa da Amazônia brasileira com as indicações das áreas com carência de informações científicas e divisão de tarefas com as organizações locais para o acompanhamento das recomendações mais específicas.

De acordo com Adriana Ramos, coordenadora do Programa Brasil Socioambiental do Instituto Socioambiental, até o final deste ano deve ser lançada uma publicação sobre o evento.

 
 
Fonte: ISA – Instituto Socioambiental (www.socioambiental.org.br)
Assessoria de imprensa (Cristiane Fontes)
 
 
 
 
 
 

 

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